Há anos conservo o hábito de assistir a premiações. Quem acompanha premiações para a TV sabe que a série Modern Family era figura carimbadíssima em diversas categorias do SAG e do Emmy. “Todo ano essa série ganhando, esse ator? Por favorrr” era um comentário comum entre roteiristas e *críticos* no Twitter e outras redes sociais.
Bom, quando eu via o elenco, o Ty Burrell e o Steven Levitan (de Frasier) levarem tantos prêmios e indicações, também revirava os olhos. Até que vi uma inserção da série com um sketch em mockumentary em uma premiação e me deu vontade de assistir. Comprei o box do dvd (sim, sou dessas) e fui lá ver do que se tratava. Não me arrependi.
Modern Family promove um equilíbrio entre comédia e drama, deixando claro que o drama fica por minha conta. Me emocionei diversas vezes com cenas simples, mas que diziam muito sobre aqueles personagens e sobre como nos relacionamos – algumas vezes não muito bem.
As única família realmente moderna da história é composta pelo casal Cameron e Mitchell. Eles adotam uma menina vietnamita e compõem um casal de homens em uma família até tradicional – exceto pelas personalidades excêntricas e bem particulares de cada um.
A família da Claire é a que representa a tradicional americana. Brancos héteros com três filhos, duas meninas e um menino. Porém as personalidades combinadas conferem muitos momentos cômicos inusitados. A família do Jay pode ser considerada não tradicional também, não pelo casamento com uma mulher mais nova, mas pela origem colombiana dela e de seu filho.
O que faz Modern Family funcionar é o conjunto da obra. Para quem curte o uso do mockumentary, recurso que aparece maravilhosamente em séries como The Office e Parks and Recreation, Modern Family deve entrar na lista das boas comédias.
Comédia quase sempre é questão de gosto. Não há nada mais cruel do que a obrigação de fazer alguém rir. Modern Family me faz rir não por apresentar um roteiro tão original (e é), mas porque os produtores executivos sabem que os elementos combinados dão um click e os atores se intercalam no brilhantismo, mesmo os mirins, resultando em um produto que vai bem em público e crítica.
Busco sempre um detalhe do absurdo que me faça rir. Algo que em um produto cultural seja tão improvável que só funcione com um ator que acredite no texto. Eu rio toda vez que lembro do Stanley de The Office com o “this is pretzel day” e a sua seriedade quanto àquilo. Em Modern Family eu amo o Manny improvável, o garoto de uns doze anos que se comporta como se tivesse quarenta e, também, a dinâmica entre o Cam e o Mitch, como eles contrastam e, com isso, criam suas trocas particulares que, mesmo sem texto, já saberíamos identificar.
A série está até a sexta temporada na Netflix e é facilmente encontrada em dvds. As temporadas finais só por download ou streaming. Família moderna para descontrair naqueles dias de weird vibe, vai por mim, cê vai ficar leve*.
Hasta la vista, Cupcakes!
*AVISO: esse texto foi escrito por uma pessoa que odeia How I Met Your Mother (#paz).
Por Érika Nunes
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