Cinema é arte e arte tem o poder de afetar as pessoas de várias formas diferentes. Mas para realizar uma obra de arte, seja ela do gênero ou da qualidade que for, o trabalho é grande. Mas quando se fala de cinema, a variável do trabalho consegue ter um valor bem elevado nessa equação. E como estamos em tempos de ter um filme como “Artista do Desastre“ no cinema, precisamos lembrar das curiosidades e dos casos que já fizeram história nos bastidores de Hollywood.
Os atrasos e imprevistos em grandes produções podem acontecer, mesmo que esse seja o maior pesadelo para um estúdio. Já que cada dia no set de filmagem significa bastante dinheiro gasto. Talvez a maior história de um caso de produção turbulenta que atrasou muitos dias é do filme “Apocalypse Now“ de Francis Ford Coppola, a qual a locação (no sudeste asiático) sofria com seu clima cheio de tempestades que destruiu alguns cenários, o elenco fazia festas durante as filmagens e até o protagonista Martin Sheen teve um ataque cardíaco, o diretor teve um colapso nervoso e afirma que pensou em suicídio em vários momentos do seu trabalho durante o filme.
Ao contrário de orçamentos estourados, também existiram casos em que o filme teve um orçamento bem apertado, tanto que coisas de extrema importância tiveram que ser cortadas, talvez o caso que possa parecer mais bizarro, seja do filme “Amargo Pesadelo” em que o elenco concordou em fazer as cenas sem estarem com SEGURO DE VIDA. E como toda ideia ruim não passa impune, a ausência do seguro do elenco realmente fez uma diferença crucial, já que o astro Burt Reynolds quebrou o cóccix e quase morreu afogado em uma cena que descia uma cachoeira. O diretor até queria usar um manequim e poupar o ator nessa cena, mas o astro disse que conseguia dar conta do recado, Reynolds não conseguiu e esse acabou virando um doloroso capítulo em sua biografia.
Diretores são os responsáveis pela visão que vai contar a história do filme, seu tom e formato, quase como um maestro regendo uma orquestra. Mas há casos em que alguns fizeram questão de transformar todo o ambiente de trabalho das suas filmagens em um inferno, casos tão absurdos que conseguem deixar o Tommy Wiseau de “The Room“ no chinelo. Stanley Kubrick, por exemplo, em “O Iluminado“ deixou seu elenco tão nervoso que Jack Nicholson disse que “nunca mais iria querer trabalhar com ele de novo” e Shelley Duvall até começou a perder cabelo por conta do estresse. A cena em que a personagem de Shelley segura um taco de baseball nas escadas para se defender de Jack, teve mais de 127 takes! O choro da atriz nem era mais atuação, ela já tinha entrado em desespero querendo que tudo aquilo acabasse. Há quem diga que na cena em que Jack invade o banheiro com o machado a atriz arrancou o próprio cabelo de verdade, depois das dezenas de portas destroçadas e dos intermináveis takes rodados.
E em tempos de denúncia dos assédios cometidos na indústria cinematográfica de Hollywood, não podemos esquecer dos casos completamente grotescos em que houveram assédio abertamente na produção dos filmes e que se tornaram públicos. A produção do filme “Dançando no Escuro“, dirigido por Lars Von Trier e estrelado pela Bjork é um dos exemplos mais conhecidos. A atriz já disse em várias entrevistas que durante toda sua atuação no filme o diretor a assediava e fazia propostas sexuais que desde o início a atriz deixou claro que não eram bem-vindas.
A situação ficou tão tensa que em um momento até escutou do próprio diretor que ele iria invadir o quarto de hotel dela à noite. Esses abusos e o modo tirano, segundo Bjork, de como o diretor conduzia seu filme, a fizeram prometer nunca mais voltar a atuar na vida e focar apenas na sua música.
Mas talvez o pior de todos os casos envolvendo a sétima arte tenha sido do filme “Último Tango em Paris“, onde a cena de sexo anal protagonizada por Marlon Brando e Maria Sheneider foi feita sem respeitar em nada a atriz, (que deixou bem claro que não se sentia bem para fazer a cena). O diretor Bernardo Bertolucci a pressionou e no final a atriz cedeu, anos depois Sheneider afirmou que se sentiu estuprada diante da câmera e se recusou a falar tanto com o diretor quanto com Marlon Brando depois do ocorrido.
O cinema tem muitas histórias, das mais graves até as mais hilárias e essas foram só a ponta do iceberg. Tem algum caso que você gostaria que fosse descrito por aqui? Comente, fale e a gente conta, corre atrás e tenta dar uma aula de história sobre essas coisas que aconteceram envolvendo a sétima arte.
Por Fernando Targino
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