“Soldado de uma Guerra Vazia” faz parte de um projeto corajoso: é uma trilogia sobre o aprisionamento, a claustrofobia e a falta de liberdade. Outro filme do projeto, é “A Delirante História de um Homem Morto”.
Uma grande questão que assombra muita gente é sobre o aprisionamento não consentido. Ficar trancado em um lugar estranho, sozinho, sem saber se o que está sendo ouvido acontece lá fora ou é apenas dentro de nossas mentes. Nesse processo, perder a pouca lucidez que se tem deixa tudo muito mais difícil.
Esse é um curta que fala sobre a solidão, a agonia, o medo e a claustrofobia. Com poucos personagens, temos apenas um mesmo que está ali, presente, sem sabermos se está vivo ou morto: Rafael. São seus pensamentos, suas loucuras e frases desconexas que nos leva nesse filme.
Todo o roteiro não aconteceria se o ator que faz Rafael não o sustentasse. O curta apenas funciona por causa dele e não têm outra saída ao não ser acreditar nesse personagem. Daniel Gravelli sai da direção para atuar no projeto e entrega um personagem crível, com uma boa sustentação para a trama.
A direção também traça caminhos que deixam o projeto ainda mais intimidador e intenso. Paulo Oliveira faz escolhas, como a concepção das cenas, o que mostrar e o que não mostrar, onde posicionar sua câmera e em qual quadro gravar, que acrescenta ainda mais suspense e drama ao curta e o distanciam um pouco de “A História de um Homem Morto”, afinal, mesmo que ambos filmes sejam parte de um mesmo projeto, eles não devem ser considerado a mesma coisa.
“Soldado de uma guerra vazia” foi lançado oficialmente em 2016, para amigos e convidados, e agora percorre o caminho dos festivais.
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