Se eu falar… Ah, o cinema francês, soaria repetitivo? – Sim, mas há algo no cinema francês que só existe lá. Como qualquer outra arte de qualquer outro país, é verdade. É só uma questão de qual cria maior empatia. Então, novamente temos a língua, as músicas, a fotografia, os atores, os dramas, e, por ai, vai.
Em O Ignorante, acompanhamos Rodolphe e seu filho Laurent, os quais não têm nada a ver um com outro, nem sequer têm familiaridade, mas a preocupação de ambos, um com o outro, acaba colocando-os juntos. O pai, como fica claro durante o filme, não foi nenhum santo, sua história é difícil e muitas pessoas não costumam ficar super felizes quando o vê.
E é sobre isso que se trata o filme: relações! Do filho com o pai, do pai com seus antigos casos amorosos, do filho com seus interesses. É uma passagem que vai acompanhando durante os anos, como desenrola, como eles se sentem e como veem cada uma das situações que vivem.
A história é mais densa, o ambiente está sempre com mais cuidado, mais tensão. Em nenhum momento é uma história fácil de ser contada. E ela dura anos. Alguns embates que acontecem durante o filme são realmente emocionantes.
O roteiro é de uma qualidade sensível e sutil, e ao mesmo tempo possui embates fortes, tensos e com a qualidade de fazer pensar. Rodolphe esta reavaliando sua vida, suas escolhas e suas relações com os outros e com o mundo. Laurent também. A cada passo, ambos vão construindo entre eles algo bastante firme, ainda que tardio.
Como não podia deixar de ser, a fotografia é algo que se sobressai no filme. Lindas imagens, enquadramentos muito bem trabalhados, boas escolhas de cenário, tudo ajuda para se ter belas paisagens. A trilha sonora também apresenta boas escolhas. Fotografia e Trilha conversam entre si e o resultado das cenas na maioria das vezes é realmente surpreendente.
Os atores são bons em cena. Paulo Vecchialli faz um bom trabalho na composição de seu Rodolphe, que vai vendo sua vida passar e arcando com as consequências de seus atos. Pascal Cervo também esta bem com o sensível Laurent e faz uma boa dupla com Vecchialli. Entre todas as boas participações, temos a eterna musa francesa Catherine Deneuve, com uma participação pequena, mas potente, como a musa do protagonista.
Vecchialli, além de atuar, também roteirizou, produziu e dirigiu o filme. Ele faz um ótimo trabalhando tanto atuando quanto escrevendo, mas a direção acabou ficando um pouco arrastada e não fazendo justiça ao roteiro que tinha em mãos.
https://youtu.be/lYwcFVoKnJw
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