Connect with us

Hi, what are you looking for?

Crítica

Crítica: O Outro Filho

Imagem: Divulgação/Evidencia films

“O Outro Filho” vai te levar para uma viagem de luto e descobertas

Em um mundo repleto de produções cinematográficas grandiosas e efeitos especiais espetaculares, às vezes, um filme simples, que mergulha profundamente na complexidade das emoções humanas, pode se destacar. “O Outro Filho”, dirigido por Juan Sebastián Quebrada, é uma co-produção entre Colômbia, Argentina e França que faz exatamente isso. Através de uma narrativa sensível e uma abordagem crua, o filme nos leva a uma jornada de luto e descobertas.

Imagem: Divulgação/Evidencia films

Assim como a vida, a morte é uma experiência inevitável e profundamente pessoal. “O Outro Filho” começa nos apresentando a dois irmãos, Federico e Simón, que vivem a adolescência de forma plena. No entanto, a tragédia os separa quando Simón morre em um acidente. Essa perda abrupta desencadeia uma série de eventos que fazem com que Federico e sua mãe mergulhem em um processo de luto.

Leia Mais: Crítica: 20.000 Espécies De Abelhas

Em termos de produção, o filme mantém uma abordagem simples, sem muitos requintes visuais. No entanto, essa simplicidade funciona a seu favor, permitindo que a história e as emoções dos personagens principais se destaquem. O fato de não lidar bem com o luto, bem como o medo de encarar suas próprias emoções, é intenso e esse desenho é facilmente encontrado em cada detalhe da produção. 

Advertisement. Scroll to continue reading.
Imagem: Divulgação/Evidencia films

A começar pelo roteiro de Juan Sebastián Quebrada, que se destaca ao dividir a narrativa em dois momentos cruciais: antes e depois da morte de Simón. Isso nos permite ver a perspectiva dos dois irmãos, a começar por Simón, um adolescente bonito, comunicativo e festeiro. Em seguida, a narrativa é quebrada! Passamos, então, a enxergar Federico como a figura principal, o que funciona muito bem no início, mas, infelizmente, não evolui tanto no decorrer da trama. Em termos de diálogos, esses são pontuais, alguns brilhantes e outros nem tanto, o que faz com que o filme se desdobre de forma modorrenta em algumas partes. Além disso, a construção dos personagens, com exceção da mãe, poderia ter sido mais sólida.

Leia Também: Crítica: Banel E Adama – Amor Ou Tradição

A direção de Juan Sebastián Quebrada é um dos pontos mais interessantes do filme. Ele adota uma linguagem crua e realista, quase íntima, com sua câmera em movimento e quadros mais fechados. No entanto, a direção de atores, especialmente dos coadjuvantes, deixa a desejar em algumas cenas.

Já as interpretações de Miguel González, como o introspectivo Federico, e Jenny Nava, na pele de uma mãe em constante luto, são viscerais e eles conseguem trazer profundidade aos seus personagens. Ilona Almansa, por outro lado, entrega uma atuação mediana, porém consistente. 

Imagem: Divulgação/Evidencia films

Quebrada, juntamente com o diretor de fotografia, Michael Capron, captura de forma singela, verdadeira e, por vezes, profundamente emocional, a jornada dessa família pelo luto. O trabalho de Capron é sutil, equilibrando na dose certa os tons quentes e frios. Ao fazer uso do zoom como ferramenta de reflexão, ele nos aproxima dos personagens, nos levando a sentir a dor do momento, o que cria uma atmosfera perfeita para a narrativa. A edição, com cortes secos funcionais, e o som, por vezes, abruptamente arrancado da cena, ajuda bastante nesse momento na busca por intensificar essas emoções.

Compre Agora: O Livro do Cinemahttps://amzn.to/45s5SH0

“O Outro Filho” pode não ser um filme excelente, mas é uma obra que nos faz refletir sobre a vida, a morte e como devemos lidar com o luto e nossas próprias emoções. É um lembrete do dever de enfrentar as situações difíceis que a vida nos apresenta. Além disso, é uma oportunidade de explorar a complexidade das relações familiares em tempos de dor e mudança.

Advertisement. Scroll to continue reading.

Exibido no Festival do Rio 2023, “O Outro Filho” é uma produção que merece ser apreciada por sua abordagem sincera. É um filme que nos convida a olhar para dentro de nós mesmos e a considerar como lidamos com as perdas em nossas vidas.

* “O Outro Filho” foi visto durante o Festival Rio 2023.

Video: Divulgação/Evidencia films

Advertisement. Scroll to continue reading.
Crítica: O Outro Filho
Sinopse
“O Outro Filho” começa nos apresentando a dois irmãos, Federico e Simón, que vivem a adolescência de forma plena. No entanto, a tragédia os separa quando Simón morre em um acidente. Essa perda abrupta desencadeia uma série de eventos que fazem com que Federico e sua mãe mergulhem em um processo de luto.
Prós
Direção afiada de Juan Sebastián Quebrada
A fotografia de Michael Capron
A atuação visceral de Miguel González e Jenny Nava
Contras
A direção de atores com os coadjuvantes
A construção dos personagens secundários
3.5
Nota
Written By

Daniel Gravelli é especialista em comunicação de alta performance, apaixonado pela arte e pelo seu potencial na conexão humana. É diretor, produtor, ator, roteirista, e acumula mais de 30 anos de experiência no mercado cultural. Adora cozinhar e descobrir novidades sobre o mundo.

3 Comments

3 Comments

  1. Pingback: Crítica: Chegadas e Partidas - Woo! Magazine

  2. Pingback: Crítica: Nam June Paik: A Lua é a Tv Mais Antiga - Woo! Magazine

  3. Pingback: Crítica: I Like Movies - Woo! Magazine

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode ler...

Entrevistas

Zeca Brito discute a relevância da diplomacia cultural dos artistas modernistas brasileiros na Segunda Guerra Mundial e seu documentário, destacando o impacto da cultura...

Entrevistas

Entrevistamos a atriz Priscila Lima, que estreou no Festival do Rio com o filme independente “Ana”, interpretando a protagonista. Priscila contou suas experiências em...

Entrevistas

Gustavo Luz fala sobre seus projetos na TV e no cinema Entrevistamos o ator Gustavo Luz, que fez sua estreia no Festival do Rio...

Colunas

Goretti Ribeiro | "O Cinema só dá certo se for no coletivo, todo mundo precisa vibrar na mesma intensidade."

Advertisement