Jorge Aragão é, incontestavelmente, um dos músicos mais conhecidos desse país. Lançou diversas canções que tão logo seriam interpretadas por outros grandes nome da música brasileira, como Zeca Pagodinho, Alcione, Leci Brandão, Exaltasamba, Art Popular, Xande de Pilares e alguns outros. Sendo assim, a tarefa de alcançar gerações através do samba não vem a ser muito difícil.
Jorge Aragão tem uma grande bagagem quando o assunto é samba. Fez parte da geração que fez o samba se popularizar, um verdadeiro militante. Esteve na geração do pagode na qual sambistas se reuniam e faziam samba na quadra do Cacique de Ramos. Portanto, é mais que merecido seu título de Poeta do Samba.
40 anos de trabalho, dedicação e amor ao samba e a arte da música. Após fazer parte do projeto Sambabook, que também é uma comemoração, Jorge chegou ao Vivo Rio com um show cheio de clássicos. Como ele mesmo disse no palco, não haveria nenhuma novidade pra nós, mas com 40 anos de carreira e tantas músicas, poderíamos curtir uma madrugada inteira com samba de primeira. E o público, ciente disso, logo respondeu que “não precisa!” quando Jorge anunciou a falta de novidade.
Jorge cantou grandes sucessos que animaram ainda mais o público fiel ao samba. “Eu e Você Sempre”, “Moleque Atrevido”, “Coisa de Pele”, e muitos outros sambas que temos de cor.
É de fato sabido que estamos vivendo um momento muito complexo e de mudanças no campo político que atinge a sociedade em geral. Rejeitamos com mais autoridade e assertividade comportamentos negativos como racismo, machismo ou qualquer tipo de descriminação e o mundo da música não pode ficar de fora. A música chega pra contribuir de maneira leve e sem agressividade o retrato da nossa época. Digo isto pois, antes de cantar “Chá de Louro”, Jorge fez questão de falar para o público que não se deve interpretar essa letra como machista. Perante sua visão, a música está aí acompanhando o retrato da época, que no ano em que foi lançada “Chá de Louro” era bem distinto dos tempos atuais. É um progresso o fato de que atualmente os artistas, que são verdadeiros ‘amplificadores’ da voz do povo, fazerem essas pequenas observações ao interpretar algumas letras mais antigas.
Dessa forma, Jorge completou, em outro momento do show, que precisamos falar muito de amor. Seu repertório conta com muitas músicas, verdadeiras poesias de amor. Sendo ‘brega’ ou não, é preciso falar pois o amor anda em falta.
Durante toda sua apresentação, Jorge a todo momento falava com o público, que prontamente respondia e muito alegremente cantaram e abrilhantaram ainda mais a ocasião.
Seu público vai de crianças a idosos, perpassando por várias gerações, sendo antigo e atual ao mesmo tempo. Agradando tanto aqueles que a pouco estão por aqui, e aqueles que já estão há muitos anos.
São 40 anos e fica um trecho de “Moleque Atrevido” que muito se encaixa nessa ocasião: “Respeita quem pôde chegar aonde a gente chegou!”
Por Letycia Miranda
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