Esses remakes de filmes são essenciais para qualquer amante de cinema
Remakes de filmes têm sido uma prática comum na indústria cinematográfica, muitas vezes provocando debates entre os fãs sobre se eles conseguem capturar a essência do original ou se são simplesmente imitações inferiores. Alguns remakes conseguem trazer uma nova perspectiva à história ou atualizá-la para uma audiência contemporânea (ou até mesmo, a audiência de outro pais), enquanto outros são vistos como desnecessários. Mas muitas vezes, a prática de refazer filmes se prova muito válida, e esses filmes provam isso:
Suspiria
É até difícil incluir “Suspiria” em listas de remakes, não por sua qualidade, mas por ser uma reimaginação completamente diferente do original, mesmo que apoiado nos mesmos conceitos. Nos dois, uma jovem bailarina entra em uma academia de alto prestígio, e se depara com horrores sobrenaturais que ameaçam a sua integridade. Entre o belo e o grotesco, o original de Dario Argento se tornou um clássico e influenciou diversos outros filmes de terror.
Entretanto, filmes são produtos de sua época, e muito da forma de se fazer horror mudou. Não atoa muitos defendem a existência do termo “pós-horror” para designar a nova leva de filmes com um tom mais voltado para o “terror psicológico”. E “Suspiria” de Luca Guadagnino utiliza de muitos elementos presentes nesses filmes recentes para criar a atmosfera ameaçadora e uma história perturbadora. Uma experiência divertidissima de se fazer em casa é assistir a ambos os filmes, um após o outro, e identificar neles elementos próprios de seus tempos.
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Scarface
Poucos sabem, mas o clássico de Brian de Palma estrelado por Al Pacino é na realidade um remake. No original, o contexto é uma Chicago dominada pelo crime organizado durante a era da proibição do álcool nos Estados Unidos. Tony, em ambas as adaptações, é um homem frio e sádico, com ambições violentas. Ambos geniais, entretanto o filme onde o cubano Tony Montana ascende na vida do tráfico é muito iconico, e apaga o seu antecessor.
Funny games
Michael Haneke, ganhou notoriedade mundial ao lançar “Professora de Piano”, em 2002. Mas antes disso, o diretor já havia lançado um dos seus filmes mais aclamados, “violência gratuita”, em 1997. O filme é um comentário metalinguístico sobre, quem diria: violência. Dois psicopatas invadem a casa de uma família e brincam sadicamente com os membros. Inteligente e visceral, muitos discutiriam sobre o porque de se fazer um remake. Mas o diretor, não obstante, refaz seu filme 10 anos depois, agora em inglês.
Muito pouco se difere entre os dois filmes, parte da cinematografia e algumas escolhas de jogo de câmera são alteradas, mas muito se mantém do original. Aqui, a mensagem se torna mais clara, além de fazer comentários voltados a imprensa americana. O grande diferencial pode ser apontado nas performances, onde a dupla de psicopatas são vividos de forma magistral por Michael Pitt e Brady Corbert.
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O enigma de outro mundo
O conto de John W. Campbell, “Who Goes There?”, foi adaptado diversas vezes para o cinema. Embora compartilhem a mesma fonte, os filmes têm abordagens bastante diferentes.
Um deles é “O Enigma do Outro Mundo” de 1951. Dirigido por Christian Nyby (embora muitos acreditem que Howard Hawks tenha tido uma grande influência não creditada), é mais um filme de ficção científica da era da Guerra Fria, com ênfase no suspense e na ação, mas menos foco no horror cósmico do desconhecido. Ele reflete os medos da época em relação à invasão alienígena e explora a ideia de trabalho em equipe e heroísmo coletivo contra uma ameaça externa.
Já em 1982, “John Carpenter” mergulha fundo no horror, na paranoia, e no desconhecido. Ele enfatiza o isolamento e a desconfiança entre os membros da equipe, enquanto o alienígena assume a forma de qualquer ser vivo, criando um ambiente de desconfiança constante.
Ben Hur
Infelizmente, comparar ambos os filmes pode ser, de certo modo, ingrato. “Ben Hur” de 1959 é considerado um dos maiores épicos de todos os tempos. E não poderia ser diferente, com um orçamento significativamente maior, foi capaz de apresentar cenas de corrida de bigas e batalhas épicas em uma escala sem precedentes para a época. Além disso, o filme de 1959 trouxe uma performance icônica de Charlton Heston no papel-título, contribuindo para a sua imortalização na cultura popular.
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The children’s hour
A peça teatral “The Children’s Hour” de Lillian Hellman inspirou o cineasta William Wyler a dirigir dois filmes. Entretanto, na primeira versão, devido a restrições do estúdio, muito da peça se perdeu. Os temas sobre homossexualidade foram considerados tabus, e o filme foi transformado em um conto sobre um triângulo amoroso de titulo “These Three”. Wyler, não obstante, retorna em 61, e refaz o filme com uma abordagem muito mais madura, tocando nos temas essenciais da obra original.
Por um punhado de dólares
Nesse clássico do cinema americano, o personagem misterioso de Clint Eastwood perambula pelo faroeste, e se vê dentro de um conflito violento em uma cidade remota. O que poucos sabem, é que essa sinopse poderia pertencer também ao clássico filme japonês assinado por Akira Kurosawa, “Yojimbo: o guarda costas”. Sergio Leone se inspira no mestre do cinema de samurais e, alterando o contexto, entrega um filme excepcional. Ao assistir ambos, é extremamente difícil não comparar os personagens de Clint Eastwood e Toshiro Mifune, além de questionar qual foi a melhor performance.
Imagem Destacada: Divulgação/Metro-Goldwyn-Mayer
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