Chegou na Netflix o primeiro filme nacional com temática natalina. “Tudo Bem, no Natal que Vem” é uma tragicomédia protagonizada por Leandro Hassum, detentor de sucessos de comédia nacional como as franquias “Até que a sorte nos separe” e “O Candidato Honesto”. Aqui, Hassum leva um humor um pouco menos pastelão e escrachado para tela, e de certa forma, traz nuances mais atraentes para o seu personagem. Isso é muito por conta da própria história que se apega em uma premissa interessante e com certa originalidade (apesar de carregar traços já vistos antes em outros filmes) emocionando e divertindo o expectador. Ao mesmo tempo, carrega uma mensagem que é passada com clareza e de forma delicada no final, podendo tocar os mais emotivos.
Dito isto, o embarque nesse comédia natalina começa pela ideia do longa. O filme conta a história de Jorge, um homem que possui uma certa aversão ao Natal, que, por sua vez, é a mesma data do seu aniversário. Contudo, após sofrer um acidente, Jorge começa a esquecer o ano inteiro e passa a se lembrar apenas do dia de Natal, acordando todos o anos no dia 24 de dezembro. Com isso, ele se vê em conflito com as atitudes que a sua outra personalidade toma durante o restante do ano, ao mesmo tempo em que enxerga a sua vida passar, sem que o mesmo se lembre de nada.
A primeiro momento o filme procura situar o expectador em sua época, já que a história percorre alguns anos. Mas o importante naquele momento é mostrar que tudo começa no passado. Então, percebemos pelo filtro escolhido, pela caracterização das pessoas, escolhas da arte e posteriormente por informações dadas pelos personagem além de outras visíveis no filme que o longa se passa no início da ultima década. A grande importância dessa questão no filme é estabelecer as relações e os acontecimentos que geram mudanças na vida do protagonista que serão vistas mais a frente.
A parti daí Jorge começa a ver sua vida ganhando contornos dramáticos e confusos. O legal é ressaltar como o drama entra em perfeito equilíbrio com a comédia. O filme não deixa de ser cômico como um todo e, ao mesmo tempo, a mensagem mais sensível não fica esvaziada. Apesar disso, em um hora ou outra a direção deixa o ritmo do longa cair. A repetição dos acontecimentos que é clichê nesse tipo de longa é outra coisa que pode também incomodar no início.
Outra aspecto que deixa a desejar principalmente na segunda metade do longa e que é elogiável no início do filme, é a caracterização e direção de arte. Isso porque, apesar de se passarem um período grande de anos, apenas Jorge e seus filhos, mantem uma mudança continua de aparência, enquanto os demais continuam com os mesmo traços, como se os anos não passassem para eles. O ambiente do cenário também possui mudanças muitos sutis, que poderiam ter sido melhores trabalhadas para remeter aos anos que se passaram.
Mas, os problemas técnicos não conseguem serem maior que os acertos do filme. Existe uma boa sintonia entre os personagens, diálogos bem montados e as piadas são bem pontuai. Destaca-se a atuação de Elisa Pinheiro com esposa de Jorge, uma pena que sua personagem fique muito escondida a sombra do protagonista.
Por fim, Roberto Santucci, consegue entregar um ótimo e talvez novo clássico natalino, a diferença é que agora é um filme brasileiro, nada de neve e cenários americanos. Enquanto Hassum mostra que ainda tem artifícios para divertir o público. E, acima disso, é provado que uma boa história pode ser algo simples e não é preciso muito para ser passar uma boa mensagem.
Imagens e vídeo: Divulgação/Netlflix
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