Um dos casos mais bem documentados da história da paranormalidade
“Invocação do mal 2” traz de volta os Warren, 7 anos depois dos eventos em Harrisville (Invocação do mal, 2013). Dessa vez, Lorraine (Vera Farmiga) e Ed Warren (Patrick Wilson) vão até a Inglaterra para ajudar uma família atormentada por manifestações malignas que atingem principalmente a menina Janet Hodgson (Madison Wolfe).
O filme apresenta o terror que promete. Vários momentos aparentemente tranquilos contribuem para que haja um susto maior, mas o efeito também é obtido nos momentos de tensão que todo bom filme do tipo proporciona, porém sem tantos clichês. É claro que temos alguns fatores clássicos como levitação, objetos sendo atirados, mas enfim, é um caso de poltergeist, então esse tipo de coisa acontece. A fotografia também contribui bastante para tornar-se um ambiente comum de família em um cenário sombrio, além da trilha sonora e o aumento gradativo do horror.
Outra coisa que pode parecer clichê é o fato de ser mais uma garotinha possuída, mas quem se interessa pelo assunto sobrenatural sabe que é mais comum que esse tipo de fenômeno aconteça com meninas nessa faixa etária, que estão entrando na puberdade. E Janet foi um dos casos mais assustadores, muito bem retratada no filme e sendo capaz de colocar medo em qualquer um durante suas possessões, levando em conta que Madison Wolfe contribuiu brilhantemente para isso, mesmo tendo o auxílio de maquiagem e efeitos ela soube mudar o seu ar de menina meiga e assustada, para uma face demoníaca sem dificuldade.
Vera Farmiga também continua a agradar com seu nível de atuação. Ela consegue transmitir suas emoções de forma intensa, mesmo que seja apenas com o olhar. Patrick Wilson não fica atrás e estabelece uma conexão com sua parceira de cena que faz o público acreditar que eles são mesmo os famosos Warren. Ele ainda protagoniza um breve momento de leveza ao proporcionar um pouco de alegria à família Hodgson em meio a todo aquele tormento.
“Invocação do Mal 2” é inspirado em um caso ocorrido em Enfield, na Inglaterra, na década de 70, como dito no subtítulo, um dos casos mais bem documentados de fantasmas da história. O roteiro, no entanto, apesar de ter a inteligência de reunir os fatores mais importantes desse acontecimento (afinal foram mais de dois anos de acompanhamento do caso), não foi exatamente sincero quanto ao protagonismo dos Warren nessa história. O filme é divulgado como sendo baseado nos arquivos do casal, porém foi o Investigador Paranormal Maurice Grosse, representado no filme por Simon McBurney, quem foi chamado pela imprensa e acompanhou a família durante todo esse tempo e, foi ele quem fez as gravações. Alguns trechos do documentário sobre o poltergeist de Enfield são muito bem retratados, mas Grosse (a caracterização do personagem aliás ficou ótima) é colocado no filme como um coadjuvante que se torna um mero espectador quando os Warren chegam e “assumem” o caso. Claro que isso não prejudica a qualidade do filme que deve agradar aos fãs de terror, mas quem se interessar por pesquisar sobre o assunto pode ficar incomodado com a veracidade (ou a falta dela) de alguns fatos.
Apesar disso, vale a pena ir aos cinemas para assistir. James Wan soube conduzir uma boa trama de terror e os personagens são ótimos.
Para quem quiser saber mais sobre a história verdadeira:
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