Feito para o Mundo, mas Querendo a Atenção dos brasileiros
Pode-se afirmar que a indústria de jogos no Brasil ainda dá seus primeiros passos, caminhando com cautela. Isso se deve, em parte, à escassez de recursos e ao desinteresse significativo de uma parcela da população brasileira pelo produto nacional. Portanto, desenvolver um jogo em nosso país é uma tarefa hercúlea que demanda imensa coragem, uma vez que a possibilidade de insucesso, independentemente da qualidade do produto, é considerável.
Neste contexto, é digno de nota o lançamento de “Deathbound” pelo carioca Trialforge Studio. O jogo, um soulslike no estilo de “Dark Souls”, tem recebido uma recepção positiva na Steam. Embora não seja exemplar em termos de narrativa e roteiro, apresenta uma inovação notável para o subgênero: o personagem principal não é mudo, algo recorrente nos jogos da FromSoftware por opções criativas. Além disso, os desenvolvedores brasileiros se destacaram ao unificarem a estamina à saúde do personagem. Em outras palavras, sofrer dano torna a sobrevivência ainda mais desafiadora. No entanto, o que deixa a desejar para um jogo destinado a PC e à nova geração de consoles são os gráficos, um tanto quando chapados e com escassez de oclusão de ambientes. Apesar disso, a experiência geral não é prejudicada, considerando que poucos soulslikes apresentam gráficos excepcionais, e esses geralmente possuem orçamentos elevados.
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As poucas palavras acima destacaram algumas das qualidades de “Deathbound”. Seria lamentável, portanto, que a comunidade gamer brasileira não desse uma chance a este jogo, nem que fosse para testá-lo, considerando que isso é algo frequentemente feito por usuários na Steam ao experimentar jogos de outros países. O desafio reside em determinar se esse público possui a maturidade necessária para apreciar o produto adquirido, considerando que é uma obra realizada com mais paixão do que recursos abundantes. Será que serão tolerantes quanto às questões gráficas ou problemas de desempenho, algo que frequentemente não é motivo de queixa para os jogos da FromSoftware? Não se trata apenas de ignorar aspectos negativos por ser um produto de origem brasileira, mas de considerar que certos pontos podem ser secundários para a experiência e oferecer um feedback construtivo ao estúdio.
Pode-se acreditar que, apesar das críticas ao comportamento imaturo e destrutivo de alguns gamers brasileiros, existe uma inteligência por trás dos teclados e controles, e que “Deathbound” será apreciado e criticado de maneira respeitosa, para que possa aprimorar-se continuamente e se tornar uma opção relevante com a marca e sangue brasileiro, isso apesar de o estúdio ter optado por manter toda a dublagem em inglês, ignorando nossa língua, essa crítica é feita com compreensão, reconhecendo que o objetivo é alcançar um público global e que o orçamento pode ter levado a decisões difíceis.
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Espera-se que o sucesso venha e contribua para que a indústria de games no país ganhe visibilidade e atraia mais investimentos, já que criatividade e dedicação são abundantes, como demonstra nosso rico campo cultural.
Se você ficou interessado em “Deathbound”, acesse sua página na Steam e adquira a versão para PC, atualmente em promoção por R$ 67,49. Vale ressaltar que o jogo também está disponível para PlayStation 5 e Xbox Series X e S.
Imagem e destaque: Divulgação/Trialforge Studio
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