Em “Wonka”, nós somos apresentados a um mundo injusto, que cada vez se torna mais e mais frio. Pessoas são mantidas presas por dívidas absurdas, políticos corruptos prendem delatores, as empresas estão organizadas em cartéis. E mesmo em meio a toda essa verdade, um mágico, inventor e, claro, chocolateiro, transforma completamente sua triste realidade através de um… doce! O filme sob a direção de Paul King, que já é conhecido por seus trabalhos anteriores: “Paddington 1 & 2”, consegue novamente fazer um filme que valha a pena juntar a família na sala.
O mundo que é cinzento e frio se transforma aos poucos no colorido que o personagem de Timothe Chalamet vislumbra. Aqui, a narrativa consegue nos introduzir as já mencionadas facetas do personagem. O inventor se adequa a situações absurdas, e consegue se safar por enxergar o mundo por outra ótica. O mágico se apresenta nos números musicais, fazendo divertidas performances. Mas somente a partir do momento em que Wonka vende seu primeiro doce, o absurdo não parece impossível. E quando percebermos, estamos mergulhados em uma doce fantasia. A narrativa de um visionário empresário chocolateiro, performando número com desconhecidos na rua, vendendo a eles seus pequenos milagres achocolatados, é muito divertida.
A cor do filme dança na nossa frente, abusa de extremos, e se transforma quadro a quadro em um grande espetáculo policromático. A direção de arte do filme beira o caótico, e consegue se organizar absurdamente bem aonde poderia facilmente se tornar incômodo.
Entretanto, a cereja no bolo de toda essa história são os pequenos personagens que permeiam o filme. Aqui, todos eles possuem pequenos e divertidos arcos acontecendo, desde o policial até um porteiro de um zoológico. Mas o melhor personagem, nesse quesito, é sem dúvidas, um já conhecido do público.
Entre doce e musica, misturando sabor e sonoridade, Wonka te leva em sua jornada mágica.
E mesmo que Hugh Grant esteja reclamando por ai que não gostou de filmar para o longa-metragem, a parte em que ele está são as sequências mais divertidas do filme. É impossível não sorrir com o Oompa-Loompa em tela. Não sendo a única interpretação de ótima qualidade no filme, o musical é brilhante em suas performances. Mas quem deveria ter o foco principal de todo esse mundo construído pela direção de Paul King, não se mostra tão adequado quando o holofote se vira pra ele. Timothe Chalamet tropeça bastante ao longo do filme, e não se coloca em comparação com as outras adaptações.
Quanto a trilha-sonora, ela não se mostra muito diferente do que se tem feito nos últimos anos em musicais. Ou seja, são divertidas! E elas vão ficar um tempinho na sua cabeça.
Porém, atenção! Grande parte da alegria vendida pelos chocolates Wonka pode não ser conquistada do sofá da sala. Não espere o filme entrar em streaming pra assistir, compre alguns bombons, e vá ao cinema. Assim, a experiência se tornará bem mais divertida.
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