O cinema americano adora filmes de monstros. Já tivemos o clássico “Tubarão” de Steven Spielberg, “Godzilla”, “King Kong”, “Do Fundo do Mar”, e chegou aos cinemas essa semana o mais novo filme da Warner, “Megatubarão”. Dirigido por Jon Tuteltaub, um diretor de altos e baixos na carreira, que também dirigiu filmes como “A Lenda do Tesouro Pedido”, “Duas Vidas” e estrelado pelo astro dos filmes de ação Jason Statham, que cumpre o esperado.
O filme conta a história de Jonas Taylor (Jason Statham), um experiente mergulhador que é contratado por um oceanógrafo chinês (Winston Chao) para resgatar um submarino que ficou preso nas profundezas do oceano após ser atacado por um tubarão pré-histórico: o Megalodon.
A produção cumpre aquilo que promete, é divertido, com ótimas cenas de ação, não vá ao cinema querendo assistir uma obra-prima do cinema de monstros, ele não é, e nem tem esse propósito. Em alguns momentos os ângulos das câmeras nos remetem muito ao próprio filme “Tubarão” de Steven Spielberg, já citado acima. O uso da câmera de baixo para cima, dando a entender que o perigo se aproxima é o que mais nos faz lembrar, só faltou à música clássica de John Williams tocar nessas cenas, seria uma ótima homenagem.
Jason Statham interpreta o mesmo personagem de sempre, o herói fortão que precisa salvar o dia, seu personagem é o clichê dos filmes de ação e de monstros, não traz nada de novo, mas ele executa exatamente o que o filme propõe, com seu carisma e com ótimas cenas de ação. O grande destaque fica para a personagem Meiying, a menina rouba todas as cenas do filme com seus diálogos, é impossível não se apaixonar pela personagem. O filme deveria ter desenvolvido melhor as personagens femininas, faltou um pouco mais de aprofundamento, principalmente, uma personagem com o mesmo peso do que Jason Statham.
Os efeitos especiais do filme são competentes, a edição é ágil e o filme não é cansativo, as cenas submersas são tensas e bem conduzidas e em nenhum momento são confusas ou escuras. O 3D do filme é descartável, não faz diferença para quem for assistir, só se sente a imersão em poucas cenas e nos créditos.
O grande problema é a falta de decisão no que ele quer ser, em alguns momentos parece ser um filme sério e em outros, apelam para piadas muitas vezes sem nexo e sem graça. A trilha sonora é competente, é introduzida muito bem nos momentos tensos, o roteiro é raso, com alguns personagens que são mal aproveitados e outros que são irritantes e com diálogos fracos.
O terceiro ato do filme que decepciona um pouco, esperávamos cenas mais tensas, mas o que foi visto foram cenas de muita galhofa e piadas na hora errada. Perderam a chance de homenagear os grandes clássicos dos filmes de monstros. Em nenhum momento no terceiro ato você sente a tensão ou o perigo.
No mais, “Megatubarão” é um filme com vários problemas, com piadas sem graça ou fora de contexto, mas traz exatamente o que já foi mostrado nos trailers, um filme divertido, sem pretensão de ser uma obra-prima. Se o filme assumisse seu lado trash, ele seria melhor ainda.
Por Eduardo Chaves
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