Dungeon Meshi | Comida, Boa Fantasia e Fanservice Com Anão

Surpreendendo a todas expectativas, adaptação de Dungeon Meshi é a estrela solitária de 2024 até agora

Pode ainda ser cedo para dizer qual é o anime do ano de 2024, mas a temporada já elegeu o seu favorito indisputável. “Dungeon Meshi“ está em seu 18º episódio, entrando na reta final, e combina ação, fantasia, comédia e muita boa comida em um título obrigatório para todos a procura do melhor do entretenimento.

Quem tem fome tem pressa

Faz cravados 10 anos que o Estúdio Trigger não emplacava um título que era o indiscutível “anime da temporada”, especificamente desde “Kill la Kill” (2023) — vale notar que “Cyberpunk” (2022) entra na modalidade ONA — o que nunca o impediu de, construindo uma identidade sólida na sua biblioteca, entregar bons trabalhos ao longo desses anos, como “Little Witch Academia” e “Promare” — finjamos que “Darling in the FranXX” não exista.

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Com o buraco deixado pelo final cada vez mais próximo de “Frieren”, maior fenômeno dos anos 2020 até agora, que do éter, ou das masmorras, o improvável novo favorito do público foi decidido no “dia um”. “Dungeon Meshi”, no Brasil trazido com o subtítulo “Calabouços e Delícias“, põe o pé na porta e mostra que o gênero de comédia culinária tem muito pano na manga para dar.

Da autora Ryoko Kui, a série narra a exploração de um grupo de aventureiros por uma masmorra, lutando contra criaturas e fugindo de armadilhas. O gatilho é a perda de Falin, maga poderosa e irmã de Laios, o cavaleiro protagonista. Falin é devorada pelo Dragão Vermelho, mas, antes disso, consegue enviar seus companheiros a salvo de volta a superfície.

Pela falta de recursos, o grupo se desmembra, restando apenas Laios, a elfa e maga Marcille, e o halfling e ladino Chilchuck. Como o calabouço possui uma maldição que impede que as almas dele escapem, o trio decide desbravar outra vez o calabouço e matar o dragão antes que a Falin seja digerida, para poder revivê-la.

É, porém, que no meio do caminho encontram o amigável anão Senshi. Graças a seus dons culinários, os quatro partem em uma jornada pela masmorra tendo que sobreviver com os recursos limitados e se alimentando senão do que encontram do caminho, isto é: monstros. Porém isso não será um problema, desde que se saiba como prepará-los de forma deliciosa.

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Progredindo de maneira episódica, a série faz bem feita a lição de casa em criar no público a atmosfera propícia à valorização de produtos frescos gourmet, ainda que, por contraditório que seja, não exista nada igual a essas comidas em nosso mundo.

Quem fica pelas lições de vida saudável típicas de slice-of-life ganha de brinde trama e universo compenetrante quando menos se espera. Por baixo das comidas há todo o mistério do calabouço, e a tensão de se o grupo conseguirá trazer Falin de volta para a party; sem antes aprender diferentes técnicas para se colher mandrágoras sem virar purpurina.

Também autoconsciente das armadilhas de seu gênero, “Dungeon Meshi” faz questão de lembrar de forma escrachada que é uma comédia em ambiente de fantasia e, se os fãs esperavam o típico fanservice com as garotas em trajes de banho, o que vão ter é, por máximo, o fanservice do parrudo anão Senshi escorregando e mostrando mais do que devia. Não por acaso, quase que como um pinup, o personagem caiu nas graças do público.

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A trilha sonora fica sobretudo por conta do primeiro tema de abertura, aclimatando um pouco dessa deliciosa e caótica aventura. Aqui não se vende um protagonista com a fórmula para conquistar o mundo mágico na base da trocação de soco — embora o dublador de Laios, Kentarou Kumagai, esteja bem acostumado com isso.

Ao invés disso, a contemplação do momento rende ótimas surpresas com a sobrenatural mudança de tom quando necessário; em outras palavras: a mudança de tom para desenvolvimento da trama pode ser abrupta, mas o roteiro faz questão de colocar uma receita de criatura no meio do caminho para mostrar como isso é tão fugaz quanto uma quarta-feira qualquer.

Disponível na Netflix com áudio original e dublagem simultânea em português brasileiro, atualmente em seu décimo oitavo episódio, “Dungeon Meshi” terá 24 episódios e, se depender de seu sucesso (e qualidade), mais material está mais que confirmado.

_{Imagem Destacada: Divulgação/Crunchyroll}

Dungeon Meshi | Comida, Boa Fantasia e Fanservice Com Anão

Sinopse

Em Dungeon Meshi, o quarteto de viajantes retorna à masmorra onde sua companheira, Falin, a maga, fora devorada. O grupo precisa chegar e derrotar o dragão vermelho antes que sua amiga amiga seja digerida. No meio do caminho, porém, precisam lidar com os poucos recursos e aprender a apreciar o maravilhoso potencial da culinária com monstros.

Prós

Bons visuais e trilha sonora, personagens interessantes e vítimas de seu próprio prototípico ridículo; sabe não se levar a sério;

Atenção redobrada ao aspecto culinário, deslocando o foco para algo aparentemente não importante, mascarando o plano de fundo de maneira inteligente;

Proposta interessante e boa execução;

Contras

O passing pode ser lento para alguns e as transições entre a "preparação de comida" e o plot de fundo são abruptas;

5

Nota