Show Concerto For Group and Orchestra revive clássico da banda inglesa e homenageia seu maestro Jon Lord
Música sinfônica e rock pesado podem combinar? Já ficou provado que sim com Metallica e a sinfônica de San Francisco, parceria que rendeu dois álbuns ao vivo com intervalo de 21 anos, além de Kiss Alive Symphony. Voltando 54 anos no tempo chegamos a Concerto For Group and Orchestra do Deep Purple, que pode ser considerado o pai de todos.
Trata-se de uma apresentação que a banda fez juntamente com a The Royal Philharmonic Orchestra, conduzida por Malcolm Arnold. O material marcou as entradas de Ian Gillan e Roger Glover na banda. O concerto foi composto por Jon Lord, com letras de Ian Gillan e gravado em 24 de setembro de 1969, sendo lançado em vinil nos Estados Unidos em dezembro daquele ano e em janeiro de 1970 no Reino Unido.
Apesar de sua importância na discografia do Deep Purple, o “Concerto For Group And Orchestra” soa mais como uma experiência solo de Jon Lord, com o “esforço coletivo” dos outros membros. E justamente por isso que essa versão de “Concerto” que aporta no Brasil vem revestida de tributo ao tecladista e organista, tendo ninguém menos do que Bruce Dickinson, do Iron Maiden, assumindo os vocais. E vale lembrar que o Maiden tem forte influência do DP, sobretudo os vocais de Dickinson, que seguem a escola Gillan.
Além da orquestra regida por Paul Mann, o responsável por encontrar as partituras que foram perdidas em 1979, o público do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, viu ontem (21) uma banda de apoio composta por gigantes como John O’Hara (Jethro Tull) nos teclados, Tanya O’Callaghan (Whitesnake) no baixo, Kaitner Z Doka (que tocou com o baterista do Purple, Ian Paice, e também com o próprio Jon Lord) na guitarra e Bernard Welz (Jon Lord, Don Airey) na bateria.
A primeira parte do show é a releitura de “Concerto For Group”, que se divide em três movimentos: o primeiro, Moderato Allegro, vibrante e colorido, vem precedido de depois de uma ‘intro’ orquestral prolongada, grupo e orquestra atuando em blocos separados e como antagonistas entre si; o segundo é Andante, mais soturna e com intervenções vocais, onde entrava Ian Gillan e agora, Bruce; Vivace Presto é o último movimento.
Após um intervalo de 15 minutos inicia-se o segundo ato, onde, agora sim, a grande estrela é o vocalista do Iron Maiden. Tanto que a música que abre essa segunda parte do show é Tears of the Dragon, clássico do álbum solo de Dickinson “Ball to Picasso”. Foi cantada por praticamente todos os presentes e o acompanhamento da orquestra realmente deu um tom ainda mais épico à faixa.
Depois de outra música da carreira solo de Bruce, Jerusalém, do disco The Chemical Wedding, enfileiraram-se covers do Purple: Pictures of Home, When a Blind Man Cries, Hush (ok, não é da banda, e sim de Joe South, mas o cover do DP é definitivo) e Perfect Strangers. No bis, o petardo Burn e o clássico absoluto Smoke on the Water.
Como já era de se esperar, foi um belíssimo foi um belíssimo tributo à obra do Deep Purple, e não poderia haver cicerone melhor. Tudo bem que ele acabou roubando as atenções do propósito da apresentação, mas, ainda assim, com uma voz impecável e a mesma energia dos shows do Iron Maiden, fez a alegria dos fãs, mesmo não cantando nenhuma música de sua banda. Um show memorável de um projeto que poderia ganhar uma nova edição em breve. Os fãs, tanto do Maiden quanto do Purple, não reclamariam.
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