Olhando para o passado para compreender o futuro
Com o passar dos anos, cada vez mais informações sobre produções antigas vão ficando esquecidas, razão pela qual temos que manter sua memória viva e celebrar o legado que elas deixaram no presente.
Selecionamos 10 curiosidades obscuras sobre animes clássicos e que mesmo os fãs mais hardcore não devem conhecer.
A cauda de Goku foi cortada por… preguiça
A preguiça move a humanidade, para alguns mais do que para outros. No caso de Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, não foi constrangimento algum confessar que a razão do plot de Goku perder a cauda estava relacionado a preguiça. Como com o tempo percebeu que desenhá-la tomava algum tempo, razão pela qual decidiu se livrar dela algumas vezes durante o mangá.
A princesa e o cavaleiro deu origem aos seus personagens favoritos
Do japonês Ribbon no Kishi (“O Cavaleiro de Lacinho”), a icônica Safiri de Osamu Tezuka, que por si só é o nome de referência para os animes modernos, inspirou a protagonista Oscar de Jarjayes, que criou toda uma tendência de homens no estilo bishounen, tendendo a androginia, e que o leitor deve se recordar com personagens como Hyoga de Cisne de “Os Cavaleiros do Zodíaco“, ou Griffith de “Berserk” — esse último… bem, talvez não tão amado assim.
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Elfen Lied inspirou Stranger Things (e provavelmente o filme Lucy!)
Quem viu similaridades entre o anime de 2004 e a série de estrondoso sucesso não imaginou coisas. Confirmado pelos Duffer Brothers, “Elfen Lied” realmente serviu como uma das inspirações para “Stranger Things”, com a personagem Eleven sendo um paralelo direto com a heroína-trágica Lucy.
Menos vocal que isso são as vezes que Hollywood pegou obviamente material de fora da bolha e transformou em filmes de sucesso sem sequer admitir essas inspirações. O longa “Lucy”, de 2014, estrelado por Scarlett Johansson, segue essa toada, muito embora não haja nenhuma confirmação oficial — e provavelmente nunca haverá.
O desaparecimento da personagem May, de Pokémon
Para muitos a companheira feminina de Ash predileta, May esteve na jornada de Ash durante todo o continente de Hoenn, além da Batalha da Fronteira (Kanto-Johto), retornando para um reencontro em Sinnoh para cinco episódios especiais (2008) e desaparecendo desde então. Com “Pokémon Journeys” (2019–2023), a temporada de celebração da aventura de Ash em que ele reencontra seus antigos parceiros, havia grande expectativa para sua participação, o que não ocorreu.
O motivo para isso é um pouco mais triste do que o leitor pode imaginar: Kawana Midori, conhecida como KAORI, a voz original de May, revelou em 2012 em um post (hoje apagado) em seu blog que descobriu o diagnóstico de disfonia espasmódica, que causa desconforto e afeta a qualidade na produção de sua voz. Não houve uma substituição, e provavelmente não haverá, considerando a cultura japonesa acerca dos atores de voz. Essa é a razão pela qual May desde então só apareceu em flashbacks ou cenas que não exigem voz, como na torcida por Ash pelo título de campeão mundial.
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Sazae-san não é TÃO longo assim
Que “Sazae-san” é o anime mais longo e longevo da história isso é trívia que boa parte dos otakus sabem (principalmente fãs de “One Piece”). Indo ao ar desde 5 de outubro de 1969 até os dias de hoje torna a produção um milagre vivo (por ainda estar de pé), e uma parte importante da cultura japonesa — afinal, a única certeza é que amanhã o Sol irá nascer e “Sazae-san” continuará rodando.
O que pouco se fala, no entanto, é que a produção não tem tantos episódios originais assim. Apesar de sua exibição não ter parado desde então, não são poucas as vezes que os episódios da família mais famosa do Japão são na verdade combinações de reexibições exibidas como se fossem inéditos. No cálculo final, há bem menos episódios do que uma produção ininterrupta desde os anos 60, o que não deixa de ser impressionante.
Animes antigos pareciam mais americanos
Antes da tendência dos olhos gigantes que dão o tempero que nos faz dizer que uma animação é de origem japonesa, ou no mínimo inspirada (como a série “Avatar”) as coisas não pareciam tão autênticas assim. Foi com trabalhos inspirados a partir de Osamu Tezuka que isso começou a mudar, e se você olhar animações anteriores, é até difícil de dizer se não estamos assistindo um cartoon americano.
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O primeiro shounen? Ou ao menos o primeiro super-herói do Japão
A ideia de demografia/público alvo demorou décadas para se consolidar, com “Astro Boy” (1963) sendo o primeiro a atingir o feito de levar um anime a um bloco de meia hora; na prática, o primeiro shounen. Se esticarmos a corda, é possível traçar para “Fantomas“ (1967), o título de primeiro super-herói japonês através de suas origens na arte do Kamishibai na década de 30 — atribuir, enquanto anime, o título de primeiro shounen é, no entanto, um salto lógico irracional. Sua fórmula de narração formulaica com moral do dia ao fim e foco nos personagens masculinos, no entanto, tendem ao shounen — ainda que isso implique discutir questões culturais muito particulares do Japão.
Freeza não tinha nenhuma evolução até 2015
Ditador impiedoso e dos mais lunáticos adversários dos Guerreiros Z, Freeza não tinha nenhuma evolução efetiva até 2015, com o lançamento de “Dragon Ball Z: O Renascimento de ‘F'”. Até então, tecnicamente todas suas transformações eram apenas downgrades, formas cujo objetivo era limitar seu verdadeiro potencial, o que mudou com a adição do Golden Freeza.
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O anime que você viu na infância talvez não fosse bem assim…
Talvez você não saiba, mas o anime que você viu na infância não era bem como você se lembra. Isso porque durante muito tempo animes eram trazidos ao Brasil através da 4Kids, que adaptava as obras ao público estadunidense. Algumas alterações infames são bem conhecidas, como mudar o cigarro de Sanji de “One Piece” para um pirulito com fumaça, ou alterar a comida de “Pokémon” para algo mais reconhecível pelo público ocidental.
Outras, no entanto, são muito mais drásticas, a ponto de afetar profundamente o conteúdo da história do original. Esse é o caso, mas não exclusivo, de “Tokyo Mew Mew” (2002), no Brasil conhecido como “As Super Gatinhas”, e que tamanhas foram as alterações que essa pode ser considerada uma série a parte como nos foi apresentada na infância.
A primeira garota mágica
Como muitos pioneiros, apontar quem foi o primeiro a alguma coisa sempre é terreno para confusão. Podemos dizer com alguma segurança, o que não quer dizer que essa tenha sido uma ideia completamente original e que partiu do nada, que a primeira garota mágica, como nós conhecemos seria Sally de “Mahoutsukai Sally” (1966). As meninas com uniformes à Power Ranger? Bem, isso é coisa de “Sailor Moon” (1991) para frente
Imagem Destacada: Divulgação/Amazon Prime Video.
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