Com certeza grande parte das pessoas já comeram um lanche no McDonald’s alguma vez, afinal, todos os dias esse fast-food alimenta 1% da população mundial. Mas quem realmente fundou o McDonald’s? Como a marca se tornou uma das maiores e mais consumidas do mundo? E até onde o ser humano vai para conseguir o sucesso? O filme “Fome de Poder” pode te responder essas questões.
O primeiro plano de um filme quase sempre mostra algo que levaremos até o fim da história, e desta vez não foi diferente. Com o enquadramento em Ray Kroc, ele se apresenta como um herói com grande ambição, vontade de crescer e ter sucesso profissionalmente. Em seu personagem, Michael Keaton fez um trabalho que o tornou sarcástico e cheio de caras e bocas, porém sem nenhum brilhantismo. Sua frieza é mostrada no decorrer de quase todo o longa, inclusive em relação a sua esposa que passa quase despercebida até o momento em que é trocada facilmente.
O filme dirigido por John Lee Hancook – que também dirigiu “Um sonho impossível” -, inicia-se depois que Ray recebe uma grande encomenda de máquinas de milk-shakes, fica curioso com tamanha necessidade do fast-food e decide conferir com seus próprios olhos o funcionamento da rede. Então, conhece o McDonald’s idealizado pelos irmãos Dick (Nick Offerman) e Mac McDonald (John Carroll Lynch). Para sua surpresa era diferente de tudo aquilo que já havia visto, com procedimentos automatizados e bem mais práticos e rápidos. A partir daí, começa a idealizar projetos e investimentos para a lanchonete.
Mesmo sem aprovação dos “fundadores” da marca, Ray vai além testando novas coisas e deixando os irmãos McDonald de lado. No filme essa mudança é mostrada de forma muito rápida de modo que o roteiro, assinado por Robert Siegel, tem alguns furos e deixa a desejar, pois parece que tudo ocorreu no período de um mês, quando na verdade sabemos que levou anos para o império se formar. Além disso, a história gira em torno de Ray, mostrando muito superficialmente o lado dos irmãos McDonald’s, sem abrir para as polêmicas que a marca se envolveu.
Quando a logística do restaurante é mostrada, a montagem não deixa a desejar, e o jogo de câmeras faz seu papel mostrando claramente para o telespectador como tudo ocorre na cozinha que, para a época, era muito bem mecanizada e rápida. As cores das lanchonetes, os figurinos e até as embalagens conversam entre si com tons pastéis, mas o vermelho da própria marca quase sempre prevalece. A fotografia não chama muita atenção, mas não é de se jogar fora.
Outra coisa que, apesar de não se destacar ficou bacana, foi a trilha sonora, feita por Carter Burwell, que se encaixa nos momentos exatos do filme e corresponde bem a época com sons de pianos, principalmente. Assim como o cenário, que remete quase que exatamente ao primeiro McDonald’s.
“Fome de Poder” não é de todo o mal, mas há quem saia da sala de cinema com raiva de Ray Kroc. O filme é um atrativo a curiosidade de como uma das maiores redes de fast-food do mundo surgiu. Se você ficou curioso e quer saber mais, assista ao trailer e não deixe de conferir nos cinemas.
Por Carolina Gomes
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