Os pontos-chave na discografia da maior banda de heavy metal do mundo
O Iron Maiden é a banda de heavy metal mais importante do mundo, e certamente a banda inglesa mais conhecida do Brasil depois dos Beatles. Foi no show do Rock In Rio de 1985 que a banda capitaneada pelo baixista Steve Harris, com Bruce Dickinson à frente nos vocais, conquistou de vez os metal heads brasileiros. À época o álbum “Powerslave” estava sendo divulgado na turnê que passou por aqui na primeira edição do festival, e mesma saiu no ao vivo “Live After Death”. Nascia ali a história de amor entre o Brasil e o morto-vivo Eddie.
Nos últimos dias os fãs foram surpreendidos pela noticia de que o baterista Nicko McBrain sofrera um mini-AVC em janeiro e, apesar de não ter deixado grandes sequelas, comprometeu seu lado direito, motivo pelo qual não vem tocando bateria com a intensidade de outrora nos últimos shows. A boa notícia é que a tendência é progresso (já está 70% recuperado).
Aqui você confere os discos do Iron Maiden que você precisa conhecer para se ter uma boa ideia do que é a banda, não necessariamente por serem os melhores da discografia, mas por se tratarem de pontos-chave na trajetória da “Besta”.
Iron Maiden (1980)
O autointitulado álbum lançado em 1980 é uma pedra angular do legado da banda. Durante o auge do movimento New Wave Of British Heavy Metal (Nova Onda do Metal Britânico, leva de bandas pesadas da qual também faziam parte o Judas Priest, o Saxon e o Venom), o grupo fundiu habilmente o espírito rebelde de um protopunk rock com a grandiosidade sofisticada de elementos progressivos, transformando completamente o gênero. O que diferencia este álbum dos outros que mudaram o cenário musical é o seu frescor que permaneceu inalterado ao longo de quatro décadas. Vale ressaltar que ‘Phantom Of The Opera’ se destaca como uma realização monumental no âmbito da composição musical. A atuação do vocalista principal, Paul Di’Anno, é marcada por uma intensidade audaciosa que cada letra ainda mais marcante, literalmente grudando no seu ouvido.
The Number Of The Beast (1982)
O terceiro álbum do Maiden foi sem dúvida o que selou seu legado. Além de marcar a estreia do agora icônico vocalista Bruce Dickinson, ele os colocou no centro das atenções em ambos os lados do Atlântico. No Reino Unido, “The Number Of The Beast” alcançou o topo das paradas, puxado pela faixa-título. ‘Run To The Hills’ e ‘Hallowed Be Thy Name’ Enquanto isso, a milhares de quilômetros de distância, o álbum se viu envolvido no meio do “Pânico Satânico”. Inúmeros conservadores americanos queimaram cópias e criticaram o Maiden – mas isso apenas aumentou a aura de cool da banda aos olhos de todos os outros.
Seventh Son Of A Seventh Son (1988)
Seguindo e aprofundando a guinada progressiva do álbum anterior, “Somewhere in Time” (1986), o último e mais inovador álbum do Maiden na década de 1980 marcou o que para muitos seria o fim da era de ouro da “Besta”. A banda já vinha se mostrando ousada no sentido art rock, com o épico de 15 minutos ‘Rime Of The Ancient Mariner’, do álbum “Powerslave” (1984) e os sintetizadores de ‘Wasted Years’, do predecessor de “Seventh Son”. Aqui, composições grandiosas como a faixa-título coexistiam com a enérgica “Can I Play With Madness”, levando Bruce e seus companheiros de volta ao topo das paradas do Reino Unido.
The X Factor (1995)
Por que esse álbum aparece aqui? Porque é uma marca importante na história da banda: a fase em que Blaze Bayley substituiu Bruce Dickinson nos vocais (1994-1999). Depois de várias especulações (inclusive o brasileiro André Matos constava entre os mais cotados ao posto, o vocalista do Wolfsbane entrou para a banda, causando divisão entre os fãs. The X Factor não foi uma alteração significativa no estilo, além dos vocais mais graves de Bayley. Pelo fato de o baixista, líder e principal compositor Steve Harris ter acabado de enfrentar um divórcio, este álbum é menos grandioso do que o esperado, imerso na melancolia ao ponto de alguns acharem a obra um tanto entediante. De fato não pode ser considerado um dos melhores títulos da discografia, ainda assim, não pode ser considerado um álbum esvaziado de qualidade. ‘Man On The Edge’ e ‘Lord Of The Flies’ e ‘Sign of the Cross’ são canções que permaneceram na memória dos fãs ao longo do tempo, sendo que a última aparece no setlist de shows recentes do Maiden.
Senjutsu (2021)
Festejado pelos fãs como o melhor álbum do Maiden em anos, o último trabalho é um álbum duplo de uma hora e meia que explora o futuro e o Japão feudal, com a mastodôntica trilogia final de gigantes de dez minutos – ‘Death Of The Celts’, ‘The Parchment’ e ‘Hell On Earth’ – reafirmando que nada pode limitar as ambições da “Besta”. Se “Brave New World” – álbum que marcou o retorno de Bruce Dickinson, e Adrian Smith a tiracolo, formando uma tríade de guitarras na banda – procurava resgatar a tonalidade bombástica que caracterizou a era de ouro da Donzela de Ferro, atravessando texturas por mais de uma hora, nesse último foram além, em um trabalho com um certo excesso de produção, é bem verdade, mas inegável qualidade.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.