Uma Viagem Leve e Colorida
No filme dirigido por Dorothée Van den Berghe, aqui no Brasil chamado de “Chegadas e Partidas”, somos levados a uma viagem inesperada entre uma caminhoneira solitária, Erika (Ruth Beeckmans), e um imigrante africano, Idy (Welket Bungué), cujas vidas se entrelaçam nas estradas da Europa. Essa história singela e calorosa nos leva a questionar os preconceitos, as amizades improváveis e as reviravoltas surpreendentes que podem acontecer quando menos esperamos.
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O filme inicia com um encontro inesperado onde Erika descobre Idy escondido em seu caminhão em busca de um futuro melhor na Inglaterra. A trama se desenrola de forma despretensiosa, explorando a dinâmica entre esses dois personagens contrastantes. Idy, cheio de crenças e conservadorismo, traz consigo preconceitos que são habilmente desconstruídos durante a narrativa. Os conflitos, embora existentes, são resolvidos de maneira simplista, como se a estrada fosse o cenário perfeito para resolver pequenos problemas da vida.
Ruth Beeckmans, no papel de Erika, entrega uma atuação bem natural, fazendo-nos acreditar que ela realmente é uma caminhoneira rebelde, e sua dedicação em aprender a dirigir um caminhão para o filme é admirável. Welket Bungué, como Idy, traz um personagem vulnerável e charmoso, embora algumas reações iniciais às descobertas de Erika, como o fato dela ser lésbica, possam parecer um tanto irritantes. No entanto, o filme acaba nivelando todas as arestas vivas, talvez para torná-lo mais acessível a um público amplo.
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“Chegadas e Partidas” é, em sua essência, um filme leve e alegre que destaca a inesperada amizade entre uma caminhoneira e um migrante ilegal. É um raio de esperança em tempos difíceis, mas essa positividade muitas vezes é suprimida pela abordagem incolor e previsível do roteiro. O filme poderia ter aprofundado questões como a dor de Idy por deixar sua filha para trás ou os desafios de Erika em manter seu casamento, mas opta por permanecer na superfície.
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“Chegadas e Partidas” é um filme que atrai pela sua simplicidade e pela química entre os protagonistas. É divertido e fácil de assistir, mas não oferece uma mensagem profundamente complexa e pode vir a ser emocionalmente raso. No fim, ele é uma produção recheada de boas intenções e poucos conflitos marcantes, mas uma escolha agradável para quem o assiste.
* “Chegadas e Partidas” foi visto durante o Festival do Rio 2023.
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