E finalmente, após diversos erros e polêmicas, a atual fase do universo cinematográfico da DC Comics chega ao fim. E com baixíssimas expectativas, a sequência de “Aquaman” estreia nos cinemas, sendo a última produção que não foi coordenada criativamente pelos novos diretores executivos, James Gunn e Peter Safran. E ainda que com muitos fatores contrários ao bom desenvolvimento de “Aquaman 2: O Reino Perdido”, o diretor James Wan consegue entregar um resultado satisfatório e divertido.
No filme, Arthur, novamente interpretado por Jason Momoa, é o Aquaman. Agora, após usurpar o trono de seu irmão e ter um filho com Mera, interpretada por Amber Heard, ele deve coordenar os afazeres familiares, de seu reino, e combater seu arqui-inimigo, o Manta Negra, interpretado por Yahya Abdul-Mateen.
Com um roteiro simples, sua estrutura novamente se apoia no clássico arco de todos os últimos filmes de heróis genéricos. Não que isso seja um fator de todo o ruim, mas cá entre nós… já estamos um pouco cansados da mesma história sendo contada em contextos diferentes. Ao menos, dessa vez, o filme reconhece que não é nem um pouco original, e faz constante referências e piadas com os outros filmes do gênero.
No mais, as cenas de ação são muito legais, as coreografias somadas aos movimentos de câmeras nem um pouco naturais já conhecidas de James Wan dão vida a lutas eletrizantes. Os efeitos especiais, entretanto, deixam um pouco a desejar. A direção de arte se torna um pouco bagunçada em determinados momentos, principalmente quando adentramos um pouco mais na vida dentro de Atlântida. Mas brilha, muito, em outros cenários que surgem durante a jornada do herói marinho, que passa bastante tempo fora d’água. Mas, novamente, destaco que as cenas marinhas deixam a desejar, ainda mais após “Avatar: O Caminho da água” ter sido lançado. Mas que, convenhamos, não existe comparação entre as duas cinematografias, tendo em vista o investimento astronômico na produção de James Cameron.
As atuações são regulares, e servem bem em momentos cômicos, mas falham quando o roteiro exige um pouco de carga dramática, o que é extremamente raro, mas acontece. Jason Momoa, com sua robustez corporal e suas tatuagens tribais, consegue ainda sim transmitir sentimentos de paternidade e fraternidade. O que é surpreendente se comparado ao seu desempenho no primeiro filme.
Outro ponto que, pessoalmente, me deixa triste é um certo potencial que o filme tinha com os seus vilões. Aqui, Aquaman enfrenta o Manta Negra, que nos quadrinhos sempre possuía uma fixação absurda em se vingar de seu inimigo. O filme não se distância nem um pouco disso, mas dá a ele uma roupagem interessantíssima com poderes de origens que em primeiro momento podem ser considerados quase que lovecraftianos. Mas, novamente, cai no genérico.
Em resumo, “Aquaman: O Reino da Água” surpreende por não ser um balde de água fria, e encerra o desastroso DCU sendo um dos poucos filmes que não é extremamente ruim, e mesmo assim não permite que eu vá muito além nos meus comentários, por ser extremamente básico.
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