Essa semana chegou aos cinemas brasileiros a tão esperada estreia do clássico Disney A Bela e a Fera em sua nova versão. Visualmente lindo, o filme agradou muito aos fãs do clássico animado, que se emocionaram ao ver na tela seus personagens favoritos de um modo mais realista… E quando você pensa em produções live-actions, não é isso o que eles proporcionam? Uma aproximação maior daquele universo fictício com a nossa realidade?
Quando personagens ou histórias se tornam muito populares, a indústria cinematográfica já vê uma produção com atores de “carne e osso” como uma oportunidade de conseguir um sucesso de bilheteria, mas infelizmente em muitos dos casos, pouco se preocupam com a fonte original, fazendo com que os fãs só sintam mesmo desgosto por ver algo que tanto amam ser “destruído” numa tentativa de lucro.
Releituras são boas sim, são uma maneira de apresentar algo de uma geração anterior para uma nova de uma forma diferente. Isso pode ser considerado como licença poética, não está sendo dito aqui que seria algo ruim ou errado… Inclusive, há aquela turma que é contra qualquer releitura né? São as pessoas do tipo “não mexe no que já está bom”, sem dar uma chance para o novo e nem tentar conhecer um lado diferente de algo já conhecido. O novo deve ser defendido sim, releituras são bem-vindas, mas, realmente, em alguns casos, elas são dispensáveis, sendo melhor ficar apenas com o original mesmo.
Há casos e casos. Pensemos em algumas feitas até hoje e, já que o assunto do momento é “A Bela e a Fera”, vamos pensar apenas em live-actions. Começando por um dos melhores já feitos até hoje, “Os Flintstones – O Filme” (1994). Ainda que boa parte da crítica não o tenha recebido tão bem, o filme apresentou uma história simples e divertida, que manteve a simplicidade contida na série original dos nossos amigos da Idade da Pedra. O trabalho dos atores foi ótimo, John Goodman e Rick Moranis eram realmente Fred e Barney na telona! Esse é um exemplo de homenagem ao clássico, sem que sua essência fosse ignorada! O mesmo não se pode dizer do insosso Os “Flintstones em Viva Rock Vegas” (2000) que foi produzido alguns anos depois. Esse último deixou a desejar em todos os aspectos em que o primeiro foi brilhante.
Mas, se é pra falar de material ruim de verdade, o filme ideal é o dos irmãos Mario (“Super Mario Bros” – 1993). Bob Hoskins, protagonista de um dos melhores filmes (senão o melhor!) que mistura animação e live-action (“Uma Cilada Para Roger Rabbit” – 1988), teve o desprazer de vestir a roupa do encanador mais famoso dos games nesse filme tão terrível em todos os aspectos que não compensa nem ficar mais tempo falando sobre isso. Nesse caso, a turma do “deixem os clássicos em paz” está com a razão, deveriam mesmo ter deixado.
Agora, saindo de extremos, vamos lembrar dois filmes que tem pontos positivos e negativos. “Garfield – O Filme” (2004) tem suas qualidades. A maior delas (com o perdão do trocadilho, haha) é o próprio Garfield. Ele está fiel ao das tirinhas e desenhos animados produzidos até então, tanto nas características físicas como psicológicas. O próprio Jon também representou bem o dono trapalhão que sofre nas mãos (patas?) do bichano. Agora, não existe um bom motivo que justifique os personagens secundários não terem sido feitos em computação gráfica seguindo o mesmo padrão de Garfield. Menos motivos ainda para mudar totalmente a personalidade do Nermal. O roteiro também foi infantil ao extremo, encontramos enredos melhores nos especiais para TV dos anos 80 e 90. Mas, OK, com tudo isso, é uma boa releitura! Sua sequência (“Garfield 2″ – 2006) também é, com exatamente as mesmas qualidades e defeitos do primeiro, mas, um bom filme, de modo geral.
Outro caso parecido é o do “Zé Colmeia” (2010), uma das melhores adaptações e mais fiéis já feitas para o cinema! O ambiente, os personagens, tudo no filme nos transporta para o universo do ladrão de piqueniques mais querido de todos os tempos! Sobre esse, a única ressalva é: Por que tem que se colocar dancinhas no meio do nada? É uma parte do filme em que o público se dá conta de que se trata de uma releitura, pois foge do ambiente original, mas parece que é moda nos live-actions de criaturas fofinhas introduzir essas dancinhas no meio do nada, virou praticamente uma regra, que eu particularmente adoraria ver sendo quebrada de vez em quando… (Se acha que é exagero, veja novamente “Scooby-Doo”, “Garfield”, “Alvin e os Esquilos”, “Smurfs”, e por aí vai…).
Bom, hoje refletimos sobre alguns live-actions já produzidos, além de suas qualidades e problemas. Claro que vários não foram citados aqui, quem sabe não podemos fazer no futuro “Uma Reflexão Sobre Live-Actions– Parte 2”? Até porque é preciso falar sobre os últimos da Disney (“Cinderela”, “Mogli” e o novíssimo “A Bela e a Fera”), e há muitos outros interessantes e que valem a pena ser citados. Para finalizar, deixamos com vocês o Trailer de Pica-Pau, mais um live-action que está chegando esse ano, mas, isso é assunto para outro dia…
Imagem Destacada: Divulgação/Warner Bros. Pictures
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