Estreou de mansinho esse fim de semana no streaming MAX, o filme “A Hora do Vampiro”, a terceira adaptação áudio visual da obra literária do mestre do terror, Stephen King, chamada Salem’s Lot que conta mais uma das eternas batalhas de vampiros contra seres humanos.
Um best seller de terror, com vampiros, um herói que volta para sua cidadezinha, tipos pitorescos como o padre, os céticos, a fofoqueira, a mocinha, crianças curiosas e aventureiras…
Está aí todo o combo de diversão, certo?
Pois é.
Partindo de todos esses arquétipos dos filmes de terror que vinham desde o final dos anos 70 ao longo dos gloriosos anos 80, quase todas as obras que eram divertidas tinham uma ou outra variação desses temas.
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Por exemplo, o ótimo “A Hora do Espanto” (o original de 1985) do qual suspeito, o título brasileiro trouxe essa referência láááá de trás, “A Bolha Assassina”, boa refilmagem de 1988 e outros menos cotados, sempre trouxeram a diversão daqueles filmes de terror que tinham um algo a mais para nos fazer pensar além dos sustos e dos excelentes (às vezes nem tanto) efeitos práticos.
Então o que aconteceu com este A Hora do Vampiro?
Vejamos… As sacadas visuais estão lá: na placa da cidade que na verdade se chama Jerusalem’s Lot mas está apagada, dá a impressão que o lugar meio que está desabando, desgastado.
Temos uma mansão sinistra no alto da colina, com ar ameaçador e com histórias assustadoras, de um passado misterioso, temos um estranho sofisticado e galanteador, que impressiona as pessoas mais simples da cidade com sua educação, sendo cortês o suficiente para enredar os incautos na sua rede, pois claro, ele é o guardião diurno do vampiro mestre.
O herói relutante que volta a sua cidade buscando inspiração para um novo livro (olha aí um aceno ao próprio King na sua obra).
Mas infelizmente, muito pouca coisa funciona nessa adaptação, que aliás foi um dos filmes que sofreu com a pandemia, demorando dois anos para ser lançado e claro, sofrendo interferência do estúdio que não se decidia sobre o lançamento nos cinemas ou direto para adição de catálogo para o streaming.
Ainda bem que decidiram pela última opção e olha que o filme tem um bom e promissor elenco!
Lewis Pullman (filho do ator Bill Pullman) que em breve será visto em “Thunderbolts *” da Marvel Studios como o poderoso super herói Sentinela e um adorável garoto de “11 anos e 9 meses” interpretado com muita valentia e enorme carisma por Jordan Preston Carter, que desde o começo subverte o conceito de nerd passivo a qual estamos acostumados nessas obras.
E como não pode deixar de ser para dar um estofo maior ao filme o(a)s veterano(a)s Alfre Woodard, Bill Camp e William Sadler que você com certeza, já os viu em algum filme ou série e são no mínimo competentes.
Além desses pontos de partidas não sobra muito, a não ser uma montagem muito confusa, que não concatena direito os espaços nem as ações e consequências do que é filmado, os efeitos não são muito bons, salvo um interessante uso de cruzes que remete à espada mágica de Frodo Baggins em “O Senhor dos Anéis” quando encontra com Orc’s (quem se lembra, conseguirá fazer uma imagem mental) e algumas imagens de vampiros à espreita nos telhados das casas (melhor filmado no superior e assustador “30 Dias de Noite” de 2017) que em tese seriam ameaçadoras e um novo conceito de caixões em um Drive in onde os vampiros descansam durante o dia…
É pouco para um filme oriundo do livro de mil páginas de Stephen King e para a audiência que curte um bom filme de vampiro.
Claro que é mais fácil criticar do que realizar, mas quando para haver sentido em todo um potencial desperdiçado, a crítica escrita tem que se apoiar em tantas referências para explicar tudo o que não funciona, é porque além do filme parecer genérico é esquecível.
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Isso vindo do diretor e roteirista que escreveu o último filme de “It, A Coisa” também baseado em um best seller do mesmo autor e alguns dos filmes de sucesso do Conjuring Universe como “Annabelle” (2014), “Annabelle 2: A Criação do Mal” (2017), “A Freira” (2018), e “Annabelle 3: De Volta para Casa”.
Melhor sorte da próxima vez, Gary Dauberman.
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