Se você é um viciado em séries como essa colaboradora que vos fala, então já sabe do que estou falando. Se você não sabe, é com prazer (e algumas críticas) que eu te apresento a 3%, a primeira série brasileira exibida e produzida pela Netflix.
Criada por Pedro Aguilera, a série conta a história de um Brasil pós-apocalíptico. A maior parte da população mora no Continente, um lugar extremamente pobre, onde faltam os recursos básicos, como água, comida e energia. Ao completar 20 anos, todo cidadão pode participar do Processo, uma seleção que oferece a chance de passar para o Maralto, onde não falta nada e a vida parece ser infinitamente melhor. Somente 3% são aprovados nesse Processo, que não é nada justo, após serem submetidos a provas físicas e psicológicas para recrutar apenas os que são dignos. Como uma boa história de meritocracia numa sociedade nem um pouco justa, existe a Causa, uma organização que é contra o Processo.
A Netflix volta a apostar no formato de 8 episódios, o que mais uma vez dá certo, não sobrecarregando o espectador e nem causando ansiedade por mais episódios. Assisti a temporada numa das minhas viradas de madrugada e foi bem difícil parar para dormir.
Trás no elenco nomes conhecidos: João Miguel como Ezekiel, o líder do Processo, Bianca Comparato como Michele, a personagem principal que está no Processo para descobrir a verdade sobre sua família, Mel Fronckowiak como Júlia, a esposa de Ezekiel e Sérgio Mamberti como Matheus, que acredita que o Processo deveria ser mais justo e mais inclusivo. Além disso, tira da “geladeira” alguns atores que nos causam aquela reação (eu, particularmente, adoro!): “eu conheço essa pessoa de algum lugar”.
Se 3% peca em alguma coisa é exclusivamente na questão do roteiro. O destino de alguns personagens é previsível, porém, eles acertam ao apostar na máxima “você é o criador do seu próprio mérito. Aconteça o que acontecer, você merece!“. A série insiste na questão da representatividade (palmas!), trazendo mulheres negras em posições de poder e personagens que vivem à margem social, como o cadeirante Fernando, interpretado pelo ator Michel Gomes.
Chamo atenção para algumas questões levantadas durante a temporada: é justo existir um Processo que selecione 3% dignos para um mundo melhor? Por que existe o Processo? E os outros 97% que não são considerados aptos? Quem define o que é ser apto para um processo se nem todos possuem as mesmas condições? Não seria mais justo se todos pudessem viver no Maralto?
3% já foi renovada para a segunda temporada e nos mostrará o Maralto, o Casal Fundador (criadores do Maralto e do Processo), e os 3% que foram dignos de uma vida melhor.
Minha dica é: ignore as críticas nacionais (em pleno 2016 nós ainda temos a famigerada síndrome do vira lata) e assista porque vale a pena sim. Valorizar o conteúdo nacional não é ter sentimento de patriotismo, mas sim perceber que somos um país com uma variedade imensa de cultura e miscigenação e somos capazes de produzir ótimos conteúdos no meio audiovisual.
Se você quiser saber mais sobre 3%, os oito episódios já estão disponíveis na Netflix. Abaixo, o trailer da primeira temporada e o link para um teste, que mostra se você seria um dos 3%.
[button color=”white” size=”normal” alignment=”none” rel=”follow” openin=”newwindow” url=”https://www.bemvindoaoprocesso.com.br/”]Teste: Bem Vindo Ao Processo[/button]
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Conhecei o site agora e me apaixonei, adooro! já coloquei nos favoritos!
Que bom!! Fico feliz que tenha gostado, beijos! 🙂
Eu fiquei meio intrigado com a mulher que fazia parte da “espionagem” do conselho que por sinal quando tá presa no quarto chama a mulher do falecido marido perguntando se ela queria descobrir o que realmente tinha acontecido, porém não apareceu mais nenhuma cena delas, acabou ali.
E Juliana esqueceu do menino de cadeira de rodas.
E aí a gente descobre que o processo não é perfeito e nem as investigações e que tudo é uma corrupção.
Oi, Edmundo.
Pois é, como apontei ali a série tem algumas falhas de roteiro e deixaram vários pontos soltos no ar. Com a renovação pra segunda temporada, pode ser que esses pontos sejam explicados ou pode ser que vão deixar essa questão sem uma resposta, como vemos em várias séries. Então, eu me chamo Júlia e não Juliana. E sobre o Fernando, personagem do ator Michel Gomes, eu não esqueci dele não. Falei ali no quinto parágrafo: “personagens que vivem à margem social, como o cadeirante Fernando, interpretado pelo ator Michel Gomes.” Todo posicionamento político tem falhas. Isso é evidente. Mas a questão que a série levanta é a mesma que apontei no texto, até onde é justo um processo de seletividade quando nem todos são aptos? É interessante trazer isso pros dias atuais. Obrigada pelo comentário.