“Matéria Escura” conta a história do professor universitário Jasson Dessen que está feliz com a vida que construiu com Daniela e o filho, Charlie, mas eventualmente – como todos nós -, pensa “hum, mas e se naquele dia eu tivesse escolhido tomar um sorvetinho ao invés de correr para o trabalho? Onde eu estaria agora?”. Por conta da gravidez inesperada de Daniela, os dois trilharam caminhos que os desviaram do futuro “brilhante” que poderiam ter se as coisas tivessem ocorrido de forma diferente.
Quinze anos depois, nos encontramos na cozinha dos Dessen, onde Jason se perde em pensamentos enquanto observa a família preparar o jantar. Tudo muda quando, nessa mesma noite, Jason é sequestrado por um homem mascarado e acorda em um mundo que se parece muito com o seu, mas certas coisas não se encaixam. Primeiro, onde está Daniela e o filho? E por que todos parecem conhecê-lo, sendo que ele não faz a mínima ideia de quem são essas pessoas e do por que elas o conhecem?
Com essas duas questões em mente, Jason só quer voltar para casa e para os braços da esposa, mas nada é tão simples quanto parece. Neste novo mundo, Jason nunca foi casado e tampouco teve filhos. Então, será que aquela vida não passava de um sonho? Ele algum dia fora casado? Agora Jason não é mais um simples professor universitário, mas um gênio da física quântica que revolucionou a ciência com a comprovação da teoria de que existem infinitas realidades paralelas ao nosso mundo: cada vez que você fica em dúvida e precisa tomar uma decisão, cria-se uma nova realidade.
Agora imaginem se cada vez em que você tivesse que tomar uma decisão, um outro você, em algum lugar, fizesse justamente o contrário e assim por diante? Quantas realidades existiriam por aí? Apesar de ser um livro que trata (mesmo que ficticiamente) de uma teoria física, o autor não torna a escrita algo enfadonho e confuso de ler. Pelo contrário, é extremamente fluido (e esse comentário está sendo feito pessoas que não entendem nada (ou quase nada) de física).
Durante toda a leitura ficamos muito curiosos para saber como exatamente Jason iria voltar para a sua realidade e como e porquê ele havia sido sequestrado e mandado para esse outro mundo. Você realmente fica imerso na história e sente a confusão mental enquanto Jason tenta desesperadamente reencontrar sua antiga vida. Odiamos de todo o coração quem o sequestrou e pensamos que caso tivéssemos outras versões de nós mesmos espalhadas em outras realidades, nós não fôssemos tão horríveis como C-E-R-T-A-S V-E-R-S-Õ-E-S.
Se isso é alguma viagem alucinógena, não tem nada a ver com o que já ouvi a respeito. Nenhuma distorção visual ou auditiva. Nenhuma euforia. Não é que o lugar não pareça real, eu é que sou o elemento estranho aqui. O erro é a minha presença. Não sei explicar, mas essa é a sensação que eu tenho.
Toda trama é repleta de mistérios, então sempre que resolvíamos um, outro aparecia. Mesmo que no início demore um tempo para as coisas engatarem, até que você se ache na história e comece a entender tudo o que está acontecendo, a leitura te cativa e só paramos quando termina. Acompanhamos e torcemos para que Jason consiga retornar para sua família e sofremos cada vez em que esse desejo era frustrado.
O único ponto fraco para nós foi o final, que deixou a desejar, mas no geral é um ótimo livro para quem ama um bom thriller e procura uma história de ficção científica com uma série de mistérios e situações de tirar o fôlego.
Por Paula Arbex
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