Um Cineasta que Criou um Legado na Arte de Fazer Filmes
Sendo considerado um dos maiores cineastas americanos de todos os tempos, David Lynch que nos deixou hoje, nunca foi um artista comum.
Embora se debruçasse em temas que passavam perto do ordinário, sempre deixou sua marca como um rebelde na área visual com soluções e enquadramentos misturavam diversas disciplinas artísticas (música, pintura, fotografia) que criaram um legado no imaginário das pessoas que amam filmes e entre seus pares.
LEIA MAIS
David Lynch, Diretor Lendário de “Twin Peaks”‘ e “Cidade dos Sonhos”, Morre aos 78 Anos
Leonardo DiCaprio Contribui com US$ 1 Milhão para Combate a Incêndios na Califórnia
A Cor da Romã (1969) | Se Poesia Fosse Um Filme
A seguir, um pequeno apanhado de suas obras que encontrando ou não seu público, fazem parte da história do cinema.
“Eraserhead” (1977)
Filmado em preto e branco, o primeiro filme de David Lynch já trazia imagens incomuns em que a graça era juntar o quebra cabeça e achar o sentido de toda aquela arte que se desenrola em tela.
Henry e Mary têm um bebê que nasceu prematuro e é desumano. Quando a mãe os abandona por não conseguir suportar seu terrível aspecto, Henry deve se esforçar para cumprir seu papel de pai solo.
“O Homem Elefante” (1980)
Já cooptado por um grande estúdio pelo seu talento e com um grande elenco, Lynch nos traz um filme sensível, doloroso, devastador e ainda em preto e branco contando a história de John Merrick (John Hurt), um desafortunado cidadão da Inglaterra vitoriana portador do caso mais grave de neurofibromatose múltipla registrado até então, tendo 90% do corpo deformado.
Exibido como monstro em circos e considerado débil mental pela sua dificuldade de falar, é salvo por um médico, Frederick Treves (Anthony Hopkins). No hospital, Merrick se libera emocionalmente e intelectualmente, além de mostrar ser uma pessoa sensível ao extremo. Sra. Kendal (Anne Bancroft), uma grande atriz, torna-se sua amiga e até a coroa britânica sensibiliza-se com o caso.
“Duna“ (1984)
A forma visionária de realizar filmes do diretor o levou a ser escolhido para um dos maiores desafios da sua vida, transpor para as telas a primeira adaptação cinematográfica do clássico e épico livro de Frank Herbert, considerado infilmável e que pela quantidade de problemas na produção o levou a se decepcionar e abandonar a estrutura dos grandes estúdios.
Caro, difícil e desgastante, não encontrou seu público no cinema e é considerado seu pior fracasso comercial apesar de, ainda hoje, ter ferrenhos defensores.
Vale como experiência cinematográfica do seu tempo.
“Veludo Azul“ (1986)
A primeira obra prima do diretor mistura uma trama noir com uma música tema triste e sublime ao mesmo tempo, onde na vida do jovem Jeffrey Beaumont (Kyle MacLachlan), um rapaz simplório que acaba de voltar à cidade, envolve-se em uma perigosa investigação sobre os negócios de um traficante de drogas (Dennis Hopper) que mantém uma sádica relação com a bela cantora de cabaré Dorothy Vallens (Isabella Rossellini).
Obsessões, fetiches e surpresas, é o que nos faz ficar vidrados nesse filme que ecoa a sofisticação de David Lynch até os dias de hoje.
Muito do que se vê aqui em termos de composição de tema, voltou com mais força e refinamento numa das maiores obras que a tv americana já produziu e que consolidou a aclamação do diretor, a série “Twin Peaks” 1990.
“Coração Selvagem“ (1990)
Cheio de astros como Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe e grande elenco, mais uma mistura do icônico diretor contendo o rock de Elvis Presley, tipos marginalizados estilosos e misteriosos, com diálogos filosóficos mas pop quase que declamado pelos atores. Uma história da fuga de dois jovens amantes, perseguidos por uma mãe implacável. Mais um grande mosaico cinematográfico do diretor vencedor do prêmio de melhor filme em Cannes 1990.
“A Estrada Perdida” (1997)
Com o pé quase no novo século, Lynch resolveu romper mais uma vez as barreiras narrativas nesse neo noir caótico e intrigante em que dois homens parecem dividir as mesmas experências de vida, embora não possam ser mais diferentes.
Aqui a confusão é deliberada para que o expectador tente decifrar os maiores enigmas dessa narrativa intrigante e brilhante, algo que vai fazer você se questionar tudo o que vê na tela. Na história, Fred Madison (Bill Pullman) é um saxofonista de jazz vanguardista que é casado com Renee (Patricia Arquette), que suspeita de infidelidade quando alguns vídeos aparecem na porta da sua casa, provando que alguém está observado a casa por fora e por dentro (um vídeo mostra ele e Renee dormindo).
Quando Renee é encontrada morta, Fred é preso e condenado por homicídio em primeiro grau. Entretanto, em uma manhã não está mais em sua cela e se transformou aparentemente em Pete Drayton (Balthazar Getty), um jovem mecânico de automóveis que é libertado mas tolamente se envolve com a mulher de Dick Laurent (Robert Loggia), um gangster, chamada Alice Wakefield (Patricia Arquette), uma loira bem sensual que é exatamente igual a Renee.
“Uma História Real“ (1999)
Aqui Lynch já ensaiva seu canto do cisne cinematográfico na história real da viagem de um homem através do coração da América.
Filmado ao longo da rota de 260 milhas que Alvin Straigt percorreu em 1994, indo de Laurens, Iowa para Mr. Zion, Wisconsin, conta as crônicas da odisséia de Alvin e das pessoas com as quais encontrou ao longo da travessia.
Com uma atuação fantástica do saudoso Richard Farnsworth, indicado ao Oscar, e viajando em um cortador de grama para visitar seu irmão, vítima de um derrame para fazer as pazes.
É David Lynch trazendo o registro mais diferenciado e sensível da sua carreira, mas com diversos significados e mais uma excelente colaboração musical da trilha sonora do grande Angelo Badalamenti.
COMPRE AQUI
Fritadeira Airfryer Essential XL Conectada, Philips Walita, conectividade c/Alexa
Bundle Nintendo Switch™ V2 Neon + Mario Kart™ 8 + 3 Meses de Assinatura Nintendo Switch
“Cidade dos Sonhos“ (2001)
Uma obra em que o diretor retorna a sua verve natural.
Mistério, metaliguagem, a mistura do real com o imaginário onírico que tanto atrai Lynch e os seus admiradores. Quando uma jovem atriz viaja para Hollywood e se vê emaranhada numa intriga secreta com uma mulher que escapou por pouco de ser assassinada, e que agora se encontra com amnésia devido a um acidente de carro, eu mundo se torna um pesadelo e surreal.
Um filme com momentos delirantes e exercícios cênicos que nos levam novamente a questionar os limites do que é real na história e sobre o que nos conta essa história.
Fascinante enquanto cinema e imagens em movimento, envolta em muita confusão mental e troca de identidades.
“Império dos Sonhos” (2006)
Voltando a dirigir Laura Dern, tanto quanto com atores que já tinha trabalhadoe com a adição do grande ator Jeremy Irons, um dos últimos filmes do grande diretor traz Nikki (Laura Dern), uma atriz casada, que é convidada para atuar em uma produção polonesa que foi interrompida após a morte dos protagonistas. Logo ela se envolve com o ator do filme e a realidade começa a se misturar com a ficção.
Perceberam o padrão? Mais uma história que mistura o real com o imaginário na consistente e inovadora carreira desse mestre em nos colocar no limite do onírico junto, claro, com um toque de mistério e alucinações que o fez ser tão influente quanto celebrado.
Descanse em paz David, suas obras e seu legado serão acompanhados nos anos por vir.
“Veludo Azul”, de David Lynch. Imagem Destacada: Divulgação/Prime Video (via TMDB)
Quer estar por dentro do que acontece no mundo do entretenimento? Então, faça parte do nosso CANAL OFICIAL DO WHATSAPP e receba novidades todos os dias.
Sem comentários! Seja o primeiro.