Insólito e o espanto explicam o mundo “non sense” de Oito Contos Enjaulados
Apostando na diversificação da forma e estilo, Anderson Estevan apresenta cotidiano povoado por seres fantásticos em sua estreia
Seres fantásticos vagando pelo cotidiano de cidades, campo e regiões litorâneas compõem a paisagem de “Oito Contos Enjaulados”, primeiro livro de contos do jornalista Anderson Estevan. Como o próprio nome já atenta, a coletânea de narrativas breves tem como ponto de partida a condição humana, a jaula invisível que permeia todas essas personagens, que se deparam com o insólito com espanto e leveza. Auxiliado por elementos fantásticos, o autor passeia por dias sufocantes em apartamentos minúsculos, fazendas miseráveis ou mesmo paisagens praianas e bucólicas.
Nestas geografias descritas por Anderson Estevan, cruzam-se as histórias de um tradutor atormentado por um visitante inconveniente; de Berenice, uma trabalhadora rural que adoece e vê um duplo roubar seu lugar; de Antonio, o caixa de cinema que reconta para si mesmo as histórias das pessoas na fila; da garota Dee Dee Ramone, completamente alérgica à tecnologia em pleno século 21; de Luisa, a mulher que acompanha a chuva em todos os lugares; de André e Mathias, meninos que só querem um cachorro quente, mas são atraídos para uma tragédia; do fanfarrão B., que é esquecido por todos ao seu redor; e por um misterioso verme corrosivo que muda a vida de um jovem isolado.
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“A metáfora das jaulas particulares, desse sufocamento que estamos vivendo, é o grande fio condutor entre os contos. Acredito que a nostalgia também é um elemento muito presente, quase como um temporizador. Em suma, o livro já nasce velho. E isso é ótimo”, explica o autor.
- Serviço
- Oito Contos Enjaulados
- Anderson Estevan
- Ed. Confraria do Vento
- Preço: R$ 49
- Disponível nas principais livrarias e no site da editora
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