No último final de semana (7 e 8 de abril) aconteceu em Bangu uma apresentação para agregar a população local e a arte que é produzida pelos artistas também locais. A “VI edição do Dança na Calçada”, como de costume, apresentou trabalhos desenvolvidos na Escola de Dança Marta Bastos (EDMB) – responsável pelo evento – e de outras escolas da região.
Situada na Zona Oeste da Cidade, a EDMB atua há 26 anos oferecendo cursos de excelência em diversas modalidades de dança, além de outras áreas artísticas como canto e teatro. Das alunas e alunos que cresceram dentro das salas da escola, diversos caminhos artísticos foram trilhados: Alguns brilhando em espetáculos e cruzeiros no exterior, outros lecionando, outros tantos despontando em cias e musicais. E, como caminho natural, uma cia de dança também se desenvolveu neste espaço, dando voz aos anseios artísticos dos alunos mais velhos e levando o trabalho para outros espaços.
Contudo, uma necessidade latente ainda se manteve restrita: a de envolver a população do entorno, mostrando a qualidade do que se produz dentro dos muros da escola. Pois mesmo com todo processo criativo sendo gerado e desenvolvido em Bangu, o público que tinha a possibilidade de assisti-lo não era, em sua maioria, da zona oeste do Rio. Soma-se a isso que esta já é historicamente uma região mais carente em termos de oportunidade culturais (comparativamente a outras áreas mesmo dentro do subúrbio carioca). E então, nasce a ideia de um projeto capaz de suprir essa lacuna.
O Dança na Calçada é um projeto que trabalha na interface apropriação e empoderamento. Se por um lado ocupa o espaço público com arte, por outro mostra à população que o que se faz fora do circuito cultural pode ser acessado por todos, de forma gratuita, na rua. E mais do que isso, promove o intercâmbio entre bailarinos de diferentes grupos, o que acarreta na interação “entre-bairros”, confluindo familiares e amigos na esquina da Estrada do Realengo com a Belo Horizonte. A troca é sempre saudável e engrandecedora. E o público, mesmo com a chuva que sempre ameaça a realização do evento, comparece e fortalece o projeto.
Na VI edição participaram do evento escolas de Campo Grande, Santa Cruz e Bangu. Apresentando números de samba, jazz, sapateado, hip-hop e contemporâneo de vários níveis, com bailarinos de diversas idades e maturidades (corporais), o espetáculo reforçou a relevância da troca de vivências e a beleza do que se produz nesse circuito alternativo.
No sábado (08) a Cia Khoros apresentou uma versão pocket de seu espetáculo mais recente “Por tantas vezes”. Levando o público a encontrar, nesses breves minutos, suas desilusões e delícias amorosas. Abrindo a noite com deleite técnico e artístico: Bailarinos em ótima forma, aliando belas linhas com uma carga emocional potente. Belo!
O evento agrega gerações, populações e vivências artísticas em uma proposta gratuita e que se apropria da cidade. De forma independente e articuladora, a EDMB vem na vanguarda da arte sem patrocínio ou fins lucrativos. Pelo suburbano para o suburbano! Resistindo e agregando. Do jeito que precisa ser. E que venham mais e mais anos (e mais projetos nesses moldes).
https://youtu.be/yiiI_U7ppMw
Participaram deste evento:
- Cia Khoros de Dança
- Escola de Dança Marta Bastos
- Cia In Off
- Escola de Dança Vânia Reis
- Centro Cultural Alan Viana
- Patrícia Esteves Escola de Dança
- Anderson Abreu e Eliza Xavier
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Site com clareza de informação e cheio de arte cultural . Parabéns ,gostei muuito