Fomos bater um papo com Natasha Diggs: DJ, artista, performer e espírito livre — essa última está na bio! — que se apresentou no The Town na quinta do Palco New Dance Order. Em sua passagem à Woo, Diggs nos contou um pouco sobre suas influências e reflexões sobre a carreira.
Strike a pose
Nick de Angelo: E aí, tudo bem? Eu sou o Nick, da Woo! Magazine. É um grande prazer poder te conhecer hoje e, novamente, muito obrigado por poder nos conceder essa entrevista!
Em suas entrevistas você sempre fala de forma passional sobre o começo de sua carreira, cavucando atrás de discos e isso fala bastante sobre sua habilidade de transicionar com facilidade entre gêneros. Falando de raízes brasileiras e latinas, você tem alguma influência que te ajudou e tem te ajudado a moldar seu estilo?
Natasha Diggs: Sim, eu sou super inspirada pela música brasileira. Ainda estou aprendendo um monte de coisas, mas Gal Costa, Marcos Valle… Jorge Ben Jor foi uma das primeiras pessoas que comecei a colecionar os discos e meio que foi minha introdução à musica brasileira.
A partir daí foi João Gilberto — e tem tantos [artistas] brasileiros incríveis e também… Nova Iorque é uma grande salsa e tem também a comunidade porto-riquenha e… acho que definiria assim e que foi crucial para meu crescimento e construção de um “match” musical.
N.A.: Então de garota colecionando discos à mulher adulta em turnê tocando em grandes festivais. Qual é a sensação de estar aqui no Brasil — não pela primeira vez, no entanto! — e o que mudou na sua vida para além do lado artístico?
N.D.: Yeah! É definitivamente um sonho estar aqui. Acho que sempre, mesmo quando eu era… — por muitos anos eu sonhei de vir ao Brasil, então estar aqui é sempre um sonho se realizando.
Eu só comecei a vir aqui cerca de dez anos atrás, mas adoro estar aqui: as pessoas, a atmosfera do lugar, a energia da terra, tudo isso conversa comigo, me toca e me sinto em casa aqui. E simplesmente amo a paixão e espírito das pessoas; me sinto em casa aqui. Tem sempre hospitalidade e sinto estar em casa.
N.A.: Não necessariamente o processo de todo mundo vai ser linear e inspiração pode vir de qualquer lugar. Que outras fontes, como cinema e literatura, têm ajudado no seu processo criativo?
N.D.: Acho que minha maior fonte de inspiração é a natureza. E estar em… você sabe… a arquitetura do Universo, a maior arquitetura que há por aí. Então para eu me reconectar e reestabelecer minhas energias eu geralmente vou à praia, vou à floresta, vou aos bosques… [risos].
Eu acabei de vir do Burning Man, então estava no deserto e lá também era lindo: os nasceres do Sol, pores do Sol, as luas cheias, me lembravam que somos pessoas da Terra e estamos aqui na natureza, e quando você lembra disso temos inspiração para fazer de tudo, porque essa é a maior fonte de inspiração que pode haver.
N.A.: Falando especificamente da “Soul in The Horn” e seu crescimento para além, talvez, de suas expectativas, como é que é trabalhar ao mesmo tempo com moda, estética, música e enquanto tendo que lidar com pessoas de todos os cantos do mundo? Qual sua parte favorita nisso e que contribuições você acha que essa mistura pode trazer pra música?
N.D.: Acho que para mim não há separação. Arte, música, moda, cultura; tudo vive junto em uma única coisa. Então quando eu estou de DJ não é sobrea música apenas, mas sobre como se mexer diante dela, é sobre como você monta seu vestuário para a música — esse é um elemento muito importante daquelas grandes gravações dos anos 70, da música disco, hip-hop, house — era um grande elemento também na representação da música e era o que a tornava tão incrível.
Então acredito que o que sonho é simplesmente o meu único e autêntico eu, de forma que quero que as pessoas se sintam confortáveis de se expressarem da maneira que quiserem.
Acho que me expressar juntamente à música… estou sempre pensando sobre ela, sobre o jeito que me visto, como me sinto. Então acho que todos deveriam se sentir bem livres para se vestirem e expressarem da maneira que seus espíritos se sentirem melhor e como a música os move.
N.A.: Muito obrigado, Natasha. Para encerrar, gostaríamos de saber o que podemos esperar de sua música em 2023 e talvez 2024!
N.D.: No momento estou trabalhando em muita música, trabalhando em desenvolver o aspecto de performance em palco [risos], e hoje estou muito contente de poder ter meus dançarinos, Abdiel, meus parceiros de dança que sempre estão comigo participando [aqui no The Town] comigo.
Eu gostaria de trazer esse espectro de experiência multidisciplinar para as pessoas, então, yeah, você pode esperar mais música vindo ao fim do ano e no próximo ano também!
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