Como foi o painel de Furiosa no palco Thunder da CCXP23

Todo som e a fúria de George Miller

Já se vão 44 anos desde que o cineasta australiano George Miller iniciou com “Mad” Max (com um jovem e promissor Mel Gibson), o que se tornou para sempre no cinema e na cultura pop em geral, a referência definitiva no sub gênero do filme pós apocalíptico. Sua câmera inquieta, nervosa e inclemente nos convida a um mundo em que literalmente, era forjado para sobrevivência somente do(a) mais forte. Trazendo um cenário de terra arrasada na Austrália, com bárbaro(a)s, lutando por cada pedaço de chão, grão de comida ou gota de água…

Após uma ótima continuação e um terceiro filme que fez mais sucesso pela excelente música tema da saudosa Tina Turner (“We Don’t Need Another Hero”) do que pelos seus méritos cinematográficos, eis que em Maio de 2015, surge o neo clássico “Mad Max, Estrada da Fúria”! Agora com Tom Hardy como um Max Rockatansky cada vez mais quebrado (e apagado), pela perda de anos da sua família, de vítimas e pessoas que ele não pode salvar.

E quando tudo se encaminhava para se tornar mais uma sequência que ninguém pediu ou queria, George Miller nos trouxe um espetáculo bombástico, uma magnum opus de caos e destruição que tinha no centro da história inconsciente ou não, uma sobrevivente, a Imperatriz Furiosa. Não Max, o usual herói!

O filme é um petardo e no Oscar de 2016, ganhou 6 prêmios, e elevou o nível da saga a um outro patamar.

Em meados de 2020 uma revelação! Pela força da incrível e icônica personagem do último filme da saga que ofuscou o próprio protagonista, o diretor George Miller anunciou que voltaria ao universo de Mad Max, mas agora para contar a origem de Furiosa, sua captura, seus traumas, seu coming of age em um lugar sem lei nem piedade.

Ontem, 30 de Novembro de 2023, onde no Palco Thunder, o principal da CCXP23, foi celebrado com a presença ilustre do criador George Miller, o reencontro com a continuação da sua maior obra na Cia de ninguém menos que Anya Taylor-Joy, a Furiosa em pessoa e Chris Hemsworth, australiano como o Diretor, no papel do arqui inimigo da vez, Dementus.

Na apresentação em si, emocionante e divertida promovida por Aline Diniz, ex-membra do site Omelete e fundadora do canal de Youtube “Entre Migas”, Miller disse que as histórias de “Mad Max” são de um universo muito rico e que vive tendo ideias para continuar a saga, e relatou a curiosidade de que o cineasta Edgar Wright, diretor do filme “Noite Passada em Soho”, foi quem indicou Anya Taylor-Joy para o papel e após assistir o filme, Miller decidiu que ela seria sua nova Imperatriz Furiosa.

Aline foi um show à parte, trocando de figurino na apresentação e mostrando sua tatuagem em homenagem ao filme “Estrada da Fúria”, que deixou o diretor visivelmente emocionado com a dedicação da fã-apresentadora e do carinho especial do público que aplaudiu entusiasmado a cada pequeno detalhe informando sobre o processo de cast e filmagem que ele disse ter sido muito colaborativo como o filme anterior, porém destacando a técnica interpretativa de Anya, o senso de improvisação de Chris e fazendo mistério sobre o paradeiro de Max, informando que ele está às margens dessa história.

Pelo teaser exibido, a experiência cinética de sua filmagem está lá, seus movimentos de câmera inventivos e inacreditáveis também, tanto quanto sua fúria em deixar tudo que pode na tela, que o apelo sensorial da obra envolva o espectador, goste, esteja preparado ou não.

Mas surgem as questões. O que mais nos trará “Furiosa”? Qual o coelho que Miller irá tirar da cartola para arrastar multidões ao cinema além de seus fãs, sendo que é conhecido o destino futuro da personagem desde o filme anterior?

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Fato é que George Miller é sempre um diretor importante para acompanhar e faz parte dos decanos da sétima arte na ilustre Cia da Martin Scorcese, Francis Ford Coppola e outros notáveis, com cada vez menos orçamento para realizar seus filmes e visões.

O que será acompanhado por nós, na torcida de que esse seja mais um capítulo inesquecível desse mundo tão necessitado de pessoas icônicas e resilientes como a Imperatriz Furiosa.