Banda de Billy Joe joga para a torcida e vence de goleada
O Green Day despontou para a fama em 1994 a bordo do álbum “Dookie”, que vinha puxado pelo hit “Basket Case”. Naquela época, o rock ainda vivia o luto de Kurt Cobain, e com o fim do Nirvana, o Grunge parecia perder a força e a cena rock via nascer uma vertente que não deixava de ser um derivado da explosão de Seattle: o Punk Pop. Era como a mídia musical chamava as bandas que faziam um punk-hardcore palatável às FMs e que tinha a banda de Billie Joe Armstrong (guitarra e vocais), Mike Dirnt (baixo e vocais) e Tré Cool (bateria) como principal nome (seguido pelo Offspring, que se apresentou na noite de anteontem)
Os anos passaram e GD se tornou um dos maiores nomes do mainstream. Hoje fazem shows apoteóticos, apoiado em seu desfiladeiro de hits, com muita interação com a plateia, como o que foi visto na noite de ontem no Rock In Rio Brasil 2022.
A apresentação começa de forma inusitada. Depois da execução de “Bohemian Rhapsody” do Queen no sistema de som, chega um coelho animador de torcida no palco ao som de “Blitzkrieg Bop” dos Ramones. Logo em seguida, acende-se o telão com uma colagem de imagens alternando o logo da banda e imagens de shows e arquivos e a música do Ramones entra em um mashup com “We Will Rock You” do Queen e “I Love Rock N’ Roll” da Joan Jett.
Eis que entra a banda no palco detonando o hit “American Idiot”, cantado a plenos pulmões pelo público. em seguida, outro peso-pesado: “Holiday”, que foi seguida de outro petardo, “Know Your Enemy”, com direito a uma convidada da plateia cantando um verso no palco.
No sucesso seguinte, “Boulevard of Broken Dreams”, Billy Joe orquestrou um pedido de casamento, e a menina aceitou (lógico) cantando um verso de “Scattered” – do álbum do Green Day de 1997, Nimrod – e o rapaz gritou o nome de Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighter morto no início do ano. Na saída do palco aproveitaram para fazer uma selfie com o vocalista.
Mesmo apoiados por uma extensa lista de hits, ainda encaixaram covers como “Rock and Roll All Nite” do Kiss, com o logo do Green Day no telão estilizado como o da banda mascarada, e uma inserção de “Shout” do The Isley Brothers após “King for a Day”.
O que se vê no palco do Green Day é uma banda na sua plena maturidade, com um incrível domínio de palco e confortável no posto de uma das maiores do rock atualmente, mesmo que os últimos lançamentos não sejam assim tão incríveis. Além da força das músicas e da pirotecnia, Billy Joe é um frontman graduado na escola de Paul McCartney (na qual Bruce Springsteen e Dave Grohl também se formaram) e esbanja carisma e energia agitando a plateia e interagindo o tempo todo. Chamando até uma menina da plateia para tocar guitarra no palco com a banda em “Knowledge”, cover do Operation Ivy. E claro, não poderia faltar a protocolar bandeira do Brasil enrolada no corpo. Nela se lia frases contra o racismo, o facismo e o autoritarismo.
Com tanta vibração, ninguém arredou pé. Ontem não houve a debandada em massa na metade da apresentação vista no show do Guns N’ Roses na noite de quinta-feira, em que só os mais fanáticos (e resistentes) permaneceram na Cidade do Rock até o final.
Todos os hits foram acompanhados com muito entusiasmo do gargarejo até as fileiras mais distantes, e o momento mais apoteótico foi mesmo o primeiro sucesso, “Basket Case”.
Com a trinca “Wake Me Up When September Ends”, a épica “Jesus of Suburbia” e a balada “Good Riddance (Time of Your Life)”, com fogos no final e brindes de Tré jogados ao público, o Green Day encerrou o que, com certeza, foi o show mais animado desse Rock in Rio 2022.
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