Imagine que a Torre Eiffel simplesmente descolasse seus quatro pés das fundações e saísse por aí aterrorizando o mundo! E que pra detê-la somente seria possível com a ajuda de sete crianças nascidas exatamente no mesmo dia e horário, mais precisamente às 23h38, momento no qual Tom “Brigador” Gurney nocateou a Lula Alienígena de Rigel X-9. E essas sete crianças são comandadas por Sir. Reginald Hargreeves, conhecido como “O Monóculo”, um alienígena mascarado de empresário milionário que adotou essas crianças especiais com o objetivo claro de treiná-las para salvar o mundo de ameaças desconhecidas.
Seja na literatura, nos quadrinhos ou no cinema, de tempos em tempos surgem histórias completamente fora da caixa, com temáticas tão inusitadas quanto sua execução. Definitivamente esse é o caso de “The Umbrella Academy”, idealizada e escrita por Gerard Way (da banda My Chemical Romance) e ilustrada por Gabriel Bá (conhecidíssimo quadrinhista brasileiro). Não por acaso a compilação de seis capítulos foi a vencedora do Eisner Award de “Melhor Minissérie” no ano de seu lançamento, 2008. Com uma premissa excepcional, roteiro conciso e artes maravilhosas, não tardou para que a série publicada pela Dark Horse (e pela Devir, no Brasil) se tornasse um sucesso, gerando mais dois volumes encadernados e ainda uma promessa de virar série da Netflix.
“The Umbrella Academy” se passa em um universo alternativo onde o Presidente Kennedy não foi assassinado. A equipe de garotos liderada pelo cientista de renome mundialmente é descrita como uma “família disfuncional de super-heróis”. Embora tenhamos sete componentes, naquele momento de seu nascimento foram quarenta e três crianças geradas espontaneamente por mulheres que não apresentavam sinais de gravidez. Entretanto o Monóculo só conseguiu encontrar estes sete, os quais foram chamados de Spaceboy (Luther Hargreeves), Kraken (Diego Hargreeves), Rumor (Allison Hargreeves), Séance (Klaus Hargreeves), Número Cinco (The Boy), Horror (Ben Hargreeves), e Violino Branco (Vanya Hargreeves).
O episódio a respeito da Torre Eiffel foi a abertura do primeiro arco de histórias intitulado Volume 1: A Suite do Apocalipse, época em que os super-seres ainda eram crianças. Após uma década sem muita atividade, os sete irmãos desiludidos tomaram rumos diferentes e tentaram tocar suas vidas individuais cada qual com seus dramas pessoais. No entanto o perigo está sempre à espreita e em breve outra ameaça mundial vai exigir o reagrupamento da Umbrella Academy. Além do arco inicial, este primeiro volume encadernado possui histórias curtas raras e uma seção de desenhos e esboços apresentando trabalhos feitos por Bá, Jean e Way.
O Volume 2: Dallas começou a ser lançado no ano seguinte, também em capítulos separados. Neste roteiro o aprofundamento dos personagens é mais intenso, explorando ainda mais as questões pessoais dos irmãos Hargreeves, os quais novamente precisam superar suas dificuldades e se reunirem para salvar o mundo.
Após quase dez anos de pausa, finalmente teremos o lançamento de Volume 3: Hotel Oblivion na San Diego Comic-Con de 2018. A expectativa é grande, pois ainda neste ano será o lançamento da série de TV produzida pela Netflix. Inclusive boa parte do elenco já está definida: Ellen Page será Vanya, Tom Hopper será Luther, Emmy Raver-Lampman viverá Allison, David Castañeda interpretará Diego, Robert Sheehan dará vida a Klaus e Aidan Gallagher será Number Five.
O que mais cativa o leitor em “The Umbrella Academy” é a forma como os roteiros tratam com extrema naturalidade as premissas e eventos excêntricos das tramas. É aquele tipo de história em que ficção, fantasia e realidade se misturam de forma tão harmônica e natural que fica difícil separá-las. Todos os personagens são tridimensionais, ou seja, possuem personalidades bem construídas e trabalhadas de forma a torna-los quase reais. O humor ácido presente eventualmente vem em perfeito equilíbrio com os dramas pessoais.
Um capítulo à parte são as artes deslumbrantes dede Gabriel Bá. O estilo característico do gêmeo está lá presente com seus traços angulosos e personagens deformados fazendo uma harmonia perfeita com o conceito de universo criado por Way. Valorizando ainda mais estes traços vem a colorização incrível de Dave Stewart, com paletas de cores de fazer cair o queixo, sempre em total sinergia com o clima da trama que se desenrola. Por fim, ainda que num estilo diferenciado, as capas originais de cada capítulo ilustradas por James Jean são dignas de se tornarem belos pôsteres.
Julho está logo aí, então já comece a se preparar para o lançamento do terceiro volume de “The Umbrella Academy”!
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.