“Os Rejeitados” marca segunda colaboração do ator Paul Giamatti com o diretor Alex Payne, depois de anos após o filme “Sideways – Entre Umas e Outras” de 2004.
E os dois continuam se entendendo muito bem nessa comédia dramática do tipo “coming of age”, gênero do cinema que destaca o crescimento/amadurecimento de um personagem, geralmente da adolescência para vida adulta.

Concorrendo a 5 Oscars, entre eles melhor filme, roteiro original e ator numa brilhante interpretação de Giamatti, naquele papel de rabugento e sabichão que ele faz tão bem na série “Billions” da Netflix (recomendada como uma grande diversão), mas ainda um pouco de coração e como dizem, lenha para queimar.
Seu personagem, o professor Paul Hunman, é daquele tipo que exige nada mais que perfeição de seus alunos que são filhos de pais ricos e estão em Barton, no estado de Massachusetts, uma instituição de ensino, que os prepara para as melhores universidades americanas.
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Porém, ele tem o completo prazer e nenhum pudor em humilhar os que não se dedicam, já na concepção dele, se tratam de garotos ricos e mimados, que tem tudo nas mãos e o mínimo de obrigação é se aplicarem.
O período é o fim do ano, entre Natal e Ano Novo, onde a grande maioria inclusive os funcionários vão tirar férias, mas tem alguns alunos que não podem se juntar às famílias por variados motivos e alguém da escola, tem que ficar pajeando esses adolescentes.

Pelas circunstâncias sobram na escola somente, o professor mais linha dura, Paul Hunman, o aluno Angus Tully (Dominic Sessa) e a responsável pela cozinha Mary Lamb (Da’Vine Joy Randolph, favoritíssima ao Oscar, pode colocar bingo no bolão).
Através da interação entre esses três personagens e pela câmera sempre esperta de Payne, se desdobra essa história de empatia e aceitação entre pessoas totalmente diferentes.
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Com uma fotografia deslumbrante remetendo aos filmes dos anos 70, que aliás, é a época em que o filme se passa, interpretações excelentes do trio de personagens principais, mostrando a paisagem de inverno naquela região da América, tudo é funcional desde o tempo que contrasta com o sentimento de abandono dos personagens, como da possibilidade de explorar um ambiente enorme que ressoa na ausência de todas as outras pessoas.
As histórias de vida dos três personagens trazem mágoa, perdas e abandono e eles são os únicos que podem se apoiar nessa época tão emblemática do ano, em que a maior parte das pessoas estão com familiares ou com entes queridos, eles não.
O título de um filme traduzido no país poucas vezes fez tanto sentido, pois no original “The Holdovers” significa os remanescentes naquele prédio enorme, mas Paul, Angus e Mary cada um à sua razão, são “Os Rejeitados”.
Inteligente na mudança dos sentimentos dos personagens, porém à medida que o filme vai se aproximando do final, surgem aqueles velhos clichês de transformação do personagem misantropo e irascível, a um professor empático, pois finalmente Paul se dá conta de que não é a única pessoa que sofre e que seus motivos talvez não sejam mais trágicos que dos seus dois companheiros forçados e sim mais pessoais.
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Todos os atores tem seu momento de brilhar e além de ser um roteiro original, é mais um selo de qualidade Alexander Payne, que é um diretor bissexto, mas interessante de acompanhar, pois seu cinema parece ser o da conciliação.
Não com o mundo, mas entre os personagens que ele cria e desenvolve.
Imagens e Vídeo: Divulgação/Universal Pictures Brasil

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