Quinze de novembro de dois mil e dezesseis. Plebe Rude e Guns n’ Roses. Engenhão. Noite histórica para muitos cariocas, paulistas, mineiros e toda sorte de brasileiros que lotaram o estádio, situado na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Foi um dia inteiro de muita expectativa e alegrias, começando cedo por diversos engarrafamentos quilométricos que já avisavam a possíveis desavisados: algo muito grande irá passar por aqui.
E essa espera ansiosa logo foi acalmada pelo show incrível da Plebe Rude. Uma banda que tem muita história abrindo o espetáculo de Guns n’ Roses já nos adiantou como seria inesquecível para o público presente os momentos seguintes. Plebe Rude trouxe à tona sucessos das épocas em que junto a bandas como Legião Urbana, bombardeavam o mercado sonográfico brasileiro e garantiram então, seu espaço ‘imortal’ na história da música. A banda sempre teve sua postura política bem definida, presente nas letras, trazendo desde os anos 80 idéias ainda perigosas para alguns. E não é por menos, uma banda respeitada como Plebe Rude fazer parte e cantar no mesmo palco que o Guns. Mostraram no palco, a dedicação do grupo, o empenho e a gratidão por tamanha oportunidade de fazerem parte desse momento. Sem delongas, não foi um show completo deles, porém houve grande satisfação dos presentes pelas músicas apresentadas. É um grupo que sempre trouxe verdades em suas letras e animou os presentes, vibraram tão felizes quanto seus fãs e do Guns.
E o que veio em seguida, um público devoto, emocionado, extasiado, privilegiado, arrepiado com a entrada de Guns n’ Roses.
Em 1985, Guns, que veio da Califórnia, apresentou seu hard rock, tendo seu álbum de estréia logo em 1987.
Nossa previsão era de muita chuva, como os dias anteriores ao show. Mas não existe tempo feio para um momento tão singular. Prova disso foi contemplar o Engenhão ficando cada vez mais cheio de pessoas em puro estado de êxtase, tomados pelos momentos que viriam.
Axl, Slash e Duff. A formação clássica esteve no subúrbio carioca e fez com que nos encontrássemos novamente nos anos 80/90.
Podemos dizer que a apresentação feita desta vez no Rio foi um grande diferencial das passagens anteriores do Guns, conhecida também por atrasos muito grandes em outros shows. Marcado para às 20:30, menos de 20 minutos depois o estádio explodiu com a presença de um dos trios mais consagrados do rock. Os três tiveram grande momentos no palco, se movimentando, dançando e vibrando à sua maneira.
“It’s so Easy” abriu o repertório da noite adiantando o quão inesquecível seria essa experiência para todos os presentes. Slash se apresentou como se 30 anos passados fossem equivalentes a 30 minutos. Deixou o público boquiaberto com seus rifs e solos íncriveis durante todo o show. Como esperado, apresentou-se com maestria, e fez muitos jovens, adultos e crianças sentirem o arrepio na pele. “Mr Brownstone” e “Chinese Democracy” vieram logo em seguida. A gravação desta última, do disco de 2008, não contou com Duff e Slash, que puderam mostrar suas performances ao vivo da mesma.
A acústica do Engenhão mostrou ineficiência para um espetáculo desses. Algo que inclusive também não favoreceu a Plebe Rude.
O público pôde vibrar aos sons de “Welcome to the Jungle”, “November Rain”, contando com Axl no piano de calda, “Nightrain”, “Don’t Cry”, e o que muitos não contavam que escutariam nessa noite, a também marcante “Yesterdays”. Além desses clássicos que fez muito fã sair rouco do show, ouvimos as poderosas como “Live and Let Die”, dos Wings, e “Speak Soft Love”, uma das músicas da trilha presente em Poderoso Chefão. Sem mencionar um dos grande sons de Pink Floyd, “Wish you Were Here”.
O público que presenciou os solos monstruosos de Slash e também duelo de guitarras entre o mesmo e Richard Fortus, pode ser considerado um público privilegiado (e muito).
A noite de terça foi um verdadeiro espetáculo do mais puro rock, adicionando uma estrutura de palco sensacional, atrelados a queima de fogos, show de luzes e chuva de papel picado.
Eu diria que seria impossível sairmos pouco felizes com a apresentação de Guns n’ Roses. Diria que saímos mais apaixonados por eles do que quando pisamos no estádio do Engenhão. A turnê Not in this Lifetime veio para a América Latina atendendo mais do que a demanda esperada dos fãs. E, diga-se de passagem, independente do gosto musical, foi um show histórico, bem como um momento único para todos os fãs da vertente rock n’ roll.
Ver novamente os dedos de Slash deslizando na guitarra, é algo que vale a pena todo dinheiro e tempo dedicados para quem esteve lá pra ver e ouvir de perto, ao vivo, um dos maiores guitarristas do mundo.
A vontade é voltar no tempo para presenciar a majestade retomando o posto na guitarra, mas como não dá, após mais de duas horas de show, Guns N’ Roses continua tocando, mas agora no meu headphone.
Confira abaixo o setlist do show e outras fotos as em nossa galeria:
Set List:
- It’s So Easy
- Mr. Brownstone
- Chinese Democracy
- Welcome to the Jungle
- Double Talkin’ Jive
- Better
- Estranged
- Live and Let Die
- Rocket Queen
- Out Ta Get Me
- You Could Be Mine
- You Can’t Put Your Arms Around A Memory/Attitude
- This I Love
- Civil War
- Coma
- Band intros into Slash solo – Speak Softly Love (Love Theme From The Godfather/Andy Williams)
- Sweet Child O’ Mine
- Yesterdays
- Jam (“Wish You Were Here/Layla”)
- November Rain
- Knockin’ on Heaven’s Door
- Nightrain
- Encore:
- Jam (Babe I’m Gonna Leave You)/Don’t Cry
- The Seeker
- Paradise City
Por Letycia Miranda
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