Ele que já fez mais de 100 publicidades, atuou em “Tropa de Elite 2”, fez diversas peças de teatro, incluindo o musical “O Rei Leão” da Disney, participou de inúmeros programas e novelas, é professor e coach de atores, hoje está aqui para uma entrevista com a Woo! Magazine. Estamos falando de Rodrigo Candelot.
Ator, diretor, coach e também baterista, Rodrigo estará em cartaz na peça “Édipo e o Rei, Um Acidente Mitológico”que reestreia nessa sexta, dia 18 de maio, no Teatro dos Quatro. Nessa nova temporada o ator está substituindo José Karini e fará o papel de Laio.
Além da peça, ele também estará na segunda temporada do “Vlog da Mila”, que vai ao ar no dia 18 de Maio e será exibida no Globo Play e no Now.
Tivemos a oportunidade de entrevistar o Rodrigo e perguntamos sobre suas experiências no meio artístico e, também, sobre a peça que está chegando. Para saber mais é só acompanhar a entrevista e sobre informações de “Édipo e o Rei, Um Acidente Mitológico” acesse nossa agenda cultural.
Aimée Borges- Você já está no meio artístico há muitos anos, mas sabemos que o filme “Tropa de Elite” foi o que impulsionou a sua carreira. Como foi essa experiência de trabalhar com José Padilha e o que isso mudou em sua vida?
Rodrigo Candelot – Foi uma experiência incrível. E tive a sorte de ter trabalhado também com a Fátima Toledo, que é uma grande preparadora de elenco, talvez a maior do país. O trabalho que fizemos no filme, ao menos o de interpretação, teve muito trabalho conjunto, do Zé e dela. E isso foi muito bom para nos ajudar a desenvolver os personagens. De fato, passei a ter uma visibilidade muito maior como ator depois do Tropa e devo muito ao filme. Acho também que o Padilha foi muito feliz em fazer um filme numa época em que se falava muito dos podres do país mas ninguém teve essa coragem de escancará-los como ele. E hoje estamos vendo todo dia um novo escândalo de corrupção acontecer, uma pedra que já tinha sido cantada pelo Zé há anos.
AB- Você por muito tempo foi tratado como um ator de comédia, mas após o Tropa de Elite outras oportunidades, até mesmo de drama, apareceram em seu caminho. Essa versatilidade é muito comum no meio ou são apenas alguns atores que conseguem fazer bem comédia e drama?
RC – Sim, não são todos que conseguem fazer drama e comédia bem. É mais fácil um ator que faz comédia se adaptar ao drama que o contrário. A comédia, o humor, além de ter um componente natural em algumas pessoas, ele pode ser desenvolvido se for praticado. Mas uma pessoa que é humorista, que naturalmente faz os outros rirem, tem um dom. Ele já nasce com aquilo e tem uma facilidade. Não que você não possa estudar e virar um comediante, mas é bem mais difícil. O drama sempre é uma área de mais conforto para nós atores, mas também não é tarefa fácil. Na verdade, para ser um bom ator, tanto de drama quanto de comédia, tem que praticar muito. E se possível, nunca parar de estudar.
AB- Atuar em filmes, séries, peças e musicais tem sempre uma grande diferença. Você, além de ator, também é coach. O que você mais gosta de estar fazendo e qual trabalho foi mais marcante em sua carreira?
RC – Comecei a dar aula para substituir uma amiga num trabalho há uns 10 anos. Me apaixonei e nunca mais parei. Mas é um trabalho que exige muita entrega, paciência, dedicação e amor. E como dou aula para crianças também, essa entrega ainda tem que ser muito maior. Não é todo o mundo que tem paciência para dar aula para crianças. Eu posso dizer que fui um felizardo em termos de trabalhos que marcaram mais a minha vida. Desde cedo, fui estudando e me especializando em diversas áreas de atuação: teatro, tv e cinema. Fui estudando essas linguagens, entendendo e acho que tive destaque em três trabalhos. No cinema, Tropa de Elite 2, no Teatro, o musical da Broadway O Rei Leão e na TV a série infantil Detetives do Prédio Azul (DPA).
AB- Teatro e Musical por mais parecido que sejam aos olhos leigos, no final são bem diferentes e não é para qualquer um. Você atuou e cantou no Musical da Disney “O Rei Leão”. Qual a diferença na preparação de uma peça comum para um Musical na visão de um ator?
RC – Ah, é no meu caso foi muito diferente. Dizem que a carga de ensaios e preparação em musicais é maior que numa peça tradicional, mas a diferença é que o Rei Leão é o maior musical do mundo. Em tudo. Quantidade de cenários, figurinos, atores, bailarinos, arrecadação de bilheteria… Lá tudo era superlativo e trabalhamos com os Gringos que tem uma exigência muito maior. Eu tive que me preparar para cantar, dançar, atuar e ainda manipular um boneco, que era o pássaro Zazu. E esse foi o trabalho mais difícil. Me mudar para São Paulo, me adaptar ao frio e ao povo paulistano (logo eu, um carioca típico), fazer 2 espetáculos por dia, de 4ª a domingo, e ainda carregando um peso enorme nos braços, uma roupa pesada e uma maquiagem idem e ainda gravando as 2ª e 3ª no Rio o DPA, foi muito difícil e cansativo. Mas acho que foi uma das grandes experiências que tive na vida.
AB- Trabalhar com diversos públicos como crianças, adolescentes e adultos tem sido algo muito comum em sua carreira. Desde a série “DPA” à peça “O Filho do Presidente” seus trabalhos seguem de gêneros a públicos diversos. O que você espera desse público a cada produção concluída?
RC – Fico muito feliz que consigo levar minha arte à vários públicos diferentes e ter esse reconhecimento de formas distintas e sinceras. Fazer o DPA, o Tropa, uma peça americana independente que foi O filho do Presidente, com uma temática especifica daquele país, tudo isso é um desafio. E faço sempre com muito amor e entrega, e o público reconhece isso. Então, sinto uma felicidade enorme quando pessoas me encontram na rua e me dizem que me viram numa peça, num filme ou numa série de tv. Tem aquela máxima que volta e meia perguntam aos atores: que novela você está fazendo? Quando vou te ver de novo na televisão? Eu já tenho outro perfil. Eu gosto de desafios. Gosto de fazer série de TV, Cinema, Teatro, dar aula e o que mais vier pela frente. Tem ator que gosta mais de fazer TV, outros de fazer cinema, eu gosto de trabalhar.
AB- Para quem não sabe, você possui uma banda chamada Gatunos do Rocha, que criou o Cassino dos Gatunos. Qual é o objetivo desse projeto que já atua em várias casas no Rio de Janeiro há 4 anos?
RC – Alegria, felicidade, extravasar e fazer os outros se divertirem. A gente que é artista adora um pouco de todas as formas de expressão: canto, dança, artes plásticas, etc. Eu toco bateria desde os 13 anos. Foi a primeira forma de manifestação artística que experimentei. E nunca mais parei de tocar. Teve uma época que até pensei em ir para os States estudar batera, mas aí passei para a faculdade de Comunicação Social e enterrei esse sonho. Mas procurei sempre ter bandas e tocar bateria, nem que fosse de forma amadora. Já os Gatunos começaram como uma brincadeira há 8 anos, para tocar numa festa de encerramento de uma peça que fiz, e não paramos mais. Há 4 anos criamos esse projeto, o Cassino dos Gatunos, que é uma grande brincadeira e homenagem ao Cassino do Chacrinha, que já passou por várias casas e hoje estamos tocando na Drinker e na Jungle, em Botafogo, uma vez por mês, em cada casa. E fazemos casamentos, festas fechadas e festas para empresa. Já fomos tocar até em Cuiabá, no Mato Grosso do Sul, num casamento.
AB- Em seu novo projeto, “Édipo e o Rei, Um Acidente Mitológico”, teremos a possibilidade de ver mais uma vez a história de Édipo, Laio e Jocasta. O que diferencia essa produção das demais?
RC – Essa tem uma característica: é uma comédia. Já vi muitas montagens de Édipo Rei mas é a primeira vez que vejo uma farsa, uma grande brincadeira com o mito de Édipo. E esse é o diferencial da peça. Uma história clássica não levada a sério, com uma grande caraterística de subversão, com pitadas de besteirol, muito humor e com um texto muito bem adaptado pela Laura Rissin e uma direção precisa, mas despretensiosa, do Adriano Coelho. E o elenco está muito afinado.
AB- Ainda sobre a nova peça, conte-nos um pouco sobre o seu personagem o Rei Laio. Como foi a construção e o que devemos esperar dele?
RC – Eu entrei nessa temporada na peça para substituir um grande amigo, o ator José Karini, que não pode estar presente dessa vez. Fiz uma construção a partir do que ele propôs, mas como tenho uma veia grande de comédia, dei uma enfatizada mais em alguns pontos, como a homossexualidade de Laio e sua relação de submissão à esposa, Jocasta, que está sendo muito bem interpretada por Verônica Reis. Ou seja, procurei deixar Laio mais leve, menos formal, divertido e um gay elegante mas que dá umas pintas brabas de vez em quando! Ele tem uma queda grande, que vai se transformar num amor, por Édipo. E essa relação com Édipo cresce ao ponto de Jocasta entrar nela e virar um triângulo amoroso. Brinco na peça que o Poliamor está em alta, mas Laio gostaria mais de ser um amante à moda antiga, monogâmico.
AB- Para finalizar nossa entrevista, qual dica você daria para os jovens que estão começando no meio artístico agora?
RC – Estudar, estudar, estudar. E nunca deixar de fazer um papel se não for grande o suficiente. Grandes atores transformam personagens que não tem fala por exemplo, em protagonistas muitas vezes. E como dizia o nosso mestre Stanislavski, ame a arte em você, não você na arte.
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