Novo filme de Gareth Evans para Netflix, “Havoc” tem só alguns bons momentos de suas obras mais célebres
Você sabe que vai ter um grande filme de ação quando se descobre que o projeto é do roteirista e diretor Gareth Evans ou pelo menos sabia, pois “Havoc – Caos e Destruição”, novo exemplar do autor na Netflix é quase um pastiche sem carisma do que ele já fez de muito, mas muito melhor.
A trama com a qual ninguém se importa muito, pois em filme desse tipo o que interessa é a pancadaria, até que começa com uma certa densidade, com Walker, policial corrupto interpretado por Tom Hardy (o Venom da galera), fazendo um monólogo sobre ações, consequências e avançando para o quanto ele está no fundo do poço emocional ao tentar, na noite de Natal, comprar presentes sem qualidades com um embrulho pior ainda, para entregar a sua filhinha que, claro (clichê), não vive mais com ele, só com a ex esposa.
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Após essa introdução e o encontro com sua parceira de ronda, ele é chamado para uma cena de crime em que diversas pessoas foram eliminadas em uma casa noturna gerenciada pela Tríade Chinesa.

Continua com a fuga de alguns meliantes, que na cena mais legal do filme (que está no trailer) jogam uma máquina de lavar em um dos carros e gera consequências que se estenderão pelo resto da trama, pois um desses desavisados é o filho do corrupto candidato à prefeitura da cidade, inocentado recentemente de seus crimes interpretado pelo grande Forest Whitaker (oscarizado por “O Último Rei da Escócia” 2006 e bem aos moldes do Rei do Crime na nova série do “Demolidor”), que será perseguido de forma implacável por uma gangue de policiais corruptos vítima do ataque.
E é isso, sem grandes novidades (e na verdade nem precisa), filmado em ambientes misteriosos com luzes neon, mas sem nenhuma inventividade que Evans, responsável pelos novos clássicos de ação “Operação Invasão 1 e 2” e como criador junto com Matt Flannery da adrenalizante série “Gangues de Londres” já demonstrou anteriormente, mas que aqui não se preocupou em apurar.
Até as perseguições de carro são estranhas, parecendo aquelas do filme “Sin City” de Robert Rodriguez ou cutscenes de videogames dos anos 2000.
Quanto às cenas de ação também não são inspiradas, talvez porque embora Tom Hardy seja um campeão real de campeonatos de Jiu Jitsu, não tem a destreza de Iko Uwais, a plasticidade de Tony Jaa ou de repente não quis treinar ou se dedicar a coreografias de ação mais elaboradas como Keanu Reeves.
O fato é que bem poucas lutas empolgam e as cenas de tiroteios em que os oponentes nunca são atingidos por menos de cinco tiros parecem deslocadas em um ambiente de cidades americanas…
Parece que esse estilo não cabe entre os diferentes tipos de filmagens entre países asiáticos e neste caso na américa do norte.
Estranha e infelizmente, não há nenhum personagem carismático entre os antagonistas, entre eles Timothy Olyphant (série “Justified”) e os vilões que são monocromáticos e enfadonhos.
Inclusive Tom Hardy, que há muito está no modo automático, não apresenta nada de novo e está bem abaixo do que pode apresentar, sendo apenas um dos capangas que não ajuda a trama a sair do automático e dos clichês, principalmente no terço final do filme, onde as decisões mais estapafúrdias são tomadas e só interessa a montanha de corpos que o último showdown vai apresentar até tudo terminar.
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Havia uma certa expectativa pela reunião de um diretor que entende e sabe filmar cenas de ação impactantes, um streaming que tem poder de fogo para patrocinar e divulgar, com um ator do qual temos a noção de ter uma certa fisicalidade pelos filmes anteriores do qual participou, mas nada disso é aproveitado como deveria em “Havoc”, o que é um desperdício de talentos e, sinceramente, de tempo.
É torcer para que Gareth Evans retorne a seus conteúdos de melhor qualidade.
Imagem Destacada: Divulgação/Netflix (via TMDB)

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