“A Mediadora – lembrança” é uma série de livros lançada em 2000, sendo o primeiro “Terra das Sombras”. Imaginem, portanto, nossa surpresa quando soubemos que Meg Cabot iria lançar mais um livro dessa coleção maravilhosa e, pensávamos, que já havia terminado.
A história se passa 10 anos após os acontecimentos de “Crepúsculo”, último livro lançado até então. Suzannah, ou Suze, para os íntimos, está prestes a se formar em psicologia e trabalha na Academia Católica Junipero Serra, sua ex-escola; e está noiva do Dr. Jesse de Silva (quem lembra?). Esse casal era um ápice na nossa juventude, e demorou tanto para que eles ficassem juntos que os nossos eus de 12 anos não se controlaram e surtaram toda vez que líamos alguma passagem dos dois juntos.
Estava tudo muito bem, tudo muito bom, até que Paul Slater (o embuste do último livro) aparece na vida de Suze.
Como se não bastasse, a família de Suzannah vendeu a antiga casa na qual eles moravam para Slater, e agora ele é dono da propriedade. Não seria um problema se Suze não estivesse noiva de um fantasma que voltou à vida e se a ossada do dito cujo não estivesse enterrada bem ali.
Slater se ressente pelos acontecimentos do último livro e ameaça Suzannah com uma maldição que pode transformar Jesse em um demônio caso o seu local de descanso eterno seja perturbado. Para que tudo fique como está, Suze precisa dormir com Paul, só assim o milionário deixará o casal em paz.
Além do embuste milionário, Suze também tem que enfrentar o fantasma de uma menina louca que está determinada a acabar com sua vida caso ela chegue muito perto de uma certa estudante e agora paciente. O que ela não imagina são as reviravoltas que todos esses fatos poderão trazer para sua vida.
Apesar de termos amado a notícia da volta de uma saga ícone para muitas pessoas, algo de errado não estava certo. No primeiro momento tentamos negar, pois gostamos muito dessa série, mas negar a verdade é pior do que encará-la, e estávamos decepcionados com o rumo das coisas. Não que fosse uma premissa ruim de história, só não combinava com “A Mediadora” que conhecíamos e amávamos. E não era nem algo como “ah, a pequena Suzannah cresceu”, certas coisas só não encaixavam mesmo.
Realmente tentávamos não criar expectativas com leituras, mas a cada fim de capítulo nós nos perguntávamos: “Gente, cadê a nossa Suzannah?”. Entendemos que seja uma série juvenil, mas “A Mediadora” foi um livro que lemos com 12-13 anos e como a continuação foi lançada 10 anos depois, imaginávamos que os personagens iriam acompanhar os leitores, mas foi como se estivéssemos lendo um livro direcionado de fato para essa faixa etária.
Talvez tenha faltado um pouco de amadurecimento. Claro, Cabot quis manter certas características da personagem, porém faltou a maturidade que poderia ter dado um outro rumo à história. Suze continuava agir como se tivesse 16 anos, imatura e irresponsável e uma teimosia que distoava demais do que se espera de uma adulta.
Mas como fãs da série e da Cabot, deu para nos divertirmos e dar umas risadinhas como quem não quer nada. Se tem uma coisa que essa mulher faz, é construir personagens cativantes e engraçados que são fáceis de se apaixonar. Não é um dos melhores livros da coleção, mas entendemos que talvez a intenção da autora não tenha sido surpreender, e sim presentear os leitores de uma história tão especial quanto “A Mediadora”.
Por Paula Arbex
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.