Estreou dia 17 de novembro no teatro do CCBB RJ, o espetáculo Gritos. A montagem faz parte da companhia franco-brasileira Dos à Deux e marca o retorno aos palcos da dupla de diretores André Curti e Artur Luanda Ribeiro após 18 anos. A peça é formada por três poemas gestuais metafóricos criados a partir de um tema principal, o amor.
“Encenados por bonecos” em proporções humanas acoplados em seus próprios corpos, a dupla apresenta ao público os poemas – os três gritos – com um gestual sutil e minucioso. A peça tem inspiração em temas da atualidade, como, pessoas invisíveis na sociedade, o preconceito, o desprezo, os refugiados, a guerra e o amor.
Os três poemas – Os Três Gritos
Grito 1: Louise e a velha mãe – Louise nasceu num corpo de homem, um corpo que ela não quer. O masculino e o feminino habitam o mesmo corpo: um sendo o fantasma do outro. São quatro pernas, duas cabeças e um jogo de ilusão, como se ela fosse uma marionete dela mesma. Ator e personagem jogando dentro de um labirinto de espelho e reflexo. Ela deseja ser invisível aos olhares dos outros, mas se choca sempre num turbilhão de preconceitos, intolerância e homofobia. A mãe de Louise, uma velha senhora doente,também invisível perante a sociedade, depende totalmente de seu filho(a) para existir como uma marionete prisioneira de sua cadeira. E, apesar de depender de Louise, a rejeita movida pelo puro preconceito e pela não aceitação do outro.
Grito 2: O muro– Um poema metafórico sobre o homem que perdeu a cabeça. Um muro os divide. A cabeça de um lado, dentro de uma gaiola, o corpo de outro. Sem saber se esse muro é real ou se imaginado por eles mesmos, o corpo e a cabeça executam uma dança em busca de sua outra parte. Um poema gestual entre o sonho, o onírico e o absurdo.
Grito 3: Amor em tempos de guerra – Numa atmosfera surrealista, uma mulher, do Extremo Oriente, vestida de negro surge revelando sua beleza e seus gestos lentos. Partes do corpo de um homem, que está envolto com ela num mar negro de tecido, aparece lentamente. Uma dança de amor misteriosa começa, com som de bombas ao longe. Uma bomba interrompe a noite de amor e acaba com a vida do amante. Sozinha num mundo hostil de guerra, escondida da sociedade, dá vida a uma criança e continua a luta pela sobrevivência.
Por Bruna Tinoco
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