Nessa segunda parte das influências de Star Wars, vamos falar um pouco mais sobre as coisas que trouxeram certa seriedade e gravidade para o texto dos filmes e não apenas ao seu visual. Quais elementos que foram utilizados para enriquecer a mitologia desse universo que George Lucas arquitetou por tanto tempo e que foi expandido por outros artistas, tanto em livros, quadrinhos, quanto desenhos e agora com outros diretores na terceira trilogia.
Filmes sobre nazismo e segunda guerra mundial
Que é totalmente perceptível que o Império em Star Wars é um regime fascista e opressor, isso consegue ficar bem claro, mas desde o primeiro momento George Lucas queria que o espectador relacionasse os vilões da saga com o regime nazista e para isso ele foi atrás de todos os elementos que pudessem trazer essa ideia na cabeça de quem estivesse vendo os filmes.
Os figurinos cinzas e pretos que lembravam uniformes alemães, o senso de hierarquia militar extremamente rígida e que chega a ser cruel em certos momentos (como sempre foi retratado o senso de organização nazista pelo cinema hollywoodiano) e também as cenas de batalhas de naves em que acabam lembrando batalhas aéreas de filmes sobre a segunda e até da primeira guerra. Onde há várias mortes, pilotos da aliança rebelde sempre morrem com um senso de sacrifício estampado em seus rostos e os pilotos imperiais sempre mascarados para mostrar que são apenas peões de uma máquina muito maior.
Shakespeare
Existem vários elementos do dramaturgo inglês no desenvolvimento dramático dos personagens de Star Wars, talvez o mais latente seja com o personagem do Luke Skywalker. O garoto que quando é descoberto por aqueles que conheceram a trajetória do seu pai, é incumbido com a missão de ajudar a salvar o dia e até redimir os atos de seu progenitor, durante seu amadurecimento fala com fantasma que faz papel de mestre e figura paterna e durante duelos de sabre tem revelações e epifanias sobre seu lugar no mundo e sobre como deve agir. Analisando todas essas situações e a curva de evolução que todos os personagens da história tem, conseguimos perceber que não estamos falando apenas de uma aventura fantástica no espaço, mas também de um drama. Todos esses elementos fazem parte do monomito descrito por Joseph Campbell, mas também tem várias cenas que lembram peças de Shakespeare como Hamlet e Macbeth. Até o próprio Kylo Ren tem seu momento teatral quando fala com o capacete de seu avô, uma cena que é claramente inspirada no momento que Hamlet encontra com o crânio de Yorick.
Governo Bush
Sim, vamos lembrar também da trilogia dos anos 2000, mesmo que os filmes não sejam tão bons quanto os três primeiros lançados, existem alguns elementos interessantes, um deles é sobre a política americana da época. O presidente Bush estava no poder e os Estados Unidos tinham sofrido o atentado das Torres Gêmeas do dia 11/09, e isso desencadeou na invasão do Iraque e uma série de outras medidas não tão democráticas tomadas pelo governo americano. Há também a reeleição de George W. Bush que mesmo não sendo um presidente que tinha ganhado popularidade no seu primeiro mandato conseguiu se prolongar no cargo por conta de seu discurso belicoso em que se mostrava preparado para proteger seu país dos inimigos que estavam querendo ameaçar a América.
No filme “A Vingança dos Sith” existe a figura do Senador Palpatine (que se torna o imperador), que diz que os sith devem voltar e que os jedi devem ser destruídos para que assim a paz possa reinar sem qualquer ameaça. Que todo o ato que for tomado, tendo esse objetivo como fim, consegue ser justificado. Com esse discurso ele consegue a simpatia de Anakin e ganha a votação no Senado Galáctico dando a ele poderes absolutos e o tornando imperador. Se uma coisa pode ser dita de positiva sobre a direção de George Lucas nos filmes da nova trilogia, é que ele soube usar sua obra para criticar de forma bem certeira a política americana da época.
E essa foi a segunda parte sobre as coisas que influenciaram Star Wars, gostou? Quer mais? Conhece mais elementos que enriqueceram a saga? Comente e nos diga! Quem sabe fazemos mais uma continuação, afinal todos nós somos fãs dessa história tão única que se passa numa galáxia muito distante.
Por Fernando Targino
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