Enquanto países europeu já planejam abrir suas salas de cinema, aqui no Brasil talvez elas continuem fechadas até o fim do ano
O cinema é uma arte coletiva desde a sua produção até a sua apreciação, todos sabem disso. No entanto, de um tempo para cá, com o surgimento da Netflix e de seus concorrentes, o ato de ir ao cinema, comprar o ingresso na bilheteria, pegar a pipoca e sentar-se ao lado de vários estranhos para ver uma história ser contadas a 24 quadros por segundo foi sendo esquecido por muitas pessoas ao redor do mundo, que ficam solitárias em seus pensamentos pós-créditos e entre quatro paredes. Claro que sempre é possível chamar a família e os amigos para uma sessão privada, mas as casas cheias de outros atrativos podem desfazer qualquer discussão após o término do filme, o que raramente acontece no ambiente da sala de cinema e seus cafés lotados de cinéfilos.
De fato, tornou-se comum aqueles que dizem não ter tempo de ir ao cinema, e que preferem ficar em uma confortável poltrona, fazer um balde de pipoca de micro-ondas e assistir ao último lançamento de uma plataforma de streaming. Afinal, é mais barato, mais seguro e mais prático. Por isso que, para essas pessoas, ficou comum responder: tem na Netflix? Quando alguém pergunta se ela viu tal filme.
Porém, toda a discussão sobre a importância de se frequentar as salas de cinema para mantê-las vivas economicamente e para prestigiar a arte ganhou um novo e mais urgente elemento de debate: o coronavírus. Isso porque, mesmo depois da amenização da pandemia e da abertura gradual da vida em sociedade, haverá muito o que fazer para que a Covid-19 não continue a se proliferar, pelo menos até que haja uma vacina eficaz.
Em países europeus, nos quais o vírus está teoricamente controlado, já há alguns planos para abrir as salas de exibição, seguindo uma série de medidas de higienização e distanciamento de poltronas. Na cidade de Berlim, por exemplo, alguns exibidores irão adotar a configuração das salas com grandes espaços a cada duas poltronas. Além, é claro, das marcações no chão, tão famosas nesses últimos meses. Alguns irão aceitar essas soluções – e até podem rogar que elas continuem mesmo depois da pandemia pelo ódio que os conversadores, chutadores de poltronas, comedores de pipoca e barulhentos de sacos plásticos causam – mas outros negarão qualquer contato social, independente das medidas tomadas.
![](https://woomagazine.com.br/wp-content/uploads/2020/05/abertura-de-cinemas.jpg)
Não se pode condenar os que recusarão ir a uma sala de cinema durante o resto do ano sabendo que o coronavírus é extremamente contagioso e que já matou, até o momento da confecção deste texto, mais de 350 mil pessoas no mundo. A ciência precisa ser respeitada e ser lembrada quando um fator de risco se apresenta, e se aglomerar, mesmo que à distância, em um ambiente fechado é um enorme fator de risco. Por outro lado, os donos de salas de exibição (principalmente os menores) não possuem outra escolha a não ser abrir seus negócios, então um meio-termo precisava ser posto na mesa, e foi o que fizeram os exibidores de Berlim citados acima. Se vai dar certo, só o tempo dirá. No Brasil, no entanto, ainda não é possível cogitar a abertura dos cinemas porque o país está na fase de crescimento da pandemia, que deve se arrastar até meados dos meses de julho e agosto, independente da ânsia do antipresidente da república e de seus asseclas em fazer com que o povo volte a trabalhar, mesmo que isso cause milhares de mortes.
Na verdade, o ideal seria manter tudo fechado até o fim deste terrível 2020, adiando os grandes lançamentos para 2021 e apoiando os pequenos ou independentes de forma online. Para isso, era preciso que o Governo criasse um plano de ajuda aos trabalhadores e exibidores com o intuito de reduzir o desemprego e as falências, o problema é fazer com que os ignorantes do poder entendam a importância da arte, o que parece impossível.
Imagens/Divulgação
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