Ação, traição, tramas políticas e propaganda do Pizza Hut; revisitando um dos animes mais queridos dos anos 2000
E se juntássemos tudo que o público de anime mais gosta em uma história que abusa a rodo de tropos de ação, vingança, e tramas políticas, mas disfarçando muito bem? O nosso anime clássico da vez é também o segundo mecha comentado em nossa série sobre clássicos: “Code Geass” (2006–2008).
“Eu, Lelouch vi Britannia, te ordeno…”

No longínquo ano de 2010, o mundo é dominado por impérios poderosos, entre os quais o Império de Britannia, que atualmente ocupa o Japão e o reduziu a um estado vassalo, a “Área 11”. Neste contexto, Lelouch Lamperouge é um estudante japonês tentando levar sua vida normalmente, mas que se vê por acaso no meio do confronto entre Britannia e forças rebeldes e quase é morto por suspeita de traição.
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Lelouch, todavia, é salvo por C.C. (ou C2), uma misteriosa garota imortal de cabelos verdes que oferece ao rapaz o poder do geass — um superpoder desperto que reaje de forma diferente em cada usuário. Lelouch ganha, assim, o poder da “obediência absoluta”, permitindo-o dar uma única ordem que seria obedecida pelo seu alvo. Lelouch ordena que os soldados de Brittania se matem, o que desperta nele uma semente de vingança.
Aproveitando-se das novas habilidades, Lelouch utiliza o poder para matar um dos príncipes de Britannia, Clovis, e conseguir informações sobre a trama de assassinato de sua mãe, que também deixou sua irmã, Nunnally, paraplégica e cega. Lelouch é, na verdade, um príncipe exilado e decide se revoltar contra o Império para fazer justiça.
Assim, ele passa a viver uma vida dupla como colegial e líder da resistência, usando uma máscara para assumir a nova identidade como “Zero”, o farol da esperança para japoneses contra a ocupação de Britannia. Mas seus métodos violentos são questionados pelo melhor amigo, Suzaku Kururugi, que não sabe da vida dupla do colega e está determinado a por um fim ao reino de terror de Zero.
Code Geass, Lá e de volta outra vez
“Os momentos que parecem capazes de mudar a mim e até mesmo o mundo sempre parecem estar ao meu lado”.
(Colors, Flow; episódios 1–14)
Com subtítulo “Lelouch da Rebelião” (“Hangyaku no Lelouch”), “Code Geass” é uma franquia que já se expande por diversos ramos entre sequências em anime, finais alternativos em filme, mangá, etc. É o grande épico dos anos 2000 e, destarte não ser uma unanimidade, possui um dos finais mais bem recebidos entre grandes séries.
Concebido já como um original para a televisão, a série se destaca pela apresentação com design de personagens pelo lendário estúdio CLAMP, dando um charme inconfundível também encontrado em obras como “xxxHolic”, “Sakura Card Captor” e “Chobits”. Em tempos de um mercado inunado por designs genéricos, a escolha do grupo de mangakás não é meramente estética: os traços memoráveis e esguios também refletem dicas sobre a personalidade de cada personagem.
Dividido sobretudo em duas temporadas, totalizando 50 episódios na série principal. “Code Geass” gradualmente evolui enquanto uma série sobre conflitos políticos e ideais com uma trama sobre traição e resistência com um pano de fundo mecha e, claro propaganda do Pizza Hut — que patrocinou a série (não por acaso os personagens comem tanta pizza).
Ao que esta série se aproveite bastante da surpresa com o final — por vezes comparado com o de “Shingeki no Kyojin” (2013), inclusive pela temática mecha (e paralelismo de C2 e Ymir), sem a parte de ser odiado — este não é um anime que se apoia no elemento surpresa para se sustentar; reassisti-lo é um convite para pegar sutilezas que não foram percebidas de primeira, como na linguagem adotada por Lelouch vs. a de Zero.
E se de tempos em tempos os robôs gigantes voltam pros holofotes do mainstream pra botar terror nos puristas que só consomem battle shounen arroz com feijão, “Code Geass” não deixa de lado o bom desenvolvimento de personagens e se esconde em lutinhas de grandes visuais: a todo momento a ação rola na tela, mas isso não rouba espaço do desenvolvimento das relações — ajudado por ter o elenco de vozes originais — ou da trama política.
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Será que vale tudo para se alcançar a justiça, ou um final feliz? De forma nem tão sucinta, mas satisfatória, a série oferece mais perguntas do que respostas, sem se enrolar como alguns de seus sucessores tentaram fazer. “Code Geass” nasceu aclamado, e às vésperas do aniversário de duas décadas provou o que já era evidente em seu lançamento: que seria uma série de TV que ignoraria a tal prova do tempo, afinal, com um universo bem estabelecido, personagens carismáticos, e uma mensagem universal, este título segue como um dos mais lembrados e icônicos em quem gosta de uma boa história.
“Code Geass”. Imagem Destacada: Divulgação/Crunchyroll

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