Os amantes em séries são compulsivos por novidades, e, atualmente, as narrativas não estão desapontando o público. A espera pela próxima temporada, alguns spoilers ou rever aquela queridinha faz parte do planejamento de muitas pessoas.
Pensando no “o que vem por aí”, já podemos aguardar muita coisa boa da segunda temporada de “American Crime Story: The Assassination of Gianni Versace”. Nos últimos dias a FX anunciou que exibirá os episódios da história do assassinato do designer de moda no início de 2018. Expectativa só aumentou pois informaram que será na mesma época em que a terceira temporada (que antes era para ser a segunda) começara a ser rodada, com o tema do Furacão Katrina. Há rumores de que a quarta temporada deverá abordar o caso Mônica Lewinsky, estagiária da Casa Branca envolvida no escândalo por manter relações sexuais com o presidente Bill Clinton.
A primeira temporada foi um sucesso, e todos os 10 episódios continuam disponíveis na Netflix. Ela conta sobre o caso de O.J. Simpson (Cuba Golding Jr.), ex-jogador de futebol americano que foi acusado de matar a mulher, Nicole Brown, e um amigo, Ronald Goldman, em 1994.
É baseada no livro de Jeffrey Toobin, “The Run of His Life: The People vs. O.J. Simpson”. A série aborda os bastidores do julgamento, contada pela visão dos advogados, mostra os acordos feitos de maneira informal tanto da defesa e acusação, e, principalmente, as manobras políticas. Além disso, é parte importante da narrativa ressaltar o histórico sobre a polícia de Los Angeles com a comunidade negra, totalmente perpassada por racismo. Vale lembrar que a série ganhou 9 Grammys em 2016 por essa temporada.
É interessante perceber como os dramas criminais escolhidos pela série são explorados, saindo dos formatos genéricos. A história da primeira temporada, por exemplo, destrincha de forma bem particular o caso policial, trazendo pautas do dia a dia para dentro da ficção, como tensão racial, preconceito entre classes, sexismo e ambição pela fama. É uma maneira muito eficaz de provocar o psicológico do espectador, aproximado-o do que está sendo contado, e deixando a ele julgar quem é culpado ou inocente em diversos momentos. Isso tudo traz a premissa para discussão de que “as aparências enganam”, e todos estão propensos a falsear, corromper, distorcer-se.
A obra prima da primeira temporada só faz aumentar a curiosidade sobre a segunda. A narrativa será habitada em 1997, quando o estilista mundialmente famoso Gianni Versace, fundador da grife de mesmo nome, foi morto com dois tiros na nuca na escadaria de sua mansão.
O crime foi cometido por Andrew Cunanan, um serial killer e garoto de programa. Além do assassinato, a temporada promete abordar o trabalho da polícia e FBI, focando nos momentos de fracasso pela busca do culpado e os relatos de famílias de suas vítimas. Cunanan se matou oito dias após cometer o crime, pouco antes da polícia de Miami capturá-lo. Ele seria preso pela morte do estilista e de outras cinco vítimas. A série mostra como a policia não conseguiu desvendar e apontar as motivações para o crime e procurará entender essa incógnita em seus 10 episódios.
O elenco da série faz com que possamos esperar por uma atuação de alto nível. Édgar Ramirez (Caçadores de Emoção) será Gianni Versace, Daren Criss (Glee) interpretará Andrew Cunanan, Penélope Cruz (Volver) estará na pele da irmã Donatella Versace e Ricky Martin como Antonio D’Amico, companheiro de Versace. A temporada promete trazer como pautas temas problemáticos, como homofobia e cultura de estupro dentro do ambiente escolar.
Em uma entrevista à Entertainment Weekly, o produtor e criador Ryan Murphy comenta sobre o tema da segunda temporada ser uma oportunidade de discutir sexualidade e homofobia durante os anos 90.
“Quanto mais eu lia sobre o assunto, mais perplexo eu ficava com o fato dele [o assassino de Versace, Andrew Cunanan] ter sido inocentado nos tribunais. Cheguei à conclusão de que ele só conseguiu se safar do crime por conta da homofobia. Existia uma enorme apatia em torno do crime, as pessoas não se importavam e a impressão que dava é que os gays eram descartáveis em nossa cultura”.
Ricky Martin, em entrevista também para a Entertainment Weekly, ressaltou a importância de seu personagem homossexual.
“É uma história que precisa ser contada. Nós vamos falar com o grande público sobre uma história que lida com homofobia, que fala sobre o ódio, que fala sobre indiferença. É uma trama tão crua, honesta, dramática e triste. Mas, ao mesmo tempo, você mostra o amor de Gianni e Antonio e os 15 anos que os dois passaram lutando. É algo que eu realmente queria fazer bem feito.”
E a ansiedade? Como fica? Resta para nós, meros mortais, contar os dias até 2018 para o lançamento dos episódios. E se ainda não tiver assistido a primeira temporada, já pode colocar como programação do seu final de semana.
Por Gabi Fischer
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