No Escurinho: Crítica – Queen: A Night in Bohemia

Uma noite para entrar na história

Quando se trata do bom e velho Rock’n Roll, uma coisa torna-se indiscutível: a banda “Queen” é, sem dúvida alguma, uma das maiores de todos os tempos. O grupo durante toda carreira lançou alguns dos maiores clássicos do gênero, marcando uma era e a história da música mundial, bem como o nome de todos os envolvidos nessa, transformando o seu vocalista em um ser icônico e, até hoje, um artista idolatrado por milhares de pessoas.

A marca da banda é tão poderosa que mesmo depois da morte de seu vocalista, Freddie Mercury, continuou mantendo o grande prestigio no mercado e altos números de vendas. Estima-se que já foram quase 300 milhões de discos vendidos, além dos DVDs e materiais online. Em 2015, os integrantes Brian May e Roger Taylor se uniram ao vocalista Adam Lambert para um super show em comemoração aos 30 do Rock’n Rio Brasil, uma vez que a banda também esteve presente no primeiro evento em 1985.

Depois de terem liberado o álbum  “A Night at the Odeon – Hammersmith 1975, com as primeiras apresentações após o lançamento do clássico “Bohemian Rhapsody” em 1975, agora é a vez de presentearem aos fãs com um de seus maiores concertos de todos os tempos. No próximo dia 05 de maio chega aos cinemas de todo mundo “Queen: A Night in Bohemia”, a apresentação gravada no famoso Hammersmith Odeon em 1975 e exibida ao vivo pela BBC britânica em 1975.

O filme é uma mistura equilibrada entre o show, que apresenta grandes hits como Killer Queen, Keep Yourself Alive, Liar e Now I’m Here, além da impressionante gravação de ” Bohemian Rhapsody”, e um documentário inédito (fora do Reino Unido), que resgata imagens de arquivo, entrevistas com o quarteto e outros videos nunca vistos antes.

O trabalho de restauração do som e imagens é impecável e, extremamente, funcional, fazendo o espectador sentir-se dentro do próprio show, se emocionando com um momento único na vida dos apaixonados pelo “Queen”. A tecnologia atual também ajuda bastante, com uma qualidade incomparável, possibilitando uma exibição de ponta.

O documentário abre o filme, nos apresentando a um “Queen” que muitos desconhecem, os problemas enfrentados pela a banda no início de sua formação, como também detalhes da vida pessoal dos integrantes. É possível notarmos e entendermos um pouco mais sobre as escolhas do grupo, bem como seu estilo e as influências musicais de “The Beatles”, “Led Zeppelin”, “The Who” adotadas por esses. Sendo que, é importante lembrar, que eles foram profundamente criticados por possuírem um ritmo sonoro parecido com o “Led Zeppelin”, um dos grandes sucessos da época, o que gerou a revolta de alguns críticos da musica.

Em um momento em que o Rock’n Roll era representado por grandes nomes como Rolling Stones e Deep Purple, Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon, depois de muito batalharem, conseguiram provar para o mundo que poderiam se figurar no meio dos demais. Instigados também pela música erudita e a ópera, estilos com detalhes presentes em algumas de suas canções, o “Queen” se destacou naquele momento e continua marcando presença no mercado musical.

“Queen: A Night in Bohemia” é a prova de que, independente do tempo, se você conseguiu mostrar a particularidade do seu trabalho, ele nunca será esquecido. Embora o produto deva ir para DVD e Bluray, após os cinemas, é indiscutível o fato de que você precisa assisti-lo nas telonas. Com certeza, se for um fã, prepare-se para conter as emoções.

 Daniel Gravelli é um brazuca que parle français e roda uns filmes por aí. Apaixonado pelo universo da escrita, tem um caso com o teatro e morre de amores pelo cinema. Fotógrafo e crítico nas horas vagas, gosta de cozinhar, apreciar um bom vinho e trocar ideias interessantes.