“Eu sou louca, e aceito isso” [p.392]
Quase um ano se passou desde que Alyssa Gardner foi coroada a mais nova rainha do País das Maravilhas. Depois de ter salvado Jeb, ainda que isso lhe custasse apagar todas as lembranças do que eles viveram juntos, ela vive as delícias e as mazelas de ser uma adolescente no seu último ano escolar, prestes a viver seu baile de formatura.
Tudo não poderia estar melhor; sua mãe está de volta e seu pai vive em êxtase depois que a família, enfim, se reuniu. Ela está no relacionamento dos seus sonhos com o grande amor da sua vida. A arte está cada vez mais presente e com isso ela e Jeb, podem fazer planos juntos depois que termine os estudos. Até Morfeu parece ter dado um tempo. Alyssa é uma adolescente normal, vivendo uma vida normal.
#sqn
Se tudo fosse tão simples nós não teríamos o que falar na nossa coluna de hoje, né, amores?! A continuação de “O Lado mais Sombrio”, de A.G. Howard chega com mais aventuras, mais problemas, mais neuroses, mais paixões e aquele “Q” de fantasia que só nós meros mortais, somos capazes de apreciar. “Atrás do Espelho” é o segundo livro da trilogia. E nós, não perdemos nadinha por esperar.
Algo está errado no País das Maravilhas. Alyssa volta a ser procurada por Morfeu, já que na sua condição de rainha, cabe a ela parar a vingança da Rainha Vermelha. Porque sim, a Vermelhou voltou com sangue nos olhos, disposta a tomar o seu lugar (e o seu corpo) na tentativa de recuperar o seu reinado.
E nesse meio tempo, Alyssa ainda tem que convencer a si mesma a contar sobre sua vida dupla a Jeb, já que o jovem rapaz não se lembra absolutamente de nada da sua última aventura. Além de fugir das investidas de Morfeu, que não só jura que ela ainda vai ser dele, como ainda se coloca em tempo real em sua vida, já que se disfarça de um sedutor estudante de intercambio de sua escola.
Alyssa está prestes a enlouquecer, e isso não é no sentido figurado. Por mais que ela adore o País das Maravilhas e que ela saiba que sua vida agora está dividida entre ser uma intraterrena e uma humana, ela acredita ter escolhido seu próprio caminho com Jeb, vivendo em Londres. O que acontece no País das Maravilhas, fica no País das Maravilhas. E sua vida, aparentemente, não pertence mais àquele lugar.
Para piorar sua mãe, Alison, acredita que o modo como sua filha se veste, a leva diretamente às loucuras que acercam sua família, e ela que recém saiu de um sanatório, justamente para salvar a prole, não está disposta a deixar que ninguém estrague seus planos.
Pronto! A confusão não poderia ser maior. Alyssa está em uma espécie de cabo de guerra entre o real e o imaginário. Por que (sim!), é nesse livro que descobrimos que toda magia do País das Maravilhas vem da capacidade de absorver o imaginário das crianças. E não, isso não é um spoiler. Porque os meios (escusos) de como conseguir ter acesso a essa imaginação é o que realmente contam para história.
A.G. Howard tem uma maneira muito singular de conduzir suas narrativas. E assim como aconteceu no primeiro livro da série, ela volta com as grandes sacadas para que cada capítulo tenha uma reviravolta que deixe o leitor preso à história. E isso é tão fantástico quanto a própria narrativa em si. Ela se utiliza de subterfúgios para deixar tudo tão intenso e tão psicodélico, que não importa se Alyssa está em seu mundo real ou no País das Maravilhas.
Em suma, caros… entreguem-se. Sim! Mais uma vez se entreguem! Só assim esse livro faz sentindo. As loucuras transpassam as páginas. E no mundo real e difícil que vivemos hoje em dia, loucuras boas são muito, muito bem-vindas.
E se nos vale um spoilerzinho (porque ninguém é de ferro), o último capítulo é angustiante ao ponto de te fazer querer levantar do sofá e comprar o terceiro livro da série. Porque sinceramente… (aqui, leia um palavrão).
“O meu coração afunda de tal maneira que eu tropeçaria nele se desse um passo agora.” [p.104]
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