Depois de um primeiro final de semana que serviu de testes, o Rock in Rio IV se afirmou um sucesso. Na quinta feira, quando os shows aconteceriam novamente, problemas como o transporte na Cidade do Rock já haviam sido amenizados. O festival ainda reservava muitos momentos épicos para os quatro dias finais que estariam por vir.
Som para todos os gostos
O dia mais eclético do festival seria na quinta (29/09). Contudo, seria também o dia mais fraco. A homenagem à banda Legião Urbana, especialmente à Renato Russo, agradou os fãs. Houve participação especial da Orquestra Sinfônica Brasileira. Em seguida, Janelle Monáe trouxe o soul pop direto do Kansas. Apesar de não ser uma das melhores apresentações do dia, ela se esforçou ao máximo para agradar o público.
Quando Ke$ha entrou no palco, o público não imaginaria o que estava por vir. A cantora fez de tudo, causando desde a roupa até na atitude excêntrica. Porém, sua apresentação foi uma das mais criticadas daquela edição. Jamiroquai veio com uma pegada de funk e jazz que agradou bastante. No final, ainda rolou um bis para a platéia com “White Knuckle Ride“. Fechando a noite, Stevie Wonder esquentou o público, até a galera se soltar de vez com “Garota de Ipanema”.
A sexta-feira foi em ritmo de festa. Quem abriria a noite seria Marcelo D2, com hits atuais e dos tempos de Planet Hemp. O Jota Quest não deixou ninguém parado. O público cantou junto em todas as músicas, o que fez com que a apresentação dos mineiros fosse bastante elogiada. Além disso, tudo foi registrado para um DVD lançado no ano seguinte (“Jota Quest – Rock in Rio“). E, encerrando o line-up nacional do dia 30, Ivete Sangalo trouxe seu axé arretado.
Lenny Kravitz fez um bom show, recheado de singles como “American Woman”, “It Ain’t Over ‘Til It’s Over” e “Fly Away”. Entretanto, a platéia não colaborou muito, pois já esperava a grande estrela da noite: Shakira. Infelizmente, a apresentação da colombiana não seria uma das melhores, até quando tentou agradar num dobradinha com Ivete Sangalo. Apesar de simpática e sempre interagindo com o público, o setlist escolhido não foi favorável e a apresentação foi mais performática do que cantada.
O RiR também é pop
O sábado foi o dia do pop rock romântico, dançante e de letras cheias de significado. Frejat abriu os trabalhos, colocando o público para cantar junto. Seu filho, Rafael, fez uma participação tocando guitarra. O Skank seria mais enérgico, com um setlist só de sucessos. Os mexicanos do Maná cantaram para os apaixonados. “Labios Compartidos“, o hit mais famoso deles aqui no Brasil, não poderia faltar.
Mas foi quando o Maroon 5 entrou, que a plateia delirou. A banda, que substituiu o rapper Jay-Z, fez o público cantar e dançar em uma das melhores apresentações da edição. Sem contar que Adam Levine vocalista fez as meninas suspirarem, ao cantar quase que todo o tempo sem camisa.
E a apresentação mais esperada da noite, entraria no palco já na madrugada de domingo: o Coldplay. Durante o show, Chris Martin tomou um tombo, pichou o Rio no palco e cantou vários singles como “Yellow“, “Viva La Vida” e “Paradise“. Canções mais antigas também fizeram parte do repertório, incluindo “Politik” e “God Put A Smile Upon Your Face“, do disco “A Rush Of Blood To The Head“. Não só os fãs, mas o próprio Roberto Medina elegeu o concerto como o melhor da quarta edição.
Rock para fechar com chave de ouro
O encerramento seria com muito hard rock, e os fãs do metal lotaram a Cidade do Rock. A chuva que viria no final do dia, lavaria a alma daqueles que puderam assistir a volta triunfal do Rock in Rio para casa. A noite de domingo começaria com os brasileiros. O primeiro a subir o palco foi o Detonautas Roque Clube. Durante o show, o vocalista Tico Santa Cruz aproveitou também para fazer uma crítica a José Sarney. Logo depois, Pitty, com um som mais pesado do que de costume, não deixou de fora grandes hits como “Me Adora” e “Equalize”.
Embora tenha feito uma apresentação mais tímida, o Evanescence conseguiu cativar o público com seu rock/metal alternativo. Porém, as bandas mais esperadas estavam por vir. Começando pelo System of Down, o rock pesado da banda dominou o palco. Foram 28 músicas, entre elas “Chop Suey!” e “Toxicity“, e ainda houve tempo para o vocalista mandar seu recado sobre ecologia.
O gran finale, apesar da chuva e atrasos, seria com o Guns ‘N Roses. O show começou quase três da manhã e terminou quase no raiar da segunda-feira. “Welcome To The Jungle“, “Sweet Child O’ Mine“, “November Rain” e “You Could Be Mine” não faltaram. Uma belíssima queima de fogos encerrou o sétimo dia de festival.
Sucesso absoluto
Um line-up sem defeitos, megaestrutura com diversas atrações, além de uma organização que foi se ajustando durante todos os dias de festival. Tudo isso foi a peça chave para que o Rock in Rio IV se firmasse no calendário da cidade do Rio de Janeiro.
Pesquisas realizadas ao final de cada noite demostraram o grande interesse do público em uma futura edição – o que ocorreu em 2013, 2015, 2017 e 2019. Com a ajuda da internet, televisão, jornais e rádios, o RiR IV foi um dos mais divulgados e moldou a nova era do evento.
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