Série da Netflix mostra relações humanas no subúrbio
O ponto final, marca o fim de uma frase ou assunto, mas no caso da série “Ponto Final” de Rodrigo Sant’Anna na Netflix é também o ponto de início de mais um sucesso. A série estreou em meados de Janeiro. Traz uma trama leve, divertida e cheia de situações cotidianas suburbanas em 7 episódios curtos.
O primeiro projeto de Rodrigo Sant’Anna após assinar a exclusividade com o streaming, até 2025, já diz a que veio: divertir com situações comuns.
Ambientada no “Ponto Final” da van clandestina dirigida por Ivan e também da linha de ônibus onde sua ex-mulher Sandra (Roberta Rodrigues) é motorista com a cobradora Alê ( Nany People).
Apesar de separados, ainda moram juntos e têm um filho, Ivandro (Faiska Alves). Ela por sua vez, namora um fiscal da linha interpretado por Tuca Andrada. Os diálogos entre o ex-casal e o atual dela são um saco de risadas.
Leia Mais: Rodrigo Sant’Anna protagoniza “A Sogra Que Te Pariu”, primeira sitcom multicâmera brasileira da Netflix
Destaques de “Ponto Final”
O tempo todo se percebe que no elenco “um levanta a bola para o outro cortar”, isso claro se deve à experiência e timing dos atores. Thardelly Lima é o mecânico Migué, que se destaca no elenco assim como Thamyres Borsan que faz a vendedora da lanchonete.
“Ponto Final” teve um grande investimento no cenário. Ele reproduz um ponto final com ônibus e vans em tamanho real, o que adiciona autenticidade à trama. A presença da platéia durante as gravações permite interação e o jogo de câmera mostra o quanto estão se divertindo, além das risadas ao fundo.
A iluminação, nas sequências no ponto final, também merece aplauso. Foi pensada para aproximar o público da série. Afinal, no subúrbio a luz é dura, como já disse Chico Buarque. Consequentemente, a da série também é.
“Ponto Final” conecta o público pela autenticidade
“Ponto Final” é uma série de enredo simples, mas não simplório. Faz com que o público de fato se relacione com ela por se sentir de alguma forma representado, por alguns fatos:
- Ter um motorista de van conhecido é algo bem comum no subúrbio.
- Ir até o ponto final é a estratégia para ir sentado e de forma menos desconfortável.
- A relação familiar, amorosa dos protagonistas não é incomum.
“Ponto Final” diverte e questiona
A série conquista seu objetivo de entreter de forma leve e, ao mesmo tempo, provoca pelo menos o questionamento inicial sobre as próprias atitudes:
- Sobre a aceitação de novos relacionamentos de parceiros antigos, apesar de render risadas nem sempre a situação é cômica.
- Conduta na separação, pois é claro que Ivan e Sandra ainda tem pelo menos atração entre si e ficam no “jogo de gato e rato”, que para uma série é divertido, mas na vida real nem sempre é.
- A necessidade de consumo muitas vezes por status. Vide a “bolsa saco de lixo” de Sandra.
Série retrata humor suburbano
Obviamente a série explora os tipos humanos suburbanos com tinta um pouco mais forte para remeter à comédia, mas não mente: o suburbano tem o humor como marca e Rodrigo Sant’Anna sabe muito bem disso.
A produção pode levar ao momento em que assistir em família ou amigos um provoque o outro com falas do tipo: “tá vendo, igual a você”; “você e fulano ficam assim igual a eles” e por aí vai. Naquele nível de intimidade que a família suburbana tem.
“Ponto Final” é o ponto de início de ótimas risadas despreocupadas e também daquelas sobre as próprias vidas, mas sem perder a graça. Agora é aguardar se haverá 2ª temporada.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.