Hoje é mais um daqueles dias na qual não me sinto bem, tampouco extremamente mal. Esses são aqueles dias em que abro mais meus olhos para observar o que se passa no entorno. Infelizmente, pois eu fico aqui nesse chão vendo a Terra dando voltas no Sol enquanto tudo parece luto.
LUTO
Lembrei-me do olhar pesado e cansado de um cão que mora na rua, é verão, as patinhas queimam no chão. Isso agora me remeteu a angustia de um adolescente todo sujo naquele ponto que eu sempre pego o ônibus pra ir trabalhar. Nem um, nem o outro fizeram algo para merecer uma vida quase vazia de vida, de maneira alguma. Carece amor, carece afeto, carece saúde, educação e comida também. Privação.
“Até as coisas mais triviais podem se tornar terríveis quando você entra num certo estado mental.”
Já dizia Bukowski e eu assino embaixo.
A aflição do cachorro e do menino são sentimentos virais. Dói em mim e incomparavelmente mais neles. Eu passo e vejo minha gente privada de coisas básicas. Eu inalo essa dor e ela é terrível.
Assim surgem os heróis?! Me pergunto. Aqueles que não têm direitos nem privilégios fazem muito mais pra chegar no ‘básico’. Eu me respondo, sim, assim surgem os heróis.
LUTOLUTA
Por Letycia Miranda
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