Assim como o longa anterior, “Halloween Kills: O Terror Continua”, tenta usufruir do passado para preencher espaços abertos na história. Lembrando que esse longa, assim seu antecessor, desconsideram os outros filmes da franquia, exceto o original. Desse modo, a primeira vista, estamos diante de um filme promissor, que nos entrega personagens interessante, parece tentar aprofundar ainda mais o universo e trazer uma estrutura narrativa diferente. Mas não se engane, a decepção chegará.
Estamos mais uma vez diante do horripilante serial killer, Michael Myers. Ainda é a noite de Halloween, pouco após os acontecimentos que conferimos no longa anterior. Antes disso, somos apresentados a um pequeno prólogo, que parece ser, mas não é verdadeiramente importante para os fatos posteriores, a não ser sobre relatos de motivação e culpa.
Dessa forma, a história começa a se desenrolar já em clima tenso. Myers está mais uma vez aterrorizando a cidade e matando (dessa vez ainda mais). Sua maior algoz, Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) está fora de combate. E outros personagens tomam a frente dessa vez.
Como já dito, no início o roteiro consegue cobrir espaços interessantes, afim de inserir novos (e velhos conhecidos) a frente do vilão e criar corpo para a trama. Em certo ponto, o longa consegue convencer que apostará em algo diferente, com menos personagens inúteis e burros e coloca o assassino aparentemente em papel de presa caçada e iminente a ser encurralada. No entanto, isso dura pouco. Os clichês são importantes demais nesse tipo de obra. Então, seria arriscado o roteiro joga-los de lado. Mas, ao traze-los, se enfraquece a narrativa que parecia em criação. A partir desse ponto, o filme inicia sua descida íngreme, rumo a se torna só mais um filme de terror slasher (mesmo tendo potencial pra muito mais).
Outro fato muito incomodo é a irrelevância de Laurie (Jamie Lee) na história. A ponto de não vermos ela em nenhum embate, ficando a cargo da personagem uma narrativa metafórica e confusa sobre a essência de Myers.
Ainda assim, o longa traz seus momentos interessantes. O suspense e o gore não decepcionam os fãs da franquia. Isso, muito devido a direção eficiente de David Gordon Green e o bom uso da trilha sonora. Uma das melhores passagens está em uma cena que é ponto crítico relevante no filme, ele envolve algo que podemos atrelar a vida real em relação a efeito manada, fake news, com consequências, em tom anárquico.
Entretanto, nenhuma direção salvaria os momentos finais escritos no roteiro (que também possui a colaboração de David Gordon Green). Confuso e incoerente na resolução, ele força o gancho em detrimento dos outros fatores ja expostos. E, se a ideia era dá ares de arte, não conseguiu. Na verdade, o público sente-se enganado. Afinal, a liberdade poética existe, mas nem todo mundo é obrigado a engolir, principalmente quando é puro marketing para sequência já confirmada: “Halloween Ends” (2022). E havia outras formas de dar sobrevia da Myers.
Por fim, a franquia Halloween não acaba por aqui, e diante do que esse filme apresentou, não pretende acabar nem tão cedo. O que pareceu promissor como o longa anterior, tem esse desenrolar tão decepcionante que nos deixa com medo do que está por vir. Assim, comum e apenas mais um entre montes de filme slashers, este é “Halloween Kills”.
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
2 Comments