Foi em meados de 1999, em uma expo de fanzines, a primeira vez que me deparei com um trabalho de Henry Jaepelt. Imediatamente me deslumbrei com o traço, a estética, a temática e a narrativa! Sobre estes dois últimos, mais tarde vim a saber se tratarem dos chamados quadrinhos poético-filosóficos, gênero no qual esse autor é pioneiro.
Como foi uma época em que eu estava editando meus próprios zines, não tardou para que entrasse com contato com Henry. Nesse tempo, de primórdios da internet, ainda nos comunicávamos por cartas enviadas pelos Correios. E foi assim que tive o imenso prazer de obter diversos de seus trabalhos para publicar no meu fanzine Paralelo. Em 2007 acabei me afastando do underground dos quadrinhos e consequentemente dos amigos autores. Felizmente essa oportunidade de escrever sobre HQs está me trazendo de volta a este universo e me permitindo conhecer novos trabalhos.
Dessa forma encontrei a Ugra Press, uma editora independente que vem fazendo um trabalho formidável de publicar HQs nacionais. Maldito Seja é uma série que visa compilar trabalhos produzidos entre 1980 até o início dos anos 2000. E nesta coluna vou destacar a edição de Henry Jaepelt. Este volume conta com um prefácio escrito por Denílson Reis (Fanzine Tchê / Grupo Quadrante Sul), uma entrevista de 15 páginas com o autor e 55 páginas de HQs.
A característica dos quadrinhos poéticos é justamente de histórias curtas que abordam algum tema existencial ou emocional. A narrativa flui muitas vezes como recordatórios ilustrados, quase não fazendo uso dos requadros. Mesmo quando estes existem, costuma ser de forma muito criativa e não convencional. Dessa forma, cada página se apresenta como uma linda composição entre imagens e textos.
O estilo de Jaepelt é inigualável! Ele possui um trabalho de hachuras que confere volumes e planos bem definidos. O equilíbrio entre claro e escuro fica na medida certa para que cada página fique com uma estética deslumbrante. As formas desenhadas são orgânicas e disformes, muitas vezes fundindo cenários com figuras humanas. Não há personagens fixos, aliás estes são secundários. Os seus sentimentos e emoções sã os protagonistas.
Henry Jaepelt optou por manter seu trabalho sempre no meio independente, circulando entre fanzineiros e artistas underground. Dessa forma seu trabalho acaba não tendo tanta visibilidade comercial. Que bom podermos contar com a iniciativa da Ugra Prss em viabilizar este tipo de edição. Aproveito e deixo abaixo (em vermelho) o link onde o álbum pode ser comprado.
Formato: 15,5 x 23 cm
Páginas: 80
Editora: Ugra Press
Idioma: português
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Henry Jaepelt é um incompetente que só sabe desenhar caras tortas e pedras há decadas, um idiota falso que com inveja de outros artistas ficou espalhando cópias falsas de hqs deles pelos correios, um perdedor que só faz rabiscos de merda! Desprezava editores de fanzines com menos paginas chamando eles de pobretões! O lugar dele é onde sempre esteve, no esquecimento!
Obrigado por comentar, Helena. 😊