O primeiro final de semana do Rock in Rio II (em janeiro de 1991) foi um sucesso! O destaque ficou por conta das apresentações de Prince, do Faith no More, dos brasileiros Titãs e Engenheiros do Hawaii, e nada como o Guns N’ Roses para fechar o primeiro domingo de shows.
O intervalo seria pouco, pois apenas na segunda feira não aconteceria nenhum show no Maracanã. Na terça o estádio voltaria a ser o palco de grandes apresentações, recomeçando o evento de forma suave e esquentando o público para o que ainda estaria por vir no restante da semana.
E foi assim que no dia 22 de janeiro de 1991 subiu ao palco a banda nacional Inimigos do Rei, que esquentou o público ainda com a luz do dia. A galera pulou ao som de “Uma Barata Chamada Kafka“, mas logo depois a mesma plateia daria espaço para a pegada mais leve e romântica da banda Roupa Nova, cantando sucessos como “Todo azul do mar” – fechando a participação brasileira no dia. Mas a noite que começava reservava ainda muito mais para o público presente, e quando o hip-hop com energia emanou da banda Run DMC a plateia logo respondeu junto e o Maracanã estremeceu. Todavia ainda faltava a atração principal da noite, o New Kids On The Block. A boy band formada nos anos 80 fechou a terça feira de shows com muita coreografia no palco e sucessos cantados até hoje como Step By Step. É importante destacar a quantidade enorme de fãs que levantavam seus cartazes com corações e mensagens para os então garotos do NKTB.
E para os fãs do metal, do rock pesado, e mais que tudo, de grandes bandas, o dia perfeito foi a quarta feira, 23 de janeiro, que começou com o som heavy metal do Sepultura balançando os alicerces do estádio em um show curto de apenas 30 minutos. Um episódio um tanto quanto desagradável também fez parte do dia, o cantor Lobão tocou duas músicas, xingou a platéia e foi embora após ser hostilizado pela mesma. Devido a esse problema houve um intervalo maior entre as apresentações mas, como ainda era dia, muita coisa boa ainda estava por vir. No fim da tarde, Megadeth “invadiu” o palco e trouxe de volta o rock pesado que pulsava na veia do público e nas guitarras da banda. Em seguida, quem assumiu o espaço foi a Queensrÿche, outra banda nome norte-americana na noite carioca, e outra de heavy metal a fazer um show brilhante aquela noite – digno de vários elogios. Com músicas como “The Hellion”, “Electric Eye”, “The Ripper”, a Judas Priest fez um show de sons potentes que empolgou o público que ali já estava ansioso pela principal atração da noite – o Guns N’ Roses que assumiria o palco do “Maraca” por mais uma noite. Axel Rose, como sempre polêmico, entrou para o show com uma camisa em homenagem ao Bukowski e, novamente, os caras arrebentaram com seus maiores sucessos, fazendo o público cantar junto clássicos como “Paradise City” e “Welcome to the Jungle”. E assim se encerrava a noite mais rock do RiR II.
A quinta feira de shows, por sua vez, foi marcada por problemas com o som dos palcos, fazendo inclusive com que Alceu Valença quase desistisse do seu show naquela noite. Entretanto, os shows aconteceram e mesmo a grande quantidade de problemas não foi suficiente para estragar o dia. Ainda com a luz do sol, Serguei subiu ao palco e depois desceu até o público para se entregar a multidão enquanto cantava “Summertime“. No fim de tarde, Laura Finocchiaro embalou a galera com sua voz marcante e músicas com “Gata da Rua” e, em seguida, Santana subiu ao palco para sua segunda apresentação naquela edição, em mais um show agradável. Prince, que fecharia a noite, acabou sendo a penúltima apresentação do dia. O show foi marcado pelas extravagâncias do cantor que fez desde rolar no chão a protestar contra Saddam Hussein. E, por ultimo, voltando ao palco e pegando uma plateia já anestesiada pelo show de Prince, Alceu Valença deu o ar da graça e fechou a noite com os seus sucessos.
A sexta feira de show já era a reta final do festival, e quem abriu o dia 25 foi Ed Motta com o hit “Um Contrato com Deus”. Depois o cantor fez uma dobradinha com a cantora que assumiria o palco posteriormente, Elba Ramalho. As duas atrações nacionais foram as responsáveis por esquentar o público para a grande noite que estava por vir. E a noite era para ser leve, divertida e também romântica, por que não? E foi assim que aconteceu o show do Deee-Lite, com as palmas do público acompanhando o ritmo das músicas e a coreografia no palco, e a apresentação de George Michael, que encerrou a noite levando uma satisfeita multidão para suas lembranças mais intimas com músicas que tocam fundo na alma.
Os brasileiros voltaram para o festival no sábado, dia 26, com o Nenhum de Nós que tocou sucessos do disco “Extraño”. Em seguida, era a vez do Capital Inicial tomar conta do evento com um show que firmou a banda ainda mais no cenário do rock nacional fazendo Dinho Ouro Preto mostrar todo seu potencial. Mas era só o começo, o dia tinha muitas atrações ainda! Information Society e a Debbie Gibson tomaram a frente e aqueceram o público para as grandes atrações daquela noite de sábado. E que noite, diga-se de passagem, o A-Ha levantou a platéia e fez o público cantarolar junto clássicos como “Take On Me“, numa performance que arrepia até hoje. Desacompanhado de sua banda, a RPM, Paulo Ricardo levantou o povo que vibrou com o sucesso “Revoluções Por Minuto”. E pra fechar a noite, foi a vez da Happy Mondays levar o público com seu som característico e finalizar o penúltimo dia de Rock In Rio.
O última dia do RiR II chegou de forma divertida com um entusiasmado Leo Jaime, que abriu o show naquele domingo – dia 26 de janeiro de 1991. E mais brasileiros ainda subiriam o palco naquele dia, Moraes Moreira e Pepeu Gomes fizeram uma dobradinha que animou ainda mais a platéia em um curto show de 30 minutos. Foi quando entrou no palco a banda Deee-Lite, que conseguiu sacudir a galera com seu segundo show naquela edição. Enquanto Lisa Stansfield, cantora britânica, trouxe uma pegada mais leve com uma voz afinada e boa de se ouvir no ritmo característico do Soul, George Michael foi o escolhido para fechar o Rock in Rio II. Como já havia feito na primeira apresentação, o cantor trouxe um show redondo, fazendo o público se divertir com as músicas mais dançantes e se apaixonar com as românticas.
Mesmo sendo o menor dos três primeiros, o festival teve um alcance considerável. Em uma época qual a internet era algo de outro mundo e a tv a cabo um privilegio de poucos, o evento conseguiu ser transmitido para 55 países ganhando visibilidade mundo a fora. Sem falar que a edição do Rock in Rio II foi especial, marcou uma geração que viu o Maracanã se transformar na Cidade do Rock com grandes astros da música nacional e internacional em apresentações inesquecíveis.
Nossas matérias sobre a história do Rock in Rio não param por aqui, na próxima quinta (10/07) falaremos sobre o Rock in Rio III.
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