Andrea Barata Ribeiro, da O2, e Bianca Lenti, da Giros, elogiaram a iniciativa no RioContentMarket
A partir do lançamento do Programa Brasil de Todas as Telas, pela primeira vez a política pública de fomento ao audiovisual passou a destinar recursos para a estruturação de núcleos criativos. Os núcleos, formados em torno de um líder, reúnem criadores e roteiristas com o objetivo de desenvolver e amadurecer projetos de filmes, séries, programas e formatos para televisão. A experiência com o modelo, prática comum no mercado internacional, foi elogiada pelas produtoras Andrea Barata Ribeiro, da O2, e Bianca Lenti, da Giros, em painel no RioContentMarket 2016.
Em suas duas edições já realizadas, a Chamada Pública PRODAV 03 – Núcleos Criativos, do Programa Brasil de Todas as Telas, contemplou um total de 55 produtoras, que tiveram recursos disponíveis para montarem seus núcleos, cujo trabalho resultará no desenvolvimento de, no mínimo, 275 projetos. A terceira edição da chamada já encerrou o período de inscrições e deve ter seu resultado divulgado ainda no primeiro semestre deste ano.
A produtora Andrea Barata Ribeiro contou que, com o suporte dado pelo Programa, a O2 pôde contratar 25 roteiristas, que se concentraram por seis horas diárias na sede da produtora, em São Paulo, trabalhando em seis projetos. A estratégia foi mesclar roteiristas experientes, como Elena Soárez e José Roberto Torero, com novos e jovens talentos com menos tempo de carreira. Andrea descreveu a experiência como extremamente positiva e avalia que pelo menos quatro dos seis projetos desenvolvidos devem chegar à fase de produção e ser negociados para a televisão. “Senti pela primeira vez que a gente estava em um caminho de gente grande”, disse ela.
Sócia e coordenadora de conteúdo da Giros, produtora carioca contemplada na primeira edição da chamada pública, Bianca Lenti também não poupou elogios ao processo. Ela contou que o núcleo criativo baseado na Giros, sob a liderança do produtor e cineasta Flávio Tambellini, desenvolveu seis projetos para televisão, sendo que metade já foi negociada com emissoras. As séries documentais “Homo Brasilis”, sobre o processo criativo de personalidades brasileiras contemporâneas, foi vendida para o canal Arte 1; e “Marcadas para morrer”, que conta a história de mulheres ameaçadas de morte em suas lutas pela causa agrária na floresta amazônica, terá exibição pelo CineBrasil TV. Encerra a lista a série voltada para o público infantil “Queima mufa”, com veiculação acertada para o canal Futura.
Presente na plateia do painel no RioContentMarket, a produtora Jorane Castro, da TV Norte Independente, foi a líder do primeiro núcleo criativo instalado na Região Norte, no Pará. “Demos um pulo de qualidade, sem dúvida”, avalia. Jorane, que também é roteirista, conta que seu núcleo trabalhou ao todo com sete roteiristas desenvolvendo seis projetos, três longas-metragens e três séries de TV. “O projeto permitiu criar uma sinergia colaborativa entre roteiristas. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos, além de ser um amplo espaço de troca de conhecimento e cultura. Essa iniciativa da ANCINE foi fantástica para o fortalecimento dos roteiristas, pois são artistas que nunca haviam recebido financiamento antes”.
Seu método de trabalho no núcleo consiste em reuniões fixas, duas vezes por semana, deixando os outros dias livres para cada um trabalhar no seu roteiro. O núcleo contou ainda com a ajuda de Aleksei Abib como consultor externo. O trabalho no núcleo já começou a dar frutos: “Começamos o núcleo em abril do ano passado, vamos fazer um ano agora e já começamos a entregar os roteiros para produção executiva, para a captação de recursos”.
Saiba mais sobre o Programa Brasil de Todas as Telas
O Programa Brasil de Todas as Telas, lançado em julho de 2014, pela presidenta Dilma Rousseff, foi moldado para atuar na expansão do mercado e na universalização do acesso às obras audiovisuais brasileiras. O Programa, uma ampla ação governamental que visa transformar o País em um centro relevante de produção e programação de conteúdos audiovisuais, foi formulado pela ANCINE em parceria com o MinC, e com a colaboração do setor audiovisual por meio de seus representantes no Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual – FSA.
O Programa Brasil de Todas as Telas – Ano 2 foi lançado no dia 1º de outubro, no Rio de Janeiro, em cerimônia com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, garantindo a continuidade de uma política pública vigorosa para o audiovisual brasileiro.
O Fundo Setorial do Audiovisual – FSA é um marco na política pública de fomento à indústria cinematográfica e audiovisual no país, ao inovar quanto às formas de estímulo estatal e à abrangência de sua atuação. Isto porque o FSA contempla atividades associadas aos diversos segmentos da cadeia produtiva do setor – produção, distribuição/comercialização, exibição, e infra-estrutura de serviços – mediante a utilização de diferentes instrumentos financeiros, tais como investimentos, financiamentos, operações de apoio e de equalização de encargos financeiros.
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