Crítica: Halloween Ends

Não é que o filme seja ruim, mas o Halloween Ends…

A nova trilogia chegou trazendo a expectativa de revanche final entre Myers e Laurie (Jamie Lee Curtis).O primeiro filme cumpriu a missão de trazer um argumento razoável para o retorno dos personagens.Já o segundo, emergiu totalmente no clichê slasher e no universo dos seus protagonistas, com uma pegada anarquista para trazer movimento. Finalmente, chegamos a um terceiro e conclusivo ato em “Halloween Ends”. Mas, o final com o grande confronto entre os nomes principais da trama perde espaço para uma história nova de personagens secundários. Para além disso, entrega respostas vagas e algumas que vão contra legados estabelecidos pelo próprio universo da franquia.

Uma vez que Myers ficou desaparecido após os acontecimentos dos filmes anteriores, a cidade culpa Laurie por várias das mortes e continua a temer o retorno daquele que assombra a noite de Halloween. Quatro anos se passam e nas sombras acontecimentos continuam impactando a cidade, mas Myers não é mais visto e Laurie continua esperando o confronto.

Enquanto isso, sua neta, Allyson (Andi Matichak) já cansada de todos que a apontam como sobrevivente e assombrada pela morte dos pais e o drama de sua avó, encontra em Corey (Rohan Campbell) um rapaz de passado também conturbado, uma saída daquele mundo. Mas o passado de Corey ainda o assombra e a chegada do Halloween mostrará sua verdadeira face.

Um roteiro bom, mas não para o final dessa franquia

Não dá para dizer que o roteiro de Halloween Ends é ruim. Ele não é. O problema do roteiro escrito em várias mãos entre as quais a do próprio diretor (David Gordon Green, Danny McBride, Paul Brad Logan, Chris Bernier) esquece o que era a promessa do que esse filme deveria ser.

Ao invés de termos um foco nos protagonistas Laurie e Myers, o jogo se inverte e eles viram elenco de apoio. Assim, a trama constrói de uma forma digna e até arrastada o drama de Corey e seu envolvimento pra Allyson. Até o terror slasher realmente aparecer, o filme vai dando dicas sobre o seus agora novos protagonistas por imposição.

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Rohan Campbell ganha destaque e também se mostra um ótimo ator. Uma pena que nesse filme ocupe o espaço que não deveria ser dele. Andi Matichak, com menos carisma, mas segura na atuação, consegue fazer sua parte para que juntos o filme não ganhe contornos de desastre.

Podemos dizer que eles protagonizam e Jamie Lee é deixada de lado, fazendo somente o trivial para a história caminhar. Apesar disso, ambos os personagens dos jovens são muito interessantes.

Era para ser terror slasher?

Pressuponha-se que um filme da franquia “Halloween” seja no mínimo um terror slasher com muitas mortes e sangue, até conferimos isso aqui. O problemas é que, comparado aos dois últimos filme, as mortes são menos impactantes. Uma questão notável fica na opção de algumas cenas serem feitas no escuro e outras não mostrarem a assassinato em si. Você perde essência do gore que é marca desses filmes. A figura mascarada do assassino também perde a essência, algo que é muito incomodo.

Crítica: Halloween

Além disso, as mortes começam a realmente acontecer em um momento tardio, após algum arrasto. E o legado de Myers, se assim podemos dizer, e toda a trama criada em torno dele pelo último filme, como a questão dele ser o mal encarnado, alguém sobre-humano, de certa forma é desrespeitado quando o vemos, ao meu ver, enfraquecido.

Sim, o filme é um final para o embate entre Myers e Laurie. Porém poderia ser um final menos morno

Você esperará muito neste filme para ver Laurie e Myers finalmente se confrontando. Tudo que o filme prometia e que os anteriores até trouxeram, como a fixação pela Laurie é deixado de lado aqui. O erro começa quando ele espera quatro anos para retorna e sem causa alardes, algo que não é do feitio do personagem. Outra questão é a relação de Myers e Corey, no mínimo estranho e sem nenhuma explicação real. A ligação é um mal interno análogo aos dois? Aparentemente sim. Mas de que isso serve no final!?

Por fim, apesar de tudo dito, acredito que “Halloween Ends” não,seja um mau filme. O problema aqui é ele ser parte de um franquia, e por isso precisava atender determinadas necessidades, mas não se faz capaz disso. Ele possui bom desenvolvimento de personagens. A trilha sonora é razoável. Existem cenas interessantes. Mas era necessário um roteiro que se enquadrasse na franquia “Halloween“.

Então, não crie expectativas para o embate final. pois ele vai acontecer de forma morna e rápida. O fim dos antagonistas entre si é até significativo, mas poderia está em um filme onde eles realmente se antagonizassem durante toda a trama.

Crítica: Halloween Ends

Sinopse

Anos após seu último encontro com Michael Myers, Laurie Strode finalmente decide se libertar e abraçar a vida. No entanto, um assassinato local desencadeia uma cascata de violência e terror, forçando-a a enfrentar o mal que ela não pode controlar.

Prós

Personagens bem desenvolvidos

Trilha agradável

Rohan Campbell e Andi Matichak

Coragem para finalizar o ciclo

Contras

Cadê Myers e Laurie em ação

Faltou terror Slasher e Jump Scares

3.3

Nota

Imagens